sexta-feira, 28 de setembro de 2012

0929 B MOLIÈRE comédia engraçada com visão ética do que é sábio e o que é louco


29 DE SETEMBRO. Molière: a nobre tarefa de habilidosa divulgação elevada e educada

MOLIÈRE
Jean-Baptiste Poquelin
(nasceu em 1622, em Paris; morreu em 1673, em Paris, França)

ATOR E DRAMATURGO MAIOR POETA DA COMÉDIA FRANCESA

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção
O motor da ação é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.

ARTE
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Esta terceira semana tem como chefe Molière, no domingo que a encerra. Contêm os grandes cômicos, mestres da arte no tema da histórica e da sátira dos costumes. Entre os doze nomes somente dois são autores de peças de teatro. Em comparação, entre os poetas antigos no mês de Homero, há quatro autores de comédia. No mundo moderno a comédia de costumes passou do teatro para o romance.

Ver em 0909 01 B  O Quadro do Mês de Shakespeare, O Drama Moderno, com os grandes tipos representantes da evolução social do mês.

JEAN-BAPTISTE POQUELIN (1622-1673), conhecido como MOLIÈRE, era o filho mais velho de Jean Poquelin, fabricante de tapetes, mais tarde indicado como fornecedor da corte do rei de França. Molière estudou no célebre colégio de Clermont, dirigido pelos jesuítas, uma das escolas francesas de alto nível, que tinha como alunos personagens brilhantes, entre eles Voltaire. Estudou filosofia com o famoso pensador e cientista Gassendi, que, de certo modo, foi o precursor do experimentalismo de Locke.
Ele admirava o poeta romano Lucrécio, tendo começado uma tradução de seu poema, que consta num fragmento, na sua peça o Misântropo. Em seguida ao colégio estudou direito e formou-se como advogado.
Sabe-se que seu avô deu-lhe a orientação para o gosto pelo teatro, com que ele se apaixonou pela arte cênica. Em 1544, com 22 anos, ele entrou para um grupo de atores já famoso, conhecido como a Companhia do Ilustre Teatro. Foi quando ele adotou o nome artístico de Molière, com o qual ele é desde então conhecido. Esse nome já tinha sido usado antes por alguns atores e escritores.
Molière consagrou toda sua energia e recursos para a prosperidade de seu grupo teatral. Como não tinha então sucesso em Paris, a Companhia passou a fazer turnês pelas províncias francesas. Durante 12 anos, de 1646 a 1658, Molière passou sua vida em viagens constantes, em que ele obteve grande experiência e fama.
Em 1658 ele retornou definitivamente a Paris, com uma grande reputação adquirida no interior do país. Foi bem acolhido pelo rei da França e pelos últimos 15 anos de sua vida ali trabalhou sem descanso como ator e como escritor.
Durante o tempo em que realizou suas turnês, Molière compôs um grande número de comédias. Seu primeiro grande sucesso, que revelou seu gênio, foi Prècieuses ridicules de 1656. Nela ele fazia o papel de Mascarille, um nome geralmente usado nas comédias para o empregado sem vergonha. Esse tipo de personagem que aparecia com freqüência, quase sempre era representado pelo próprio Molière.
Nessa peça original e deliciosa, ele dá continuidade à qualidade especial de sua carreira artística, a comédia satírica de costumes modernos. Com deliberado propósito ele faz a análise, a descrição e a avaliação de um tipo importante, que ele submete ao julgamento do bom senso e do sentimento de justiça.
Moliére realizou a nobre tarefa de divulgação do pensamento elevado e das boas maneiras com um instinto superior e uma incansável constância. Durante sua vida produziu uma série de pinturas sistemáticas da vida moderna, até sua morte no exercício da missão a que se dedicou. Ele estando doente, desmaiou no palco representando o Malade Imaginaire, o Doente Imaginário, em 1673, morrendo horas depois, aos 51 anos de idade.
As grandes comédias de Molière se seguiram à École des Femmes, Escola das Esposas, de 1662 até Femmes Savantes, Esposas Sábias, de 1672, foram apresentadas nos últimos 10 anos de sua vida. As datas de suas principais peças são Don Juan de 1665, o Misanthrope de 1666, o Tartuffe de 1667, o Avare, o Avarento, de 1668, o Bourgeois Gentilhomme, O Burguês Gentil-homem de 1670, Fourberies de Scapin, Trapaças de Scapin de 1671, Le Malade Imaginaire, O Doente Imaginário de 1673.
Todas as peças de Molière têm sua leitura recomendada até nossos dias, por seu valor ético e filosófico. Durante o período de Molière em Paris, cerca de 14 anos, ele escreveu e encenou perto de 30 comédias, compostas em meio a um trabalho incessante de ator, diretor e membro da corte real, ainda sofrendo com conflitos domésticos agudos, intrigas profissionais ferozes e censura dos religiosos.
A originalidade de Molière está na sua noção do que é o teatro cômico. A comédia, para ele, pode ser engraçada, mas se baseia na constante visão dupla do que é sábio e do que é louco, direito e errado, ambas as imagens vistas juntas, lado a lado. Essa é sua invenção e essa é sua glória.

AMANHÃ: A habilidade no controle de grandes corais e força instrumental: Giovanni Pergolesi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário