MARÇO
20. João Evangelista: o quarto
evangelho no Novo Testamento.
JOÃO
EVANGELISTA
Saint
Jean l’Evangelist, John the Evangelist
(viveu
entre os anos 100 a
180 da nossa era)
AUTOR
DO QUARTO EVANGELHO FORMADOR DA DOUTRINA CRISTÃ
A evolução intelectual da sociedade libertada do regime da
cruel
Teocracia sacerdotal do oriente, iniciando a aplicação da
ciência pura abstrata à vida humana.
Pela primeira vez na história da
sociedade aconteceu que pensadores livres dedicassem sua vida a pesquisar o
homem e o mundo. Isto é, a filosofar, encontrando os fatos gerais e princípios
que governam tudo que somos e que nos envolve. Mas a explicação filosófica nas
cidades da Grécia Antiga não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas
foi feita usando a observação dos fatos. Antes a filosofia era secreta nas
teocracias e se destinava a imaginar a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da
nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a
oferecer universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a
ciência dos fenômenos abstratos como duas forças novas para o progresso da
humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta
duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à
ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a
ciência separada da filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o
original estudo da ciência abstrata particular dos fenômenos se fortaleceu.
Esta é a quarta semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga.
É consagrada à escola de Platão que prepara a doutrina da igreja cristã.
Ver o Quadro 0226-1
do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens
representantes da criação da ciência abstrata.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
JOÃO EVANGELISTA é o nome do autor do quarto evangelho do Novo
Testamento. Mais do que as outras parte do Novo Testamento, esse evangelho
formou a doutrina cristã junto com as epístolas de Paulo de Tarso para
estabelecer uma religião católica. O nome católico quer dizer universal, também
para os gentios, os não judeus, em oposição a uma religião limitada apenas aos
judeus, como queriam os cristãos aliados a S. Pedro.
A crença geralmente aceita diz que esse evangelho é de autoria de
São João, filho de Zebedeu, que também seria o autor do livro do Apocalípse.
Mas a crítica moderna chegou a conclusões diferentes dessa crença por razões
que parecem decisivas.
Em primeiro lugar o estilo do texto grego do Apocalípse difere
tanto do estilo do quarto evangelho que é difícil que os dois livros tenham
sido escritos pela mesma pessoa. Em segundo lugar, as matérias são ainda mais
divergentes: o Apocalipse é o mais judeu de todos os livros do Novo Testamento,
ao passo que o quarto evangelho é o menos ligado ao judaísmo para um só povo, do
que mais dirigido a uma doutrina católica, universal, para todos os povos.
O Apocalipse parece ter sido escrito no ano 68, antes da morte do
imperador Galba e quando a crença estava difundida por todo lugar que Nero
reapareceria, de acordo com Cap. XVII, 10, 11. Jerusalém ainda não estava sob
cerco e no livro é ardentemente expressada a convicção de que o povo judeu era
a nação central do mundo, com a qual todas as outras nações deveriam se unir.
Ao contrário, no quarto evangelho, não há nenhum traço de
judaísmo. A luta entre os cristãos judaicos de Jerusalém contra o universalismo
ou catolicismo de São Paulo parece então ter acabado há muito tempo. Na época
nem em Jerusalém nem sobre o monte Gerizim há algum privilégio de culto. Muitas
das numerosas diferenças entre o quarto e os outros três evangelhos indicam a
mesma tendência para a universalidade ou catolicidade pregada por Paulo de
Tarso no texto atribuído a João Evangelista.
Ocorre o mesmo na notável diferença sobre o ponto de saber se
Jesus celebrou ou não a páscoa na noite anterior à sua crucificação. De acordo
com o quarto evangelho, segundo o qual a crucificação foi colocada um dia mais
cedo do que nos outros evangelhos, não foi feita a celebração da páscoa, já que
o próprio Jesus seria a realização do que a páscoa simbolizaria.
Enfim, não há prova evidente de que o quarto evangelho tenha sido
reconhecido pela Igreja Católica antes do meio ou do fim do segundo século de
nossa era. Há evidências de que ele teria sido escrito por um cristão de
Alexandria profundamente compenetrado do espírito universalista dirigido para
os gentios como Paulo de Tarso e seus discípulos compreendiam. A filosofia de
Platão era familiar com esse espírito de universalidade e o pensamento de Filon
também. Pode-se ver que a primeira frase do evangelho tem toda a alegoria
ilimitada na interpretação das escrituras sagradas criada por Filon e poderia
ter sido escrita pela mão do próprio filósofo judeu:
“No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”
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