31 DE JULHO. Luís de
Camões: humanista na poesia épica, lírica e para teatro
CAMÕES
Luiz Vaz de Camões,
Camoëns ou Camoens
(nasceu em 1524, em Lisboa,
Portugal; morreu em 1580, em Lisboa)
POETA DE “OS LUSÍADAS”
HERÓICO ÉPICO DA NAÇÃO PORTUGUESA
ESTÉTICA
as artes da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da
atividade
A Idade Média promoveu a liberdade do povo trabalhador, com a
indústria e o comércio livre, com a sistematização do sistema capitalista de
liberdade civil. A civilização moderna, após o fim da civilização medieval,
com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande variedade
na atividade humana. A secularização fez a saída do ensino e das artes de
dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se
libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a
Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução sem a unanimidade cristã da Idade
Média. É a passagem de uma civilização
medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica científica e
industrial.
Triunfos esplendidos foram
conseguidos pelo gênio artístico aos poucos se afastando da religião, apesar do
clima de revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de
produzir, mesmo em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações
artísticas.
Nesta terceira semana o tipo
destacado como chefe de semana é Tasso. Ele tem seu dia no domingo, último dia
da semana. Aqui é relembrada a criação da poesia do espírito cavalheiresco
medieval, à idealização das virtudes da cavalaria e aos romances de aventura.
Ver em 0716 01 C O
QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com todos os grandes tipos humanos do
mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade
que prepararam a
civilização do futuro.
LUIZ
VAZ DE CAMÕES (1524-1580), o poeta nacional de Portugal nasceu em Lisboa, de
família nobre. Da parte de sua mãe Camões era parente de Vasco da Gama, o herói
da epopéia de “OS LUSÍADAS”. Vasco da Gama morreu no ano em que o poeta nasceu.
O
jovem Camões foi educado na Universidade de Coimbra, onde adquiriu um vasto
conhecimento da cultura antiga greco-romana junto com a cultura e filosofia de
seu tempo. Em seguida tornou-se professor e tutor na corte do rei João III de
Portugal.
Em
1546 ele foi banido da corte devido a um caso de amor com Catarina de Ataíde,
uma das damas de companhia da rainha. Essa paixão foi, talvez, a inspiração
para sua poesia de amor. O jovem ambicioso foi servir ao rei na guerra contra
os mouros no Marrocos, África, onde, em luta, ficou cego do olho direito. Em
seguida, aos 29 anos de idade, foi para as Índias.
Durante
17 anos Camões viveu na Índia, servindo a guerra no mar e na terra, em meio das
tempestades do oceano e aos combates com os mouros, árabes e com as tribos
indígenas da costa da Ásia. Depois de muitas dificuldades e decepções em que
sua firme e generosa natureza estava constantemente em ação, Camões retornou a
Lisboa em 1570, levando os originais de seu poema OS LUSÍADAS, a epopéia da
nação lusitana.
Publicado
seu poema em 1572, quando Camões tinha 48 anos, a obra foi rapidamente saudada
como o maior poema dessa época. Mas seu autor mesmo foi esquecido. Ele morreu
em 1580, na idade de 55 anos, pobre e obscuro.
A
epopéia de OS LUSÍADAS é o mais antigo tipo de um poema épico moderno, heróico,
regular no modelo clássico da ENEIDA de Virgílio e da FARSÁLIA de Lucano. O
nome LUSÍADAS vem do nome romano dado a Portugal, de origem nas antigas tribos
da região, os lusos.
O
poema faz o elogio dos feitos gloriosos dos portugueses e de suas vitórias contra
os inimigos da cristandade. Vitória não só sobre os adversários, mas também
sobre as forças da natureza, que a poesia diz serem forças motivadas pelos
deuses inimigos, da mitologia grega clássica. A descrição conta a história da
descoberta do caminho para a Índia por Vasco da Gama, feita em 10 Cantos e mais
de mil versos, 1.102 versos.
O
poema começa com os navios de Vasco da Gama já a caminho no oceano índico,
quando os deuses gregos do Olimpo se reúnem para discutir o que fariam com a
campanha, a ser favorecida por Vênus, e a ser atacada por Baco. Os Cantos 3, 4
e 5 contam a história toda de Portugal desde sua origem até a grande viagem.
Ali conta a morte de Inês de Castro, a batalha de Aljubarrota, o gigante
Adamastor, que promete destruir a frota de Vasco quando voltasse para Lisboa.
No
Canto 6 ele conta a história dos Doze da Inglaterra. E a deusa Vênus evita que
Baco provoque o naufrágio da frota portuguesa, que afinal chega a Calcutá, hoje
Kozhikode, na Índia, no fim de sua viagem. No Canto 7 e 8, o rei local é
recebido a bordo do navio de Vasco da Gama e, então, é feita a explicação das
figuras que estão nas bandeiras que adornam o barco do capitão da frota.
Na
viagem de volta, os Cantos 9 e 10 contam como os marinheiros foram
recompensados de suas lutas, pelas ninfas, na ilha que Vênus criou para eles.
Uma das ninfas fala das futuras vitórias dos portugueses. Então Thetis e Vasco
da Gama fazem a descrição do universo e os viajantes começam a viagem de volta
acompanhados pelas belas ninfas.
Camões
conseguiu, em seu poema, realizar uma preciosa harmonia entre a cultura
clássica e a ação prática, com delicada percepção e com habilidade artística,
para expressar os grandes perigos e as mais calorosas e sérias emoções humanas.
Ele
tem a admiração pela mitologia dos gregos, deixando a mostra o enfraquecimento
espontâneo das crenças medievais, confirmando a evolução do pensamento na
passagem de uma era de consenso religioso cristão para a etapa de revolução
cultural moderna com o humanismo. Camões tem um lugar de alta relevância na
poesia cavalheiresca do fim da Idade Média, com seu ímpeto heróico, marcial e
patriótico.
A
produção artística de Camões compreende a poesia épica, mas também a poesia
lírica e as obras para teatro. O principal tema de seus versos é o conflito
entre o amor apaixonado, sensual e o amor ideal, platônico, espiritual. Mas seu
mérito é a sua perfeição formal do sentimento profundo, mostrado com
simplicidade.
AMANHÃ: As baladas como a forma preferida para
a poesia do povo: Romanceiros Espanhóis.
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