29 DE SETEMBRO.
Molière: a nobre tarefa de habilidosa divulgação elevada e educada
MOLIÈRE
Jean-Baptiste
Poquelin
(nasceu em 1622, em
Paris; morreu em 1673, em Paris, França)
ATOR E
DRAMATURGO MAIOR POETA DA COMÉDIA FRANCESA
Estética
parte da Filosofia para a
idealização, para a emoção
O motor da ação é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o
conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
ARTE
Define-se
a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada
da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo
da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim
como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar,
estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de
classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos
simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos
complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou
individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos
respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A
sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais
estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização
medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de
revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico
independente.
Esta terceira semana tem como
chefe Molière, no domingo que a encerra. Contêm os grandes cômicos, mestres da
arte no tema da histórica e da sátira dos costumes. Entre os doze nomes somente
dois são autores de peças de teatro. Em comparação, entre os poetas antigos no
mês de Homero, há quatro autores de comédia. No mundo moderno a comédia de
costumes passou do teatro para o romance.
Ver em
0909 01 B O Quadro do Mês de
Shakespeare, O Drama Moderno, com os grandes tipos representantes da evolução
social do mês.
JEAN-BAPTISTE POQUELIN (1622-1673),
conhecido como MOLIÈRE, era o filho mais velho de Jean Poquelin, fabricante de
tapetes, mais tarde indicado como fornecedor da corte do rei de França. Molière
estudou no célebre colégio de Clermont, dirigido pelos jesuítas, uma das
escolas francesas de alto nível, que tinha como alunos personagens brilhantes,
entre eles Voltaire. Estudou filosofia com o famoso pensador e cientista
Gassendi, que, de certo modo, foi o precursor do experimentalismo de Locke.
Ele admirava o poeta romano Lucrécio, tendo começado uma tradução
de seu poema, que consta num fragmento, na sua peça o Misântropo. Em seguida ao colégio estudou direito e formou-se como
advogado.
Sabe-se que seu avô deu-lhe a orientação para o gosto pelo teatro,
com que ele se apaixonou pela arte cênica. Em 1544, com 22 anos, ele entrou
para um grupo de atores já famoso, conhecido como a Companhia do Ilustre Teatro.
Foi quando ele adotou o nome artístico de Molière, com o qual ele é desde então
conhecido. Esse nome já tinha sido usado antes por alguns atores e escritores.
Molière consagrou toda sua energia e recursos para a prosperidade
de seu grupo teatral. Como não tinha então sucesso em Paris, a Companhia passou
a fazer turnês pelas províncias francesas. Durante 12 anos, de 1646 a 1658, Molière passou
sua vida em viagens constantes, em que ele obteve grande experiência e fama.
Em 1658 ele retornou definitivamente a Paris, com uma grande
reputação adquirida no interior do país. Foi bem acolhido pelo rei da França e
pelos últimos 15 anos de sua vida ali trabalhou sem descanso como ator e como
escritor.
Durante o tempo em que realizou suas turnês, Molière compôs um
grande número de comédias. Seu primeiro grande sucesso, que revelou seu gênio,
foi Prècieuses ridicules de 1656.
Nela ele fazia o papel de Mascarille, um nome geralmente usado nas comédias
para o empregado sem vergonha. Esse tipo de personagem que aparecia com
freqüência, quase sempre era representado pelo próprio Molière.
Nessa peça original e deliciosa, ele dá continuidade à qualidade
especial de sua carreira artística, a comédia satírica de costumes modernos.
Com deliberado propósito ele faz a análise, a descrição e a avaliação de um
tipo importante, que ele submete ao julgamento do bom senso e do sentimento de
justiça.
Moliére realizou a nobre tarefa de divulgação do pensamento
elevado e das boas maneiras com um instinto superior e uma incansável constância.
Durante sua vida produziu uma série de pinturas sistemáticas da vida moderna,
até sua morte no exercício da missão a que se dedicou. Ele estando doente,
desmaiou no palco representando o Malade
Imaginaire, o Doente Imaginário, em 1673, morrendo horas depois, aos 51
anos de idade.
As grandes comédias de Molière se seguiram à École des Femmes, Escola das Esposas, de 1662 até Femmes Savantes, Esposas Sábias, de
1672, foram apresentadas nos últimos 10 anos de sua vida. As datas de suas
principais peças são Don Juan de
1665, o Misanthrope de 1666, o Tartuffe de 1667, o Avare, o Avarento, de 1668, o Bourgeois
Gentilhomme, O Burguês Gentil-homem de 1670, Fourberies de Scapin, Trapaças de Scapin de 1671, Le Malade Imaginaire, O Doente
Imaginário de 1673.
Todas as peças de Molière têm sua leitura recomendada até nossos
dias, por seu valor ético e filosófico. Durante o período de Molière em Paris,
cerca de 14 anos, ele escreveu e encenou perto de 30 comédias, compostas em
meio a um trabalho incessante de ator, diretor e membro da corte real, ainda
sofrendo com conflitos domésticos agudos, intrigas profissionais ferozes e
censura dos religiosos.
A originalidade de Molière está na sua noção do que é o teatro
cômico. A comédia, para ele, pode ser engraçada, mas se baseia na constante
visão dupla do que é sábio e do que é louco, direito e errado, ambas as imagens
vistas juntas, lado a lado. Essa é sua invenção e essa é sua glória.
AMANHÃ: A habilidade no controle de grandes corais e força
instrumental: Giovanni Pergolesi.
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