MARÇO 18:
Xenocrates o sucessor de Platão.
XENÓCRATES
(nasceu no
ano 396 antes da nossa era, na Calcedônia, na Ásia Menor, hoje Turquia; morreu
no ano 314, em Atenas)
FILÓSOFO
GREGO DISCÍPULO, SUCESSOR E DIVULGADOR
DA DOUTRINA DE PLATÃO
A evolução intelectual da sociedade libertada do regime da
cruel
Teocracia sacerdotal do oriente, iniciando a aplicação da
ciência pura abstrata à vida humana.
Pela primeira vez na história da
sociedade aconteceu que pensadores livres dedicassem sua vida a pesquisar o
homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios
que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas
cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas
foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas
teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da
nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a
oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a
ciência dos fenômenos abstratos como duas forças novas para o progresso da
humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta
duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à
ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a
ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o
original estudo da ciência abstrata particular dos fenômenos se fortaleceu.
Esta é a quarta semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga.
É consagrada à escola de Platão que prepara a doutrina da igreja cristã. O
chefe de semana é Platão no domingo que a encerra.
Ver o Quadro 0226-1
do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens
representantes da criação da ciência abstrata.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
XENÓCRATES da Calcedônia
foi o filósofo grego, discípulo de Platão, que acompanhou seu Mestre quando ele
foi ao encontro de Denys na Sicília.
A maior parte de sua vida ele passou na Academia Grega que Platão
havia fundado pelos anos de 380 antes da nossa era. Depois da morte de Platão
no ano 348, ele saiu de Atenas acompanhando Aristóteles. Voltou no ano 339
sendo eleito como dirigente da Academia, que ele presidiu depois da morte do
discípulo de Platão de nome Speusippo nesse ano de 339. XENÓCRATES dirigiu a
escola de Platão durante vinte e cinco anos, até o ano 314, quando morreu.
Ele acompanhou Aristóteles em suas viagens a partir do ano 48.
Xenócrates havia sofrido com o ridículo de Platão por sua letargia. Platão
comparava sua calma com o modo enérgico de Aristóteles. E pela comparação com
cavalos, dizia: “Um precisa de uma
espora, o outro, do freio de uma rédea. Veja que burro estou eu treinando para
competir com que cavalo!” Os dois pensadores, no entanto, com qualidades
tão diferentes, parece que se integraram bem estabelecendo uma nova Academia na
Ásia Menor na nova cidade de Assus.
Aristóteles relata que as doutrinas de Xenócrates, expostas em
textos que foram perdidos, são semelhantes às idéias de Platão. Entre suas
teorias está a de “derivação”. A teoria explica toda realidade pela ação de
dois princípios opostos, “ O Uno” e “O indeterminado Dyad”. O Dyad é que produz
a diversidade, a multiplicidade, o mal e o movimento. O Uno ou Um é que produz
a unidade, o bem e o repouso. Números e as grandezas geométricas são o
resultado dessa derivação. Desse modo, a filosofia de Xenócrates procura
aproximar a teoria de Platão das essências absolutas com a filosofia dos
números de Pitágoras.
Xenócrates criou a teoria separando os deuses, os homens e os
demônios. Os demônios representavam seres meio homens, meio deuses, alguns
sendo bons e outros sendo maus. A aos demônios Xenócrates ensinava que a eles se
deve muito do que a religião atribuía aos deuses. E que os rituais do mistério religioso
na Grécia foram instituídos para agradar aos deuses, em especial aos deuses do
mal. Essa demonologia teve muita influência, em especial sobre os primeiros
escritores do cristianismo, que afirmavam serem os deuses pagãos apenas
demônios do mal.
Ele se fez destacar por sua austeridade, sua sobriedade, sua
veracidade e sua integridade, sendo com freqüência citado por Cícero com
elogios. Quando ele fez parte da embaixada enviada por Atenas ao rei Felipe da
Macedônia, ele foi o único a se opor com uma recusa inflexível às ofertas de
presentes ou de favores, fazendo o mesmo na sua visita à corte do rei
Antipater.
XENÓCRATES foi um autor fecundo, mas somente uma lista com o nome
de suas obras chegou até nossos dias. Ele morreu com a idade de 82 anos.
O lugar de Xenócrates em filosofia é o de sucessor imediato de
Platão, com o desenvolvimento do sistema
de pensamento de seu Mestre, especialmente nas tendências em direção ao
monoteísmo, como base de um regime moral mais severo.
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