23 DE NOVEMBRO.
Aranda: eliminou a política feudal da guerra e de privilégios
ARANDA
Pedro
Pablo Abarca de Bolea, Conde de Aranda
(nasceu em 1718, em
Siétamo, Espanha; morreu em 1798, em Épila, Aragão, Espanha)
GENERAL E
MINISTRO ESPANHOL REFORMADOR EXPULSOU OS JESUÍTAS
GOVERNO POLÍTICO NA MODERNIDADE
No mês
da Política Moderna são colocados os maiores nomes representativos dos séculos
em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1 o fim da organização militar medieval para a
guerra de defesa e dos antigos privilégios, costumes e crenças;
2 a preparação da nova civilização científica e
pacífica necessária para a atividade industrial e comercial, de paz e de ordem mantida
pelos diversos governos.
A ação
de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou
extinção do poder e dos privilégios da nobreza, dos militares e das autoridades
religiosas e a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo
político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade
Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou
barões feudais.
O
governo concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo
descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do
antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta
entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo político
não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos passaram a
governar sem a unanimidade cultural da Idade Média, como se fossem ditadores,
sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell podem-se ver dois
modos de governo.
Nessa
fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir
o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova
civilização. A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em
normas políticas dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a
ter como referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram
o governo central monárquico com o necessário comando único reunindo no rei os
antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento dos
costumes antigos os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções
religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.
Nesta terceira semana
estão organizadores e financistas como ministros de Estado que viveram no
século XVI, XVII e XVIII. São estadistas do governo pós-medieval. Impõem a
ordem, favorecem a indústria e desenvolvem os recursos naturais. Alguns se
tornaram conhecidos por suas guerras, mas não estão aqui por essa razão. O
militarismo de seus governos foi por vezes necessário. Para seu financiar seu
custo encorajaram a indústria como um meio de conseguir recursos para as
despesas da guerra. Richelieu dá o nome a esta terceira semana dos grandes
ministros.
Ver em
1105 C em 05 de novembro o QUADRO DO MÊS
DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos do mês na
evolução social da política.
ARANDA (1718-1798) nasceu de uma
família nobre de Aragão, na Espanha. No Exército chegou a Diretor de
Artilharia, introduziu o sistema prussiano de exercícios na Guerra dos Sete
Anos e comandou uma campanha contra Portugal em 1762. Em 1764 tornou-se capitão
general de Valência.
Depois das revoltas de 1766 em Madrid, o rei Charles III colocou
Aranda como presidente do Conselho de Castela. Ele convenceu o rei de que as
conspirações contra o governo tivessem sido inspiradas pelos jesuítas e
preparou o decreto da expulsão dessa ordem religiosa católica. Os jesuítas
saíram então da Espanha e da América Espanhola em 1767.
Aranda se mostrou um dos mais habilidosos ministros do rei Charles
III. Ele era admirador de Voltaire e de d’Alembert. Marcou sua passagem na
política de 1765 a
1773 com um número imenso de reformas financeiras, judiciárias e militares e por
medidas importantes para favorecer a indústria, o comércio e a educação. O
poder excessivo da Igreja Católica foi reduzido, os jesuítas foram expulsos e
limites foram postos ao despotismo da Santa Inquisição em sua investigação
religiosa.
Aranda seguia uma política de apoio ao rei, o que causou sua
impopularidade. Charles III disse-lhe que “OS
ESPANHÓIS SÃO COMO CRIANÇAS QUE GRITAM QUANDO SÃO CORRIGIDOS”. O rei, não
podendo mantê-lo, o enviou como embaixador para a França em 1773, onde ficou
até 1787. Lá ele absorveu as idéias francesas dos enciclopedistas, que eram
pensadores emancipados da religião, leigos, tornando-se amigo de Voltaire.
Aranda negociou em Paris com as colônias revoltadas da América do
Norte, o que contribuiu ao feliz resultado de sua luta pela libertação, contra
a Inglaterra. Quando o rei Charles III morreu foi sucedido por Charles IV que o
chamou para a Espanha.
Em 1792 Aranda retornou ao seu comando militar em Valência. Ele foi
autorizado a ir para suas terras em Aragão em 1795, onde morreu em 1798.
Antes da Revolução Francesa na maior parte das outras nações da
Europa foram feitas tentativas por seus estadistas para fazer as reformas
necessárias. Era indispensável realizar uma política moderna na nova sociedade
industrial e científica, eliminando os restos da política feudal da
guerra e dos privilégios.
Esses estadistas eram políticos convencidos das doutrinas laicas,
não religiosas, seculares, dos Enciclopedistas franceses, usando o
pacífico poder central de comando único dos reis. Foram políticos como
Turgot, na França, de 1774 a
1776; na Inglaterra com Pitt, de 1784
a 1789; na Espanha, Charles III de 1759 a 1788; em Portugal com
o Marquês de Pombal de 1750 a
1777; na Áustria com Joseph II de 1780 a 1790; na Prússia com Frederico II o
Grande, de 1740 a
1786; na Dinamarca com Struensee de 1770 a 1772; em Toscana com Leopoldo de 1765 a 1790. A eles pode-se juntar
o papa Clemente XIV de 1769 a
1775, por suprimir os jesuítas.
As reformas para a modernidade científica e industrial seriam uma grande evolução, se fossem
realizadas gradualmente por todos os governos, para prevenir a grande revolução
francesa, sangrenta e sem governo. E o rei Charles III de Espanha mostrou-se o
político mais cuidadoso entre os governantes da época.
E Charles III contou com a inteligente habilidade do Conde de
Aranda.
AMANHÃ: alta capacidade como administrador, com novos métodos na
lavoura: Turgot.
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