18 DE SETEMBRO.
Racine: na língua francesa em tragédias com grande beleza
RACINE
Jean-Baptiste
Racine
(nasceu em 1639, em La Ferté-Milon ,
Valois, França; morreu em 1699, em Paris)
POETA TEATRÓLOGO DRAMÁTICO
FRANCÊS NOTÁVEL POR SUAS TRAGÉDIAS CLÁSSICAS
Estética
parte da Filosofia para a
idealização, para a emoção
O motor da ação é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios
fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
ARTE
Define-se
a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada
da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo
da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim
como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar,
estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de
classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos
simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos
complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou
individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos
respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A
sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais
estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização
medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de
revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico
independente.
Nesta segunda semana do Calendário
estão como representantes desta fase da evolução social aqueles mestres do
drama histórico que pintaram os tipos tomados do passado de preferência a
caracteres puramente imaginários. Desse modo aqui Schiller é colocado ao lado
de Corneille, assim como na semana passada Goethe foi colocado ao lado de
Calderon.
Ver em
0909 01 B O Quadro do Mês de Shakespeare, O Drama Moderno, com os grandes tipos
representantes da evolução social do mês.
RACINE
(1639-1699) nasceu em família que, por três gerações, manteve o nome de Jean e
que foram coletores de impostos. Os seus pais morreram quando ainda era
criança.
Foi
educado por seus avós, que tinham relações muito estreitas com a abadia de
Port-Royal. Recebeu sua educação no colégio de Beauvais até os 16 anos e
continuou em seguida seus estudos no Port-Royal, onde ficou por três anos, até
ir para o colégio de Harcourt, em Paris. Mais tarde foi ao Languedoc, onde morou
algum tempo na casa de um tio, um cônego, estudando teologia para se tornar
padre.
Aos
22 anos, voltando a Paris, decidiu-se definitivamente pela poesia. Os seus
biógrafos relatam sua dedicação ao estudo dos clássicos e de seus sucessos
precoces. Ele escrevia poemas latinos elegantes e se interessou pelos autores
dramáticos da Grécia. Sófocles, Eurípides e Ariosto eram seus autores
favoritos. Nenhum poeta moderno teve uma educação clássica tão completa, a não
ser talvez John Milton e Thomas Gray.
Na
idade de 20 anos, sua Ode sobre o casamento de Luis XIV chamou a atenção de
Colbert que lhe ofereceu um prêmio e, mais tarde, uma pensão lhe foi dada por
outra ode que escreveu aos 23 anos. Racine se associou a Nicolas Boileau e
Molière e algumas tragédias datam dessa época de sua juventude.
Na
sua peça Andrômaco, de 1667, o jovem poeta com apenas 27 anos se revelou em
toda sua força. Ele obteve o apoio do rei da França e de sua corte. Houve até
um movimento que proclamava sua superioridade em relação a Pierre Corneille.
Mas, na verdade, seu predomínio passageiro se devia mais ao majestoso estilo do
que ao conteúdo criativo de suas peças. Mas a comparação não desmerece o alto
valor de Racine.
Entre
1667 e 1677, em dez anos, Racine compôs sete tragédias e uma comédia cheia de
encanto. Todas as suas peças foram recebidas com aplausos gerais, quase
extravagantes. Ele foi proclamado o primeiro poeta de seu tempo.
Phedro,
de 1677, a
última tragédia desses dez anos, é decerto, sua obra-prima na tragédia pura.
Mas Racine ficara muito sensível e desconfiado e procurou se afastar da arte
dramática. Aborrecido das intrigas, dos ataques da crítica, com grandes dúvidas
religiosas sobre as injustiças do teatro e até de desilusões amorosas, ele
resolveu se consagrar à vida religiosa.
Racine
foi nomeado historiógrafo do rei de França. Durante vinte e dois anos
consagrou-se a recolher os materiais para uma história de Luis XIV nas horas
que não consagrava à devoção e à meditação religiosa. Ele morreu em 1699 aos 60
anos de idade.
Racine
escrevia com grande elegância e beleza. Toda a crítica reconhece nele o maior
mestre da língua francesa. Até nossos dias se recomenda a leitura de suas
peças: Andrômaco, Les Plaideurs, Britannicus, Bajazet, Iphigénie, Phedro,
Athalie.
AMANHÃ:
O teatro como instrumento de luta contra a opressão religiosa e política:
Voltaire.
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