MARÇO 09:
Apolônio de Tiane e seus muitos milagres
APOLÔNIO DE TIANE
Apollonius of Tyana
(nasceu
cerca do ano 1 de nossa era, em Tiane, na Cappadocia, na Ásia Menor; morreu
cerca do ano 80)
FILÓSOFO
GREGO HERÓI MÍSTICO ADORADO NO IMPÉRIO ROMANO
A
evolução intelectual livre do cruel regime teocrático de castas. Iniciando a
criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece
que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é,
a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que
somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia
Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a
observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se
destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da
nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a
oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a
ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta
duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à
ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a
ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o
estudo da ciência particular se fortaleceu.
Nesta segunda semana se mostram os ideais dos antigos gregos
aspirando organizar toda a vida humana com base nas ciências. Ideais colocados
por Pitágoras tendo por base a Matemática.
A semana
termina no domingo dedicado a Pitágoras, o chefe da semana.
Ver o Quadro 0226-1
do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens
representantes da criação da ciência abstrata.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
APOLÔNIO nasceu em Tiane, na Capadócia. Ele aprendeu Gramática e
Retórica na cidade de Tarso, onde ninguém pode deixar de supor que ele pudesse
encontrar como estudante o judeu Saul, que viria a ser o grande apóstolo Paulo.
Depois se retirou para Egeu na Cilícia, Ásia Menor, onde estudou medicina e
filosofia no Templo de Esculápio, onde era feito o culto ao deus grego da
medicina. Encontrou-se com Euxene, um pitagórico, que lhe passou o entusiasmo
pelo grande mestre Pitágoras, de modo que ele adotou a disciplina pitagórica e
sua maneira de viver. Ele se absteve de comer animais, de se vestir com suas
peles, passou a dormir no chão e a observar a regra dos cinco anos de silêncio.
Apolônio foi a seguir em viagem pelo oriente, encontrando em
Ninive a Damis, que se tornou seu fiel amigo e seu companheiro de viagem e que
deixou as narrativas de suas aventuras. Eles viajaram juntos ao Egito, para a
África, Itália e Espanha. Mas as costas ocidentais do Mar Mediterrâneo na Ásia
Menor e em especial a cidade de Êfeso foram os lugares de sua atuação. Apolônio
exerceu ali e nas cidades vizinhas uma grande influência social e moral
reprimindo o luxo e a dissipação, acalmando os ânimos perturbados por meio da
fascinação de sua aparência elevada, digna e de sua natureza superior.
É verdade que foi atribuído a Apolônio de Tiane os poderes de
fazer milagres, o que não foi propagado pelo próprio filósofo. Quem lê a sua
biografia feita por Filostrato não tem a impressão de que ele fosse um impostor
ou um charlatão. Antes fica a impressão de um homem sinceramente dedicado a
seus semelhantes. Ele mostrou grande interesse na permanência do governo de
Roma de governantes sábios. Quando esteve no Egito ele esteve com Vespasiano e
depois com seu filho Tito.
Quando convidado a entrar em conspirações contra o Império Romano,
Apolônio recusou com firmeza. Esse governo do Império não é, diz ele, um
autogoverno da democracia, mas é bem melhor que uma aristocracia ou uma oligarquia.
Ele disse:
“Embora que
um homem superior em virtude possa mudar uma democracia de forma a fazer que
pareça uma ditadura; embora o governo de um homem só, desde que em tudo governe
para o bem comum, esse governo será, propriamente, uma república”
Na biografia de Apolônio de Tiane feita por Filostrato não se vê
sinal algum de rivalidade com a vida de Cristo ou com algum santo cristão. Por
vários séculos ele foi acusado como um impostor. Mas enfim justiça foi feita a
um homem que, depois de Pitágoras, depois de estabelecido o Império Romano,
teve em vista a renovação do mundo ocidental por meios menos violentos, menos
subversivos e mais humanos que os usados pela igreja cristã primitiva.
Muitos romanos se tornaram adeptos de Apolônio, mantendo o culto
de seu mestre com memoriais e altares em honra ao seu herói religioso.
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