NOVEMBRO 17. Guilherme
o Taciturno: movimento forte contra a opressão estrangeira
GUILHERME O
TACITURNO
William Príncipe
de Orange, Conde de Nassau, William the Silente, Willem, Prins van Oranje, Graaf
van Nassau, Willem de Zwijger
(nasceu em 1533, em
Dillenburg, Nassau, Alemanha; morreu em 1584, em Delft, Holanda)
ESTADISTA
HOLANDÊS LÍDER DA GUERRA DE LIBERTAÇÃO DA HOLANDA
GOVERNO POLÍTICO NA MODERNIDADE
No mês
da Política Moderna são colocados os maiores nomes representativos dos séculos
em que o progresso da sociedade européia realizou duas funções:
1 o fim da organização militar medieval para a
guerra de defesa e dos antigos privilégios, costumes e crenças;
2 a preparação da nova civilização científica e
pacífica necessária para a atividade industrial e comercial, de paz e de ordem mantida
pelos diversos governos.
A ação
de mudança da política medieval para a política moderna realizou a limitação ou
extinção do poder e dos privilégios da nobreza, dos militares e das autoridades
religiosas e a manutenção de exércitos permanentes assalariados pelo governo
político. Nos regimes guerreiros de Roma, de guerra de conquista, como da Idade
Média, de guerra de defesa, os militares eram governo, como imperadores ou
barões feudais.
O
governo concentrado na monarquia gradualmente substituiu o governo
descentralizado dos barões. Ele constituiu o único elemento que ficou de pé do
antigo regime medieval católico-feudal no fim dos anos 1400, século XV. A luta
entre as autoridades centrais e as locais já tinham terminado e o governo
político não era mais ameaçado por nenhum outro poder rival. Os governos
passaram a governar sem a unanimidade cultural da Idade Média, como se fossem
ditadores, sob diversas formas. Nas biografias de Luiz XI e de Cromwell
podem-se ver dois modos de governo.
Nessa
fase histórica a política tinha por objetivo manter a ordem da nação e permitir
o livre progresso intelectual e industrial. São os estadistas da nova civilização.
A política anterior tinha como referência a lei dos deuses, em normas políticas
dadas pelo conhecimento das divindades e passa gradualmente a ter como
referência o bem da pátria e da sociedade humana.
Estabeleceram
o governo central monárquico com o necessário comando único reunindo no rei os
antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento dos
costumes antigos os reis tenderam a tirar do papa muitas das funções
religiosas, tais como a diplomacia e a manutenção da paz.
Nesta
segunda semana do mês estão políticos protestantes ou simpatizantes, mas não
beatos. Protetores da liberdade religiosa, os sete grandes tipos humanos
viveram entre meados dos anos 1500 e o fim dos anos 1600, no tempo das guerras
de religião. Foram defensores da tolerância, considerando as crenças no ponto
de vista da ação política. O chefe da semana da liberdade religiosa é sua maior
figura, Guilherme o Taciturno, que termina semana.
Ver em
1104 01 B em 04 de novembro o QUADRO DO
MÊS DE FREDERICO A POLÍTICA MODERNA, com os grandes nomes representativos da
evolução social política do mês.
GUILHERME O
TACITURNO (1533-1584) em Dillenburg, no Condado de Nassau, na Alemanha. Era
filho de William, Conde de Nassau, tendo sido educado como protestante luterano
até a idade de 11 anos. Foi quando ele herdou grande território, que tinha o
principalidado de Orange.
O Imperador Carlos V da Espanha insistiu que ele fosse educado na
sua corte e convertido à religião católica romana. Em 1555, Felipe II, seu
filho e sucessor, fez William o stadtholder ou governador das províncias dos
Países Baixos, que incluíam a Holanda, da Zelândia e de Utrecht. Também em 1555
William sucedeu seu pai como Conde de Nassau.
Guilherme era uma pessoa de profundo discernimento, descobrindo as
intenções dos outros como por milagre, sendo singularmente frio, calmo,e
calado, tanto no pensar como na ação, de uma coragem e paciência a toda prova.
Quando Felipe II da Espanha e Henrique II da França fizeram um
acordo secreto para acabar com a heresia do protestantismo no mundo em 1559,
Henrique contou a Guilherme do pacto realizado. Ele escutou em silêncio sem
mostrar qualquer surpresa e assim ganhou o apelido de “TACITURNO”. No entanto,
ele não era um homem silencioso, sendo um orador eloqüente e mantendo agradável
conversação. Guilherme, embora católico, se opunha à política de perseguição
aos protestantes feita por Felipe II. Estava contrário à Santa Inquisição que
procurava penetrar nas consciências, mesmo quando as heresias não se manifestavam.
Na ocupação da Holanda pela Espanha era feita permanente
violência, em especial aos protestantes, perseguidos pela Inquisição. Guilherme
organizou um forte movimento contra a opressão espanhola.
Em 1567 Felipe II mandou o Fernando Álvarez de Toledo, terceiro
duque de Alba com um exército para acabar com a liberdade nos Países Baixos.
Guilherme foi obrigado a se retirar para seu condado alemão de
Nassau-Dillenburgo, fez profissão de fé como protestante luterano e atacou o
duque de Alba com um exército alemão.
A luta foi longa, até que chegasse a resultados imortais. Os
diques foram abertos e a água cobriu todo o território. A Europa seguia
estupefata, ano após ano, a resistência sem fim desse pequeno país, metade
embaixo dágua, onde Utrecht, Leyde e Haarlem, nomes sagrados para sempre nos
anais do patriotismo holandês indomável, lutaram em grande desvantagem contra
os melhores soldados da Espanha, comandados pelos melhores generais da época.
Guilherme abraçou publicamente o calvinismo. Sua vigorosa inteligência
se preocupava só dos interesses humanos, e, embora crendo em Deus, fazia sem
duvidar a troca dos dogmas dos católicos, dos luteranos ou dos calvinistas. Ele
sempre insistiu pela tolerância religiosa.
Guilherme foi assassinado em 1584, mas a guerra continuou por 25
anos até que a Holanda ganhasse a liberdade. Seu nome ficará para sempre ligado
em todo mundo à afirmação da independência nacional e à liberdade de
consciência, princípios que foram indispensáveis para abrir caminho ao
progresso do conhecimento científico e industrial na Europa do ocidente.
Então a República Holandesa teve direito à glória de ser o lugar
de proteção dos patriotas exilados de todos os lugares e o asilo seguro para
pensadores como Descartes e Espinoza, dos mais avançados do mundo.
AMANHÃ: Estadista inflexível fundou a Universidade Complutense de
Madrid: Cardeal Ximenes.
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