27 DE
MARÇO. Erasistrato: A dissecação do corpo humano.
ERASISTRATO
Erasistratus
de Ceos
(nasceu
cerca de 300 antes da nossa era, em Julis, na ilha de Ceos, agora Keos, no mar
Egeu, Grécia; morreu cerca de 250)
MÉDICO
E ANATOMISTA GREGO PAI DA FISIOLOGIA
AS
BASES DA CIÊNCIA
Os gregos
antigos tiveram grandes filósofos até a obra de Aristóteles. Depois dele, os
pensadores passaram ao estudo das ciências particulares. A filosofia ficou sem
maior desenvolvimento.
Todos os
conhecimentos da época foram registrados pela descrição dos fatos da vida
diária. Anotaram os conflitos políticos, as paixões humanas, a estrutura e as
doenças do corpo humano, todos os fatos que a sua volta ocorriam na
agricultura,à navegação e às outras artes. Mas o que tornou célebres os gregos
antigos foi que descobriram o estudo abstrato dos fenômenos dos seres, pelo
estudo de suas propriedades, dos acontecimentos, das ocorrências.
O início
do estudo ABSTRATO foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos.
Outros, como os egípcios, já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e
já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos.
Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por
meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que
formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos,
não são objetos físicos que existam ou bens que se possam minerar ou cultivar
na natureza ou produtos obtidos por fabricação.
A função
cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência
humana. Envolve a observação dos fenômenos ou acontecimentos e sua elaboração
mental abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com
aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou
experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca
da idade de sete anos.
O
filósofo francês Auguste Comte já tinha identificado o mesmo nos povos
primitivos e nas crianças. Somente quando os povos evoluem da feitiçaria ou
feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em
deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de
enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a
desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental,
embora capazes de criar seus deuses abstratos, não conseguiram criar a ciência
abstrata talvez por ser a casta sacerdotal secreta um poder político
totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos pensadores laicos.
A
primeira semana do mês de Arquimedes consagra os sábios que pesquisaram a
medicina e os conhecimentos biológicos preliminares que resultaram dessas
pesquisas. A presidência da semana é de Hipócrates. Ali figuram os nomes dos principais
anatomistas da universidade de Alexandria no Egito e daqueles entre os autores
árabes que escreveram sobre medicina.
Ver o
Quadro 0325 01 B do mês de Arquimedes
Ciência Antiga.
O quadro mostra os grandes homens representantes da criação dos fundamentos do
conhecimento biológico na antiguidade.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
ERASISTRATO nasceu em Julis, na ilha de Ceos, na Grécia. Fontes da
época, não desmentidas, dizem que ele era filho de Pythias, filho de
Aristóteles.
Ele estudou com Teofrasto. Viveu algum tempo na corte do rei da
Síria Seleucus I, conhecido como Nicator (em grego “o conquistador”) que reinou
do ano 301 antes da nossa era até o ano 280. Ali ele ficou famoso quando curou
o filho do rei de uma afecção nervosa, pela descoberta de seu amor por
Stratonice.
Os grandes trabalhos de Erasistrato foram realizados em
Alexandria, no Egito, então no mais alto ponto de seu ardor cultural, sob o
patrocínio do rei Ptolomeu Soter. Ele fundou uma escola de anatomia na cidade.
Consagrou-se aos estudos anatômicos e especialmente à dissecação
do corpo humano, realizando, segundo a tradição, a vivisecção sobre os
criminosos, embora não se tenha notícia do resultado que ele obteve por esse meio.
Eresistrato produziu muitas obras sobre a anatomia e a medicina,
mas só conhecemos esses trabalhos pelas citações de Celso, de Galeno e de
outros autores. Segundo essas informações, ele retificou certos conhecimentos
sobre as relações anatômicas do coração e dos grandes vasos que ficam em
comunicação com esse órgão. Ele ainda atribuía às artérias a função de recolher
o ar dos pulmões para o distribuir a todo o corpo. Do mesmo modo como Herófilo,
seu contemporâneo, ele deu grande atenção à anatomia do sistema nervoso e no
que se refere a suas funções, completou o que Aristóteles havia escrito.
Erasistrato acreditava que os nervos transportavam o “espírito do
nervo” vindo do cérebro e que as artérias transportavam o “espírito animal”
criado pelo coração com o ar que vinha dos pulmões. Ele descreveu corretamente
a função da epiglote e das válvulas do coração, inclusive da tricúspide, a que
ele deu o nome. Foi o primeiro grande defensor do pneumatismo, que supunha que a vida era associada com um vapor sutil
chamado pneuma.
Os médicos de Alexandria como Herófilo e Erasistrato foram os
primeiros a fazer dissecações de cadáver para o estudo de doenças 3 séculos
antes da nossa era. Mas foi o médico Galeno na Grécia que usou a autópsia nos
anos 200 da nossa era, pela primeira vez, para relacionar os sintomas
apresentados pelos pacientes com o que era achado no exame dos órgãos afetados
no seu cadáver. Esse foi o grande passo realizado e que tornou usada a
autópsia, rompendo uma grande e antiga barreira ao progresso da medicina.
Alguns papiros do Egito contêm o estudo sistemático da anatomia,
feitos cerca dos anos 1600 antes da nossa era, sobre as maiores vísceras, mas
sem indicar as suas funções. Esse foi o conhecimento do médico grego Hipócrates
nos anos 400 antes de nossa era. Cem anos depois, Aristóteles produziu grande
avanço com o estudo da anatomia dos animais. Mas os primeiros progressos da
anatomia científica foram feitos por Herófilo e Erasistrato. Poucos avanços
foram alcançados pelos antigos romanos e pelos árabes. Outros progressos da
anatomia só seriam feitos depois dos anos 1500, século XVI, da nossa era.
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