17 DE JULHO. Bocácio: escritor
de fama no lançamento do humanismo renascentista
BOCÁCIO
Boccace, Giovanni
Boccaccio
(nasceu em 1313, em
Paris; morreu em 1375, em Certaldo, Toscana, Itália)
GRANDE POETA
HUMANISTA ITALIANO ENTRE OS MAIORES ESCRITORES DE TODOS OS TEMPOS
Estética, as artes da linguagem, da afeição e da expressão.
É parte da Filosofia. A emoção é o motor da atividade e da
inteligência.
A civilização moderna, após o fim
da Idade Média, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma
grande variedade na atividade humana, pela
liberdade do povo trabalhador, com a indústria e o comércio, com a
sistematização do sistema capitalista de liberdade civil. Criou também a
saída das artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos.
As artes se libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como
ocorreu com a Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem
conflito.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução.
É a passagem de uma civilização medieval da guerra de defesa para uma
civilização pacífica, científica e industrial.
Triunfos esplendidos foram
conseguidos pelo gênio artístico independente da religião apesar do clima de
revolta. É o sinal da potente capacidade da natureza humana de produzir, mesmo
em situação de desvantagem, um conjunto glorioso de criações artísticas.
A primeira semana tem Ariosto como
chefe, mostrado no domingo último dia da semana. Ali estão autores que criaram
pinturas ideais da natureza humana sob todas as suas formas, com a poesia de
costumes, mostrada nas suas manifestações da história da sociedade moderna.
Ver em 0716 01 C O
QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA MODERNA, com todos os grandes tipos humanos do
mês.
NOSSOS
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores
figuras humanas na antiguidade
que
prepararam a civilização do futuro.
GIOVANNI BOCCACIO (1313-1375) nasceu em Certaldo, na Toscana,
Itália. Seu pai era um comerciante e sua mãe de origem francesa. Estudou em
Florença com o gramático Giovanni da Strada e depois em Paris se preparando
para o comércio, por seis anos. Passou, depois, oito anos seguintes em Nápoles,
propondo-se a estudar direito. Conta-se que ao visitar o túmulo de Virgílio se
decidiu pela literatura. Em Nápoles ele viu e amou Maria, filha natural de
Roberto, rei de Nápoles, que foi a heroína de sua obra Fiammetta. Em Nápoles também tiveram começo as longas relações de
amizade com Petrarca. Lá, Bocácio escreveu várias de suas obras, entre as quais
Teseu, um poema que Chaucer traduziu
livremente no Conto do Cavaleiro.
Com a morte de seu pai em 1350 estabeleceu-se em Florença e foi
provavelmente nessa época que escreveu o Decameron, um conjunto de cem novelas
contadas por um grupo de três moços e de sete damas que se haviam refugiado
numa casa de campo para se afastar da peste que havia em Florença em 1348,
espalhando-se pela Europa.
A descrição do flagelo da peste forma uma estranha tela onde a
graça luxuosa e a alegria meio licenciosa desses contos revelam a comédia
humana, com uma mistura de fatos trágicos e emocionantes. Muitos desses contos
foram passar para a literatura da Inglaterra com Chaucer, Shakespeare e Keats.
Sua celebridade é devida menos talvez a seu mérito próprio do que pela beleza
rara do estilo, um modelo de prosa que, por várias gerações, dominou a
literatura na Itália. Bocácio lamentou mais tarde a publicação do Decameron e destruiu, antes de morrer, o
seu manuscrito. Mas a obra chegou até nós por meio das cópias que seus amigos
tinham feito.
É certo que as novelas e seus outros escritos em italiano foram
consideradas por ele mesmo e por seus contemporâneos como bem menos importantes
que os seus trabalhos sobre a literatura antiga. Seu livro De genealogia Deorum é um tratado feito com cuidado a respeito da
mitologia antiga. Com o desejo de estudar a língua grega, que era, então, uma
língua desconhecida, ele chamou para Florença o mestre Leontius Pilatus de
Tessalônica que viveu com ele por três anos e traduziu Homero para o latim. Em
1373 os florentinos convidaram Bocácio a dar lições sobre a Divina Comédia de Dante. A vida de Dante
que Bocácio escreveu e o seu comentário sobre a primeira parte do poema foram
conservados até hoje.
Pouco depois, por causa de suas doenças, ele se retirou para sua
cidade natal, onde morreu em 21 de dezembro de 1375, um ano depois da morte de
Petrarca, que, com ele será sempre associado como um dos precursores da
Renascença. Bocácio colocou a literatura da língua italiana vernácula no nível
e no prestígio dos clássicos da antiguidade.
Bocácio é o poeta e sábio italiano que lançou as bases do
humanismo da renascença junto com Petrarca. O humanismo coloca os humanos como
principais numa escala de valor, pelo estudo e destaque dado aos autores da
antiguidade. Que se desenvolveu mais tarde com o iluminismo em oposição às
crenças sobrenaturais, pondo a humanidade, a sociedade humana como referência,
como centro das atenções.
O humanismo corresponde a trocar a referência, a obediência, das
leis dos deuses passando a referência para o homem coletivo, terrestre. O
cristianismo unânime na Europa medieval tem na Santíssima Trindade o Deus homem
nascido de uma Santa Família humana. Na era moderna, pós-medieval, vivemos um
verdadeiro humanismo prático, em que julgamos uma ação como benéfica ou heróica
ou como criminosa se a favor ou contra o humano, contra a humanidade.
Bocácio colocou a literatura da língua italiana vernácula no nível
e no prestígio dos clássicos da antiguidade.
A arte, um dos modos da formação das opiniões, no fim da Idade
Média se torna secularizada, ou seja, sua produção deixa os padres e monges das
igrejas e dos conventos e vai para outros autores, não religiosos, laicos. Na
modernidade, os formadores de opinião ficam dispersos entre os artistas, professores,
jornalistas, médicos e entre tantos outros especialistas. É a característica de
nossos tempos de revolução cultural e política.
A especialização e pulverização doutrinária, no ensino e na arte pode
produzir uma séria incoerência cultural, isto é, a falta de unidade e
contradições do pensamento e dos costumes. É a falta de ligar a pessoa com si
mesma na coerência individual e a falta de ligar todas as pessoas mutuamente por
uma fé numa doutrina. É a falta de ligar e religar: a falta de uma religião,
que liga e religa por meio de uma doutrina comum, que faz a religação. Todas as
civilizações se formaram sob a direção de uma doutrina, de uma religião. Não há
civilização em religião.
É o ponto em que hoje nos encontramos na longa evolução mostrada
na história da sociedade humana. Com a queda do papado nos anos 1300 ficamos
sem a doutrina católica (universal em grego, para todos, para os gentios) da
idade média e entramos numa revolução cultural e dos costumes. Ou seja, estamos
com parte da população permanecendo em diversas formas de doutrinas e outra
parte numa fase revolucionária de transição na formação de novas doutrinas
sociais.
AMANHÃ: Ele seria queimado vivo na fogueira ao atacar o papa: o
padre e escritor Rabelais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário