segunda-feira, 17 de setembro de 2012

0918 B RACINE teatrólogo francês célebre pelo estilo e por suas tragédias históricas


18 DE SETEMBRO. Racine: na língua francesa em tragédias com grande beleza

RACINE
Jean-Baptiste Racine
(nasceu em 1639, em La Ferté-Milon, Valois, França; morreu em 1699, em Paris)

POETA TEATRÓLOGO DRAMÁTICO FRANCÊS NOTÁVEL POR SUAS TRAGÉDIAS CLÁSSICAS

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção
O motor da ação é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.

ARTE
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Nesta segunda semana do Calendário estão como representantes desta fase da evolução social aqueles mestres do drama histórico que pintaram os tipos tomados do passado de preferência a caracteres puramente imaginários. Desse modo aqui Schiller é colocado ao lado de Corneille, assim como na semana passada Goethe foi colocado ao lado de Calderon.
Ver em 0909 01 B O Quadro do Mês de Shakespeare, O Drama Moderno, com os grandes tipos representantes da evolução social do mês.


RACINE (1639-1699) nasceu em família que, por três gerações, manteve o nome de Jean e que foram coletores de impostos. Os seus pais morreram quando ainda era criança.
Foi educado por seus avós, que tinham relações muito estreitas com a abadia de Port-Royal. Recebeu sua educação no colégio de Beauvais até os 16 anos e continuou em seguida seus estudos no Port-Royal, onde ficou por três anos, até ir para o colégio de Harcourt, em Paris. Mais tarde foi ao Languedoc, onde morou algum tempo na casa de um tio, um cônego, estudando teologia para se tornar padre.
Aos 22 anos, voltando a Paris, decidiu-se definitivamente pela poesia. Os seus biógrafos relatam sua dedicação ao estudo dos clássicos e de seus sucessos precoces. Ele escrevia poemas latinos elegantes e se interessou pelos autores dramáticos da Grécia. Sófocles, Eurípides e Ariosto eram seus autores favoritos. Nenhum poeta moderno teve uma educação clássica tão completa, a não ser talvez John Milton e Thomas Gray.
Na idade de 20 anos, sua Ode sobre o casamento de Luis XIV chamou a atenção de Colbert que lhe ofereceu um prêmio e, mais tarde, uma pensão lhe foi dada por outra ode que escreveu aos 23 anos. Racine se associou a Nicolas Boileau e Molière e algumas tragédias datam dessa época de sua juventude.
Na sua peça Andrômaco, de 1667, o jovem poeta com apenas 27 anos se revelou em toda sua força. Ele obteve o apoio do rei da França e de sua corte. Houve até um movimento que proclamava sua superioridade em relação a Pierre Corneille. Mas, na verdade, seu predomínio passageiro se devia mais ao majestoso estilo do que ao conteúdo criativo de suas peças. Mas a comparação não desmerece o alto valor de Racine.
Entre 1667 e 1677, em dez anos, Racine compôs sete tragédias e uma comédia cheia de encanto. Todas as suas peças foram recebidas com aplausos gerais, quase extravagantes. Ele foi proclamado o primeiro poeta de seu tempo.
Phedro, de 1677, a última tragédia desses dez anos, é decerto, sua obra-prima na tragédia pura. Mas Racine ficara muito sensível e desconfiado e procurou se afastar da arte dramática. Aborrecido das intrigas, dos ataques da crítica, com grandes dúvidas religiosas sobre as injustiças do teatro e até de desilusões amorosas, ele resolveu se consagrar à vida religiosa.
Em seguida Racine deixou o teatro e passou a uma vida de meditação religiosa. O confessor que ele consultou aconselhou-o a casar-se. De seu casamento com Catherine de Romanet teve sete filhos. O mais novo, Louis, tornou-se um poeta bem conhecido e escreveu uma biografia de Racine que se lê com prazer.
Racine foi nomeado historiógrafo do rei de França. Durante vinte e dois anos consagrou-se a recolher os materiais para uma história de Luis XIV nas horas que não consagrava à devoção e à meditação religiosa. Ele morreu em 1699 aos 60 anos de idade.
Racine escrevia com grande elegância e beleza. Toda a crítica reconhece nele o maior mestre da língua francesa. Até nossos dias se recomenda a leitura de suas peças: Andrômaco, Les Plaideurs, Britannicus, Bajazet, Iphigénie, Phedro, Athalie.

AMANHÃ: O teatro como instrumento de luta contra a opressão religiosa e política: Voltaire.

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