13 DE
SETEMBRO. Lessing: grande dramaturgo das fraquezas e vícios humanos
LESSING
Gotthold Ephraim
Lessing
(nasceu em 1729, em
Kamenz, Alemanha; morreu em 1781, em Brunswick, Alemanha)
FAMOSO ESCRITOR
TEATRAL ALEMÃO POETA FILÓSOFO DO ILUMINISMO
Estética
parte da Filosofia para a
idealização, para a emoção
O motor da ação é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o
conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se
a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada
da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo
da arte é cultivar o sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a
ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando
o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de
classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos
simples do mundo material exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente
aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na Sociologia e
individual na Psicologia.
O mundo antigo era a muitos
respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A
sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais
estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização
medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de
revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico
independente.
A primeira semana do mês do Drama
Moderno compreende os autores dramáticos puros, os grandes sucessores de
Shakespeare, desde Lope de Vega a Goethe. Nessa classe se encontram criadores
do drama de imaginação que nos representam um mundo ideal povoado de seres
fictícios. O chefe de semana é Calderon.
Ver em 0909 01 B O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama
Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.
LESSING (1729-1781) era filho de um
respeitado pastor luterano, com uma família numerosa. Foi educado para seguir a
profissão de seu pai. Mas quando estudava em Leipzig, manifestou a paixão pelo
teatro, para tristeza de seus pais. Aos 20 de idade entrou na carreira
literária, que no fim da vida se tornou uma luta desesperada contra a miséria.
Em 1741 Lessing foi para a conhecida
escola Fürstenschule em Meissen, onde tornou-se um leitor habitual. Ele era
dedicado e inteligente, aprendendo a língua grega, o latim e o hebraico. Sua
admiração pelas peças teatrais dos autores latinos Plautus e Terênce estimulou
sua ambição de também escrever comédias.
Em 1746, aos 17 anos, entrou para a
Universidade de Leipzig para o estudo da teologia. Mas seu grande interesse era
em literatura, filosofia e arte.
Logo em 1748 Lessing escreveu a comédia
O Jovem Estudante, Der Junge Gelehrte, uma sátira contra os intelectuais
arrogantes, superficiais e inseguros. Com ela ele fazia rir de sua própria
mania livresca. Logo escreveu outras comédias sobre as fraquezas humanas como o
preconceito, a intolerância, a incerteza, a avareza, o jogo, a intriga,
hipocrisia, corrupção, frivolidade.
Numa das comédias, Die Juden, Os
Judeus, Lessing elogia a nobreza de caráter, num choque a favor da tolerância
em relação aos judeus, que ainda eram obrigados a viverem separados em guetos.
Ele foi para Berlin em 1748, onde
passou a fazer traduções para o alemão do francês e do inglês de livros
históricos e filosóficos. Também se dedicou à crítica e à revisão do lançamento
de livros.
Como crítico, sua grande contribuição
foi livrar o teatro das noções artificiais francesas que dominavam, então, a
dramaturgia alemã. Lessing se apresentava como um “Atleta Sagrado”, que gostava
de entrar em luta contra os intelectuais arrogantes. Seus ensaios estimularam a
literatura alemã e combateram o dogmatismo conservador. Defendeu a tolerância
em tudo e a procura permanente da verdade.
De fato ele era apaixonado pela
liberdade, pela verdade e seu enérgico caráter era orientado pela lógica e
disciplinado pelo estudo inteligente da literatura antiga e moderna, no desejo
de resultados sólidos comprovados pela razão.
Os escritos de Lessing são de um seu
estilo incisivo e simplicidade de argumentação. Em suas Rettungen ,
Reivindicações, ele, em quatro ensaios, procura defender a liberdade de
pensadores como Cochlaeus e Cardano, que foram injustamente acusados e
perseguidos.
Possuindo uma larga erudição, ele não
deixava de se apoiar em regras naturais e humanas. Sempre manteve o hábito de
trocar opiniões com todos os seus compatriotas, em especial com os atores e os
militares.
Lessing ao se esforçar para tirar da
nova literatura alemã a dominação estrangeira, não era movido por um sentimento
de patriotismo estreito. Ele fazia apelo a seus companheiros não só como
alemães, mas também como seres humanos. Ele foi um dos primeiros a revelar o
teatro do inglês Shakespeare no país.
Mas não havia razão de acusá-lo de
sentimentalismo exagerado, numa época de revolução de costumes e independência
religiosa, com o fim do feudalismo e com a secularização. Lessing foi o
precursor dos grandes poetas clássicos da Alemanha, embora se recusasse a usar
o nome de poeta.
No seu drama Nathan der Weise ele
coloca em cena o islamita, o judeu e o cristão numa peça teatral que contém
noções de teologia e de filosofia, combinando seriedade ética com toques
cômicos. Nela Lessing torna clara a igualdade ética das três grandes religiões.
E mostra que a verdadeira religião humana é a religião do amor, sem
preconceitos e devotada ao serviço da humanidade.
AMANHÃ: Os dolorosos enganos e sofrimentos da
dúvida na modernidade: GOETHE.
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