sábado, 2 de fevereiro de 2013

0204 C ÉSQUILO o maior poeta dramático da tragédia na Grécia antiga


04 DE FEVEREIRO: Ésquilo, a fé ardente em ideal puro e elevado

ÉSQUILO
Aeschylus
(nasceu em 525 antes de nossa era, em Atenas; morreu em 456, em Gela, na Sicília)

MAIOR DRAMATURGO GREGO PAI DA TRAGÉDIA GREGA

O Politeísmo Militar Ocidental vence a Teocracia Sacerdotal do Oriente
Na Grécia a arte coordenou a política militar num período histórico crítico. Nessa época foi eliminado o total poder político e mental da casta hereditária dos sacerdotes das teocracias. O que foi feito pela primeira vez no mundo. Para sempre.
Foi uma guerra entre o politeísmo militar e o politeísmo sacerdotal.
A arte gera emoções, cria visões de progresso, visões do futuro.A arte tem, desse modo, o poder de antever o progresso, de criar novos ideais. É um poder profético natural, criado por humanos.
Nesta semana são consagrados os poetas líricos e trágicos da Grécia, num período de mais de 1300 anos. A semana tem como chefe Ésquilo, que a termina.
Ver em 0129-01 C Quadro do Mês de Homero, a Poesia Antiga,
com os grandes tipos representantes do mês.

ÉSQUILO, o grande poeta, nasceu em Eleusis, perto de Atenas, na Grécia antiga, em 525. Ele lutou contra os invasores da Pérsia em Maratona, no ano 490 e depois em Salamina, em 480 antes de nossa era.
O pai de Ésquilo era de família nobre, com o nome de Euphorion,. Eleusis era perto da baia de Salamina e junto a uma rica planície. Euphorion participava do culto da grande divindade Natura e Ésquilo desde criança ficou familiarizado com essa adoração, que era a mais espiritualizada da Grécia.
O maior dos poetas dramáticos da Grécia antiga é o personagem mais histórico e o mais vivo artista de todos os poetas gregos. Temos os principais fatos de sua vida e conhecemos seu pensamento, sua personalidade e suas aspirações. Tinha um caráter possante, profundamente religioso e de um heroísmo homérico. Era um adversário apaixonado da antiga tirania teocrática que procurava eliminar a vida de liberdade e de intelectualidade das repúblicas gregas. Foi um defensor zeloso das instituições civis e religiosas de seu país.
A sua primeira apresentação na arena de representações dramáticas ocorreu quando Ésquilo tinha 25 anos de idade. No ano 490, com 35 anos, ele combateu contra os persas em Maratona distinguindo-se por seu heroísmo. Ele lutou também com distinção em Artemisium, Salamina e Platea. Foi um caso em que se vê um dos maiores poetas combater em batalhas decisivas da história humana. Outro caso foi o grande espanhol Cervantes, que lutou na batalha naval de Lepanto, em 1571, contra os otomanos.
Com quase 40 anos, Ésquilo ganhou sua primeira vitória do palco no ano de 484 com a trilogia em que a peça Os Persas faz parte. Ele obteve sucessivamente treze vezes a vitória em concursos de teatro. No ano de 468 foi para Siracusa, na corte do rei Hieron.
Ésquilo retornou a Atenas com a sua grande trilogia do Oreste, de 458, quando tinha 67 anos. Com Eumenidas ele se declara abertamente em oposição enérgica contra o partido democrático dominante. Por motivos políticos ele retorna à Sicília, onde morreu em 456 antes de nossa era, em Gela, com 69 anos.
Seu epitáfio, que foi escrito ou ditado por ele diz:
Ésquilo, filho de Euphorion, de Atenas, repousa debaixo
desta pedra. Ele morreu na fértil Gela; Maratona pode dizer
de sua coragem e
também os persas, que a experimentaram.
Nada falou de sua poesia.
O estilo e as concepções de Ésquilo foram, a todos os respeitos, a imagem de seu caráter e de sua vida. Ele era heróico, sincero, profundo e ativo guerreiro. Ele chamava a suas peças teatrais como restos do rico banquete de Homero. E se mostra valente apoio à honra a ser dada aos deuses, ao poder penetrante da religião, da santidade dos juramentos, dos deveres da hospitalidade e da inviolabilidade do casamento.
Na tragédia Os Persas o seu entusiasmo patriótico chma para o ataque como se fosse uma trombeta de guerra. Ele defende a grande idéia da revolta das comunidades livres contra o despotismo da teocracia da Ásia.
Na tragédia Prometeu ele idealiza a revolta do homem contra a opressão política e espiritual da casta dos sacerdotes e o martírio daqueles que abrem o caminho da liberdade.
A tragédia Agamenon deve ser considerada a primeira como a mais bela que jamais foi produzida, por causa de sua intensidade contínua, de sua unidade de impressão e da sublimidade escultural de sua forma.
Ésquilo foi o grande poder espiritual de seu tempo, quer dizer, foi o mestre, o formador de opinião, o sacerdote da época. Ele foi a voz poética da Grécia numa época sublime de sua história.
Pela destacada ação da tragédia, Aristóteles deu para esse teatro a notável definição: a tragédia faz a purificação da mente por meio da piedade e por meio do terror.
O caráter heróico de Ésquilo permite ver sua orgulhosa e altaneira energia, sua imaginação borbulhante, sua fé ardente num ideal puro e elevado, a avalanche de seus grandes pensamentos e mesmo a torrente transbordante de imagens com que o poeta inundou sua obra.


AMANHÃ: O escultor grego Escopas criador fértil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário