11 DE AGOSTO: MILTON mística poesia revolucionaria moderna com
herói satânico
MILTON
John Milton
(nasceu em 1608, em
Londres; morreu em 1674, em Buckinghamshire, Inglaterra)
GRANDE POETA
INGLÊS, AUTOR DO POEMA PARAÍSO PERDIDO
ESTÉTICA
as artes da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da
atividade
A Idade Média promoveu a liberdade do povo trabalhador, com a
indústria e o comércio livre, com a sistematização do sistema capitalista de
liberdade civil. A civilização moderna, após o fim da civilização medieval,
com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade
na atividade humana. A secularização fez a saída do ensino e das artes de
dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se
libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a
Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução sem a unanimidade cristã da Idade
Média. É a passagem de uma civilização
medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica científica e
industrial.
Triunfos esplendidos foram
conseguidos pelo gênio artístico aos poucos se afastando da religião, apesar do
clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de
produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações
artísticas.
Nesta quarta semana a poesia dos
sentimentos domina a semana. Aqui estão os líricos, os místicos, panteístas, os
poetas da mente humana em todas as suas manifestações e suas emoções, desde
Tomás de Kempis e Bunyan até Byron E Shelley.
Ver em 0715 1 B
O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com os grandes tipos humanos
do mês.
Poeta entre os maiores da Inglaterra e da literatura, Milton viveu
na época do desenvolvimento e do declínio do grande movimento do puritanismo e
da revolução inglesa de Oliver Cromwell. John Milton descendia de uma família
de pequenos proprietários abastados, estabelecidos há longo tempo no condado de
Oxford. Seu pai, John Milton, tinha sido deserdado por seu avô católico, por
ter se tornado protestante. Ele se estabeleceu como tabelião em Londres.
O poeta nasceu ali, em 9 de dezembro de 1608. Milton recebeu uma
educação muito cuidada, sendo, desde sua infância, um devorador de livros. Ele
estudou na Escola Saint-Paul aos 10 anos e aos 16 anos passou para o Christ
College, em Cambridge, onde obteve o diploma de mestre em arte aos 24 anos.
Milton se destacou por sua paixão pela poesia clássica, por sua
independência e reserva, sua pureza, simplicidade de vida e sua amizade por um
ou dois amigos selecionados. Ele saiu de Cambridge em 1632 com o conhecimento
de latim, grego, francês, italiano e do hebreu, habilitado na esgrima e a todos
os exercícios necessários a um adulto educado da época.
Ele se retirou, então, para a casa de campo de seu pai em Horton,
perto de Windsor, no sudeste da Inglaterra, resolvido a se consagrar por toda a
vida à poesia. Tinha feito grandes projetos de elevado ideal. Milton foi feliz
ao encontrar em seu excelente pai um homem de alto julgamento e de grande
cultura, que encorajou as inspirações de seu filho para uma existência toda
voltada para a arte. Por seis anos o poeta permaneceu em retiro, absorvido pelo
estudo, pela meditação e pela poesia.
A vida de Milton então pode ser vista como uma peça de teatro em
três atos. O primeiro ato é o calmo retiro tranqüilo em Horton, escrevendo seus
primeiros versos. No segundo ato ele respira a atmosfera quente e desagradável
da paixão partidária e dos ódios religiosos; então é hora dos seus panfletos de
batalha, em prosa. No
ato final são produzidos seus três grandes poemas, o PARAÍSO PERDIDO, O PARAÍSO
RECONQUISTADO e SANSÃO, então o autor sendo pobre, cego, sem amigos.
Milton tinha feito muitos panfletos em defesa da liberdade civil e
religiosa entre os anos de 1641 e 1660, apresentando-se como republicano.
Serviu no governo de Oliver Cromwell como secretário para as línguas
estrangeiras. Ele perdeu sua visão entre 1651 e 1652, mas continuou seu
trabalho, produzindo continuamente com a ajuda de sua filha, de dois sobrinhos,
amigos, discípulos e de empregados.
Com o fim da república e com a restauração da monarquia com o rei
Charles II em 1660, Milton foi preso, mas logo foi perdoado e solto. Os últimos
anos de vida do poeta foram de trabalho, embora com sérios problemas. Tinha uma
economia doméstica de poucos recursos, a cegueira, a dor da doença da gota. Ele
morreu em 1674, com 66 anos de idade.
O grande poema PARADISE LOST (Paraíso Perdido) conta a história da
rebelião de Satan contra Deus e sua expulsão do paraíso. Conta a tentação e
expulsão de Adão e Eva do Jardim do Eden. Os primeiros dois livros se
concentram na figura do Satan e suas legiões, quando estão no inferno. Os anjos
decaídos são mostrados individualmente e é descrita a geral idolatria pagã no
mundo do oriente. O debate entre os anjos decaídos no inferno é de grande força
realística.
A guerra no céu é uma grande metáfora representando a dispersão
provocada pela anarquia do pecado.
A descrição de Satan é feita em escala super humana, a força, a
coragem, a capacidade de liderança são bem mostradas, mas essas qualidades são
todas perdidas por serem colocadas a serviço do mal e do engrandecimento
pessoal, da vaidade.
O primeiro grande discurso de Satan ao seu ajudante Belzebu mostra
o desafio a Deus, com orgulho egoísta, a falsa idéia de liberdade e a alienação
a todo o bem. Dentro do inferno, Satan mantém a falsa aparência de uma atitude
heróica, mas, fora do inferno, ele perde sua valentia, tomando a desesperadora
consciência de seu próprio mal e de sua danação, o que dá uma dimensão trágica
à poesia.
No poema é patente a força de imaginação e de organização do
autor. Em todo o texto, em grande ou em pequena escala, na idéia abstrata ou no
ato concreto, a tese e o material é interligado perfeitamente pela visão
paralela e pelo contraste. É em razão dessa obra-prima poética que se pode
afirmar que o PARADISE LOST não pode ser imitado. Recomenda-se, em nossos dias,
a leitura desse poema e os Poemas Líricos de Milton.
A crítica mostrou que Milton é um revolucionário moderno, sendo
partidário de Satan, sem o saber, projetando a si próprio na imagem do diabo,
que, afinal, é o verdadeiro herói do poema.
AMANHÃ: MÊS DE GUTENBERG, inventor da imprensa
e é dia de Marco Polo: famoso viajante
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