15 DE SETEMBRO. Calderon: visão da
ética antiga frente aos ideais da modernidade
CALDERON DE LA BARCA
Don Pedro
Calderón de la Barca
y Henao
(nasceu em 1600, em
Madrid; morreu em 1681, Madrid, Espanha)
DESTACADO POETA
E DRAMATURGO DA ERA DE OURO DA LITERATURA ESPANHOLA
Estética
parte da Filosofia para a
idealização, para a emoção
O motor da ação é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios
fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
ARTE
Define-se
a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada
da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo
da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim
como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar,
estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de
classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos
simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos
complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou
individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos
respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A
sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais
estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização
medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de
revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico
independente.
A primeira semana do mês do Drama
Moderno compreende os autores dramáticos puros, os grandes sucessores de
Shakespeare, desde Lope de Vega a Goethe. Nessa classe se encontram criadores
do drama de imaginação que nos representam um mundo ideal povoado de seres
fictícios. O chefe de semana é Calderon.
Ver em 0909 01 B O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno,
com todos os grandes tipos humanos do mês.
CALDERON (1600-1681) é o principal representante do teatro
espanhol. Nasceu no último ano do século 16, em 1600 e morreu com a idade de 81
anos em Madrid.
Ele nasceu numa família da aristocracia espanhola. Recebeu a
educação habitual em sua época, primeiro numa escola dos jesuítas e depois na
Universidade de Salamanca.
Aos 19 anos ele retornou a Madrid e se dedicou à arte dramática.
Em 1625 foi para a Itália, onde escreveu várias de suas melhores peças teatrais,
entre elas foram La Vida Es
Sueño (A Vida É um Sonho) e El Médico de Su Honra (O Médico de Sua Honra).
Quando Lope de Vega morreu em 1635, o rei de Espanha Philippe IV
chamou Calderon e o nomeou o poeta da corte. O rei foi um zeloso protetor das artes.
Foi o início de 15 anos dedicados à produção de peças dramáticas.
Em 1651 ele tornou-se padre e logo foi nomeado capelão do rei.
Desde então passou a escrever dramas religiosos que se chamam Autos
Sacramentales, compostos nas principais cidades da Espanha na ocasião da festa
de Corpus Christi. Eles representam o mistério mais importante da fé católica,
com todos os recursos da alegoria religiosa.
Calderon sempre se mostrou caridoso, sua casa sendo o refúgio para
os pobres e os infelizes. Não tinha inimigos e era recebido com simpatia pelo
povo.
Do número considerável de suas obras foram conservados 120 dramas
e 72 Autos de grande valor artístico. Pelo menos sete obras–primas de Calderon
ainda são de leitura recomendada até hoje.
Entre as melhores obras estão cinco peças teatrais:
A Secreto Agravio, Secreta Venganza Secreta Vingança para Secreto Insulto
El Alcalde
de Zalamea, O Prefeito de Zalamea
No siempre
lo peor es cierto, Nem Sempre o Pior É Verdade
Las Mañanas de Mayo, As
Manhãs de Maio
Também são recomendados dois Autos:
Em várias de suas peças de teatro, Calderon faz a idealização
artística das relações familiares. Na vida social a família está a maior base
para a felicidade humana. Ele mostra todas as afeições dos laços domésticos com
admirável habilidade, nas condições psicológicas e morais da família.
A mais popular peça de teatro de Calderon, La
Vida Es Sueño descreve a vida como um sonho
do qual se acorda somente depois da
morte. Ele mostra com habilmente a desilusão da época com a ética da religião
em conflito com os ideais da modernidade.
O rei de Espanha fez de Calderon um Cavaleiro da Ordem Militar de
Santiago em 1636. A
popularidade do artista era grande, sendo aclamado nos teatros públicos como
nas apresentações para a corte real. Ele tornou-se então o mestre do teatro
espanhol.
O mérito de Calderon está na profundidade de seu pensamento, na
sua continuidade. Ele demonstra grande profissionalismo e uma sublime arte, sua
visão psicológica, a racionalidade e seu padrão moral fazem dele uma das
maiores figuras do teatro em todo o mundo.
AMANHÃ: As mais aplaudidas e melhores tragédias na secularização
da arte: Tirso de Molina.
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