22 DE SETEMBRO.
Corneille: o drama do choque de idéias, seu pensar, suas angústias
CORNEILLE
Pierre Corneille
(nasceu em 1606, em
Rouen, França; morreu em 1684, em Paris)
POETA E
DRAMATURGO FRANCÊS INTRODUTOR DA POESIA HISTÓRICA NA LITERATURA
Estética
parte da Filosofia para a
idealização, para a emoção
O motor da ação é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios
fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
ARTE
Define-se
a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada
da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo
da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim
como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar,
estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de
classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos
simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos
complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou
individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos
respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A
sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais
estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização
medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de
revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico
independente.
Nesta segunda semana do Calendário
estão como representantes desta fase da evolução social aqueles mestres do
drama histórico que pintaram os tipos tomados do passado de preferência a
caracteres puramente imaginários. Desse modo aqui Schiller é colocado ao lado
de Corneille, assim como na semana passada Goethe foi colocado ao lado de
Calderon. A semana tem como chefe Corneille.
Ver em
0909 01 B O Quadro do Mês de
Shakespeare, O Drama Moderno, com os grandes tipos representantes da evolução
social do mês.
PIERRE CORNEILLE (1606-1684) realizou a introdução principal da
poesia histórica na literatura mundial.
Corneille recebeu o nome de seu pai, Pierre, um advogado do rei de
França. Nasceu em Rouen, em 6 de julho de 1606, numa casa ainda conservada na
Rue de la Pie.
A longa vida de Corneille se deu toda em paz, sem outra alteração
a não ser a produção de suas peças teatrais. Ele foi educado pelos jesuítas,
pelos quais conservou sempre o respeito e gratidão. Ele substituiu seu pai na
função de advogado e se dedicou à prática do direito “sem prazer e sem
sucesso”.
Aos 23 anos de idade, em 1629, ele produziu sua primeira peça, uma
comédia, representada em
Paris. Com seu sucesso, ele foi admitido na sociedade
dramática do grande estadista o cardeal Richelieu, que formou o grupo chamado
como “les cinq auteurs”, sociedade dos cinco autores.
Outras peças teatrais foram feitas, e em 1636 Corneille revelou
seu poder como escritor nos dramas Médée
e Le Cid. O drama clássico já havia
sido feito antes, mas, com Le Cid,
Corneille elevou esse gênero teatral à perfeição.
O drama Le Cid provocou, desde sua apresentação, um grande
entusiasmo da parte do público. Ele foi traduzido para todas as línguas da
Europa. Mas as peças de Corneille não seguiam a norma de regularidade exigida
pelos críticos.
A doutrina da unidade exigia que houvesse unidade de tempo, os
eventos devendo ficar dentre do período entre o nascer e o pôr do sol. Deveria
também manter a unidade de lugar e de ação evitando mais do que uma situação.
Formou-se um conflito com a crítica e nos dramas seguintes feitos por Corneille;
ele acabou obedecendo à norma.
Corneille escrevia realizando a concentração emocional num dilema
moral e num supremo momento da verdade, quando os personagens principais
reconheciam o seu envolvimento com o dilema moral.
Ele não só faz o enfoque do personagem como destaca o choque entre
idéias. A ação provoca a reação. Não só o que é feito, mas o que é pensado,
sentido, sofrido. Ele usa o método da simetria. Apresenta, como um bom
advogado, um lado do conflito e depois o outro lado, uma posição em seguida de
seu oposto.
Os dramas históricos de Corneille formaram uma série de peças
retratando com verdadeira compreensão todas as principais fases da civilização
romana com um tratamento dramático ideal. Por seu conteúdo cultural suas peças
são até hoje recomendadas para leitura. Uma seleção conteria os dramas:
Le Cid
Horace
Cinna
Polyeucte
Pompée
Rodogune
que são as
obras-primas de Corneille.
Recomendam-se ainda os dramas:
Heraclius
Nicomède
Pertharite
Oedipe
Sertorius
Othon
Pulchérie.
São todos
dramas de nobres personagens e de elevada idealização histórica.
Corneille é não somente o criador e o chefe do drama na França,
mas ainda um dos mais nobres educadores e um dos tipos humanos mais importantes
da nação francesa, digno por seu próprio valor e também por suas obras, de ser
colocado à frente dos autores históricos da França e de toda a Europa.
AMANHÃ:
Um gigante como dramaturgo tanto no México como na Espanha: Ruiz de Alarcon.
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