MARÇO 14.
PLÍNIO O MOÇO: Cidadão da Roma de cultura grega
PLÍNIO
O MOÇO
Gaius
ou Caius Plinius Caecilius Secundus, Pliny
the Younger, Pline le Jeune
(nasceu em
Come, Itália, no ano 61 da nossa era; morreu em Bitínia, Ásia Menor, cerca de
113)
ESTADISTA
E ESCRITOR ROMANO AUTOR DE FAMOSAS CARTAS COM REGISTROS HISTÓRICOS
A evolução
intelectual livre do cruel regime teocrático de castas. Iniciando a criação da
ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece que pensadores livres
dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a filosofar,
encontrando os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos
envolve. Mas a explicação filosófica nas cidades da Grécia Antiga não se baseou
na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos.
Antes a filosofia era secreta nas teocracias e se destinava a imaginar a
vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales,
Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a oferecer universo explicado
aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças
novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira,
de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se
deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da
filosofia. O estudo filosófico se enfraqueceu enquanto o estudo da ciência
particular se fortaleceu.
Esta terceira semana do mês de
Aristóteles da Filosofia Antiga apresenta o ponto de vista da Ética da cultura
grega. Esses pensadores é que mais atraíram os filósofos romanos. Eles figuram na
semana com três pensadores de Roma.
O tipo principal é Sócrates como
chefe da semana no domingo que a encerra.
Ver o Quadro 0226-1 do Mês de Aristóteles da
Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da
ciência abstrata.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
CAIUS PLINIUS era sobrinho por parte de mãe do naturalista de mesmo
nome conhecido como Plínio o Velho. Estudou leis e filosofia grega em Roma. Órfão
desde cedo, teve sua educação orientada por Lucius Rufus, estudando retórica
com Quintiliano. Mais tarde foi adotado por seu tio Plínio o Velho, ficando com
o nome e a herança do tio.
Aos 21 anos foi para a Síria como tribuno militar, onde estudou
com o filósofo estôico Eufrates. Dois anos depois voltou a Rome onde foi
elevado ao nível de senador e serviu em vários cargos públicos. Tornou-se muito
amigo do historiador Tácito de quem passou a corrigir os escritos. Passaram a
formar uma dupla literária. Aos 43 anos foi nomeado pelo imperador Trajano como
proconsul de Bitínia, na Ásia Menor. Sua correspondência com o grande imperador
chegou até nós, as Cartas de Plínio recebendo várias traduções.
Nas cartas de Plínio encontram-se referências à seita dos
cristãos, de quem diz que tinham se tornado tão numerosos naquela província que
muitos dos templos pagãos foram abandonados. Em resposta às questões de Plínio
sobre a conduta que deveria ter em relação aos cristãos, Trajano lhe recomenda
não organizar processos de inquisição, nem encorajar os delatores, mas punir
somente aqueles que se recusarem abertamente a reconhecer a autoridade de
Estado em matéria de ritual.
Foi o próprio Plínio que reuniu e publicou nove volumes de
Epistulae ou Cartas e um décimo volume com a sua correspondência oficial como
governador de Bitínia com o imperador Trajano. A não ser pelo ELOGIO DE
TRAJANO, temos conservadas até nossos dias apenas as suas CARTAS ao Imperador,
a Tácito, a sua mulher e a seus amigos íntimos. Vemos nesses documentos que
Plínio era generoso, sensível e que possuía uma alta cultura. Entre as mais
interessantes de suas cartas estão duas de seu amigo o historiador Publius
Cornelius Tacitus sobre a erupção do vulcão do monte Vesúvio, outra descrevendo
sua residência em Lanrentum, outra carta descrevendo a história de uma casa
famosa em Atenas e a carta ao imperador Trajano sobre o procedimento a tomar em
relação aos cristãos.
Do mesmo modo do que ocorre com a volumosa correspondência de
Cícero, as cartas de Plínio têm um grande valor histórico. Elas nos permitem
viver familiarmente com esses homens e com seus amigos, que, sob o ponto de
vista sociológico, são nossos verdadeiros ancestrais. Pelo sentimento geral,
pelo caráter e maneira de viver, o cidadão romano conhecedor da cultura grega
fica mais próximo de nós do que outros povos antigos na Ásia ou na Europa.
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