sexta-feira, 1 de novembro de 2013

1102 C DE MAISTRE a necessária unidade de comando no governo e na teoria política

02 DE NOVEMBRO. De Maistre: a importância do passado para a Sociologia científica

DE MAISTRE
Conde Joseph Marie De Maistre
(nasceu em 1753, em Chambéry, Savoie, na França; morreu em 1821, em Turim, então Sardenha, Itália)

FILÓSOFO MORALISTA CONSERVADOR E POLÍTICO FRANCÊS

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da religião e do feudalismo.
É quando os homens se libertam do poder do homem sobre o homem em nome de poderes por vezes injustos e misteriosos.
O movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII passou a ter duas correntes. Um movimento foi de destruição da filosofia medieval antiga e o outro movimento foi de preparação da nova filosofia humanista científica, positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon construiam uma nova filosofia. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente, contra as doutrinas antigas, a assaltos ainda mais poderosos do que os feitos pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
A quarta semana está sob a presidência de Hume, que, na discussão da natureza humana e da vida social, industrial e religiosa coloca as bases da moderna Sociologia teórica abstrata. Aqui estão historiadores filosóficos como Robertson e Gibbon; Condorcet com a teoria positiva da História; de Maistre que fez a primeira apreciação do sistema da Idade Média sob o ponto de vista humano e os três principais representantes do pensamento alemão moderno com Kant, Fichte e Hegel.

Ver em 1008 01 C  em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês

DE MAISTRE (1754-1821) nasceu em Chambéry. Seu pai, presidente do Senado da Savoia, tinha um caráter enérgico e era profundamente respeitado. Seu filho, o mais velho dos 10 filhos, passou por todos os graus da magistratura e tornou-se senador ainda quando seu pai era o presidente do Senado.
De Maistre sentia grande veneração por seus pais. Quando estudava em Turin, ele não lia um livro sem, antes, obter o seu consentimento. Em política, ele era suspeito de tendência pelo liberalismo, mas quando os republicanos da França invadiram a Savoia em 1793, ele se opôs corajosamente às suas ordens.
Depois de ocupar posições oficiais elevadas na Sardenha, ele foi enviado em 1802 para São Peterburgo na Rússia, como embaixador extraordinário. Lá ele viveu por 15 anos e foi onde escreveu a maior parte de suas obras.
Com a queda de Napoleão, ele deixou a Rússia indo para Turim. Seu grande tratado Du Pape foi publicado ali, em 1817. Foi em Turim que De Maistre morreu em 1821.
De Maistre em suas cartas e em suas memórias, durante a Revolução Francesa e o Império de Napoleão, são cheias de textos e observações sábias. Embora um completo conservador, tinha grande repulsa contra a fúria cega dos reacionários. Seu desejo era de que a França fosse contida, mas não aniquilada.
Ele afirmava que, em política e em física, só havia um método seguro: o método experimental. O que o levou a prever com acerto a queda de Napoleão. Nunca mudou de opinião.
A filosofia política de De Maistre se encontra em sua obra Du Pape. Esse texto teve grande influência sobre o pensamento e sobre as pesquisas históricas e sociológicas. Ele conseguiu completar a filosofia histórica de Condorcet. Foi uma apreciação bem feita da Idade Média, que, para Condorcet, não passava de um tempo bárbaro de obscurantismo. De Maistre mostrou como são as condições permanentes da organização política. E ele empregava sempre o método científico positivo para a pesquisa histórica. Por exemplo, na sua defesa do papado, ele se baseia inteiramente em justificações humanas, não sobrenaturais, não religiosas.
O tratado Du Pape é composto de 4 livros: no primeiro trata do papa em suas relações com a Igreja Católica, discute a questão da infalibilidade papal, que considera como uma condição necessária para o governo da Igreja. Ele mostra que o papa deve ter uma decisão final qualquer e sem apelo. E essa decisão é o papa que deve dar, e não os concílios. Os parlamentos e assembléias são comprovadamente imprevisíveis e irresponsáveis.
No segundo livro ele se ocupa das relações do papado com o poder temporal. O papa deve amenizar o rigor dos reis, manter a moralidade pública e a santidade do casamento. Ele se refere à famosa bula do papa Alexandre VI que regulou o conflito entre a Espanha e Portugal na posse das terras então descobertas da América do Sul. Foi quando o papa dividiu a posse pelo meridiano do tratado de Tordesilhas, a Espanha ficando com as terras a oeste e Portugal com as terras a leste do meridiano.
No terceiro livro De Maistre mostra a influência do papa sobre a civilização. No quarto, discute a relação com as igrejas separadas.
A teoria de De Maistre sobre o governo político e sobre a necessidade da unidade de comando, são de grande importância para a aplicação de uma ciência política moderna.
Além de tudo, De Maistre prova que o passado da sociedade só pode ser bem conhecido se for estudado com muito respeito. Caso contrário as importantes lições do passado serão perdidas para a formação de uma sociologia científica e para guiar um governo de justiça, de progresso e de proteção dos trabalhadores.
O passado só pode ser entendido se for sempre respeitado.

AMANHÃ: George Hegel. O governo do mundo pelo conhecimento afirmando que o espírito governa o mundo:


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