sábado, 28 de julho de 2012

0804 B TASSO o poema épico da conquista do sepulcro de Cristo em Jerusalém


04 DE AGOSTO. TASSO: a criação lírica e feliz no poema da tomada de Jerusalem

TASSO
Torquato Tasso
(nasceu em 1544, em Sorriento, Nápoles; morreu em 1595 em Roma)
GRANDE POETA DA RENASCENÇA NA ITÁLIA, AUTOR DE GERUSALEMME LIBERATA

ESTÉTICA
as artes da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da atividade

A Idade Média promoveu a liberdade do povo trabalhador, com a indústria e o comércio livre, com a sistematização do sistema capitalista de liberdade civil. A civilização moderna, após o fim da civilização medieval, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade na atividade humana. A secularização fez a saída do ensino e das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução sem a unanimidade cristã da Idade Média. É a passagem de uma civilização medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica científica e industrial.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico aos poucos se afastando da religião, apesar do clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações artísticas.
Nesta terceira semana o tipo destacado como chefe de semana é Tasso. Ele tem seu dia no domingo, último dia da semana. Aqui é relembrada a criação da poesia do espírito cavalheiresco medieval, à idealização das virtudes da cavalaria e aos romances de aventura.

Ver em 0715 01 B   O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com todos os grandes tipos humanos do mês.


TASSO nasceu de família nobre, desde os anos 1200 fixada em Bérgamo. Ele descendia em linha direta do chefe do ramo mais antigo. Seu pai era Bernardo Tasso, um poeta destacado, soldado, nobre e diplomata, tendo sido secretário do príncipe de Salerno, servindo em várias embaixadas e em diferentes cortes reais. Sua mãe era Porzia de Rossi, de família nobre de Pistoia. O poeta nasceu no ano de 1544, em Sorriento, num palácio situado junto ao golfo de Nápoles.
Tasso foi um infante de precocidade extraordinária, uma juventude de viagens e uma educação variada como estudante de direito em Pádua e em Bolonha. Tornou-se um nobre e um poeta da corte, como era usual na época, para os jovens bem nascidos e de boa cultura.
Tasso tinha só 18 anos quando foi publicado RINALDO, que provocou logo a admiração geral por suas qualidades de poeta. Com a idade de 21 anos o jovem gênio foi recebido pela corte de Ferrara, onde o duque Alphonse e suas duas irmãs Lucrécia e Leonor d’Este acolheram com bondade o belo, gracioso e cavalheiresco jovem. Durante vários anos ele viveu na intimidade das duas belas princesas. Publicou aos 29 anos a poesia lírica e terna de AMINTE. A seguir terminou sua grande obra-prima, o poema JERUSALÉM LIBERTADA, aos 31 anos, em 1575. Embora completada, Jerusalém só foi publicada seis anos mais tarde.
No épico poema, Tasso faz a narrativa da ação do exército cristão conduzido por Godofredo de Bouillon, durante os últimos meses da Primeira Cruzada, que culminou com a conquista de Jerusalém e com a batalha de Ascalon. Ao principal tema histórico Tasso somou um número de episódios imaginários em que sua criação lírica e prazerosa teve livre expressão.
O mais destacado desses episódios é a história do herói italiano Rinaldo, incluindo sua rebelião, seu amor pela jovem sarracena Armida e seu arrependimento, com a participação na batalha final da Cruzada.
Tasso também incluiu a história do herói italiano Tancredo e o seu amor pela bela sarracena Clorinda, a quem Tancredo, sem saber, mata em inocência durante a batalha. Conta também a paixão secreta de Ermínia, princesa de Antióquia por Tancredo e a intervenção das forças sobrenaturais em favor de Aladino, o rei de Jerusalém.
Na composição de sua obra-prima, Tasso tentou estabelecer um equilíbrio entre as aspirações morais de seu tempo e sua própria inspiração sensual. Também tentou equilibrar as normas formais estabelecidas para a poesia épica pela tradição da Renascença e o impulso de sua própria fantasia.
O êxito de Tasso se deve ao reconciliar a sua invenção com a verdade histórica pela colocação dos casos românticos e idílicos no fundo firme da principal ação histórica. Os episódios colocados no poema é que produzem o encanto que a obra possui.
Tasso ficou preocupado com a liberdade poética que tomou no poema, em razão da violenta censura da contra-reforma. Achou por bem procurar em Roma a leitura da obra por um grupo de críticos. Ele voltou para Ferrara para revisar sua obra. Mas acabou vítima da preocupação em escolher entre aceitar a crítica que havia recebido e a rebeldia que sentia contra a autoridade dos críticos. Tornou-se acometido de certa insanidade mental, que o deixava triste, sensível e receoso. Tornou-se moroso, irritável, sofrendo de alucinações. Passou a levantar conflitos literários e pessoais que o tornaram intolerável mesmo para seus melhores amigos. Uma crise mais violenta obrigou ao duque de Ferrara, seu protetor, a colocá-lo num hospital de alienados de Santa Anna, onde ficou por sete anos, de 1579 a 1586.
Em julho de 1586, foi dispensado do hospital, graças à intervenção do príncipe de Mantua. Depois Tasso compôs uma tragédia poética, Torrismondo, em 1586. Em 1593 foi publicada a revisão de sua Jerusalém, obedecendo ao julgamento de seus críticos. O resultado não foi bem aceito pelo público.
Em 1594 foram feitos planos para fazer a coroação de Tasso em Roma, pelo papa, como poeta laureado. Mas Tasso morreu em 1595, antes que fosse realizada sua coroação.
Tasso sofreu com a repressão feita pela Igreja Católica no movimento da contra-reforma. Os anos que se seguiram a 1550 viram uma onda de religiosidade obrigatória e de submissão à autoridade que suprimiu a franca alegria e exploração da vida dos humanistas e seus sucessores.
Apesar do clima de opressão violenta, Torquato Tasso conseguiu produzir sua notável obra-prima, GERUSALEMME LIBERATA, um belo tratamento da Primeira Cruzada.
Tasso é, para sempre, o grande e genial poeta da renascença na Itália.

AMANHÃ: O primeiro poeta moderno com novo soneto: PETRARCA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário