MARÇO19. Filon de Alexandria: harmoniza o judaísmo e
a filosofia grega.
FILON DE ALEXANDRIA
Philo Judaeus, Philon de Alexandrie, Philo of Alexandria
(nasceu
cerca do ano 20 antes da nossa era, em Alenxandria; morreu cerca do ano 50 da
nossa era, em Alexandria)
IMPORTANTE
FILÓSOFO JUDEU HARMONIZA FÉ REVELADA COM RAZÃO FILOSÓFICA
A evolução intelectual da sociedade libertada do regime da
cruel
Teocracia sacerdotal do oriente, iniciando a aplicação da
ciência pura abstrata à vida humana.
Pela primeira vez na história da
sociedade aconteceu que pensadores livres dedicassem sua vida a pesquisar o
homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios
que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas
cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas
foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas
teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da
nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a
oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a
ciência dos fenômenos abstratos como duas forças novas para o progresso da
humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta
duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à
ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a
ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o
original estudo da ciência abstrata particular dos fenômenos se fortaleceu.
Esta é a quarta semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga.
É consagrada à escola de Platão que prepara a doutrina da igreja cristã.
Ver o Quadro 0226-1
do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens
representantes da criação da ciência abstrata.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
FILON DE ALEXANDRIA foi um judeu de Alexandria, de uma família
sacerdotal, falando a língua grega, o mais importante filósofo do judaísmo
helênico. Sabe-se que ele foi enviado como chefe de uma representação dos
judeus de Alexandria ao imperador Calígula para se defender do notório
anti-semita Apion que os acusava de recusar a prestar as honras devidas a
César; sabe-se ainda que ele fez uma segunda viagem a Roma no tempo do
imperador Cláudio. É tudo que se conhece dos detalhes de sua vida pessoal.
O historiador dos judeus Josephus, contemporâneo de Filon, informa
que a família do filósofo era das mais nobres de sua linhagem. Seu irmão
Alexandre Lysimachus era o homem mais rico da cidade de Alexandria, tendo
contribuído com ouro e prata para recobrir os nove grandes portões do Templo de
Jerusalém.
Mas as obras de Filon são de grande interesse. Elas mostram que
havia em Alexandria uma numerosa e importante escola de pensadores judeus que
se encarregou à tarefa de conciliar o judaísmo com a filosofia grega e
especialmente com a filosofia de Platão. Filon não foi apenas um copiador dos
filósofos gregos, repensando e desenvolvendo as doutrinas de Platão, de
Aristóteles, Pitágoras e outros. Ele adotou as idéias de Aristóteles em
cosmologia e em ética, havendo predominância do pensamento de Platão. Filo
adotou o significado místico dos números de Pitágoras, em especial do número
sete e também a disciplina de vida pitagórica.
Para a harmonia do judaísmo com a filosofia da Grécia, ele fazia
um uso ilimitado da alegoria em sua interpretação das escrituras sagradas.
Filon comentava a passagem do Gênese que diz: “O céu e a terra foram feitos” explicando que o céu significa razão
e a terra sensação. Quanto à criação do mundo em seis dias afirma que “não se deve tomar o texto ao pé da letra,
porque o tempo não existia antes da criação. Somente saber que o seis era um
número perfeito e o sete era ainda mais perfeito”. Toda a história bíblica
era interpretada dessa maneira. Os quatro rios do paraíso são interpretados
como as quatro virtudes; Adão significa a razão, Eva o sentimento e a paixão -
e assim por diante.
Mas a mais importante das concepções dessa escola é a sua teoria
do Logos traduzido habitualmente nas
escrituras cristãs pela palavra Verbo,
com a dupla significação de palavra
e de razão, como ocorre no
exemplo análogo da palavra italiana ragionare.
Como conseqüência é do Deus Supremo, para Filon, que vem a razão,
o pensamento ou a palavra. Filon fala então do filho primeiro-nascido ou
primogênito de Deus, criador e governador do mundo e do segundo Deus,
grande-sacerdote de Deus, existente em toda eternidade. Em outros textos Filon
fala do logos como sendo a idéia das
idéias de onde sai, primeiro o mundo platônico das formas invisíveis e mais tarde sai então o universo visível.
São Jerônimo e outros padres citam a então conhecida frase “Ou Platão filoniza ou Filo platoniza”.
A influência importante da escola de Filon sobre a teologia do cristianismo é
bem clara.
Por essa razão ele é considerado por escritores cristãos como o
precursor da teologia cristã.
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