10 DE
JUNHO. Santo Inácio: entusiasmo e esforço para reformar a igreja católica
INÁCIO DE LOYOLA
Inigo de Oñez y
Loyola, Ignace de Loyola; Loyola, Saint Ignatius of
(nasceu em 1491, em
Loyola, Castela, na Espanha; morreu em 1556 em Roma)
TEÓLOGO ESPANHOL
FUNDADOR DA ORDEM DOS JESUÍTAS NA CONTRA-REFORMA
A regeneração moral
com a compressão do egoísmo anti-social
O Catolicismo teve uma
ação importante na evolução social da Idade Média: a regeneração moral dos
povos, com a educação dos sentimentos e costumes. Esse resultado foi obtido
estimulando o altruísmo, que é o sentimento gregário, de associação, e
comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal. Assim os
violentos guerreiros se tornaram Cavaleiros para a proteção da mulher, dos
pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da Mãe de Deus
Verifica-se e fica bem
claro na história o papel das doutrinas religiosas no ensino e consagração para
a proteção, manutenção e aperfeiçoamento da sociedade humana em nome de um
sagrado ser superior divino. As doutrinas anti-sociais perturbam e mesmo levam
à morte da própria congregação religiosa. Essa é a razão do supremo poder de
vida ou de morte da associação humana, suave e sutilmente exercido desde os
mais remotos milênios da evolução da espécie. Os sábios sacerdotes de todas, de
todas as religiões sentiram a força dessa lei sociológica básica. Regra que
obrigou e obriga a todos a eternamente proteger e servir ao grande organismo
social humano em nome de seus adorados e poderosos deuses. Porque caso
contrário, todos morreriam com a destruição da sociedade.
LIBERDADE DE
CONSCIÊNCIA
Pela primeira vez na
história o poder das opiniões, do ensino e da consagração sem armas se torna
livre em relação ao poder coercitivo político armado. É a libertação do Poder
Espiritual, da liberdade de consciência, da formação da opinião. Liberdade
completa em relação ao Poder Temporal da disciplina dos atos pela força. A
liberdade dos formadores de opinião foi feita pelo Catolicismo pela primeira
vez na história do mundo. Antes do cristianismo católico o poder político era
totalitário, não havendo liberdade de consciência em todas as civilizações
passadas, para suas religiões. Comprova-se assim que o totalitarismo como
controle das consciências é de fato um regime político retrógrado e cruel,
muito antigo, bárbaro.
A quarta semana do mês
do Catolicismo mostra o seu papel de controlar e estimular a vida moral das
massas após a queda do papado e da fé. Com a perda do poder político as igrejas
nacionais católicas se subordinam ao poder político de cada país sem romper com
o papa. O tipo principal é Bossuet, chefe de semana, tendo sua biografia no
domingo último dia da semana. O protestantismo é representado pela mais pura de
suas seitas, os quakers, em que a utilidade social é completamente afastada da
ambição mundana.
Notar que em cada
semana deste mês figura uma ou duas mulheres ilustres: a mãe de Santo
Agostinho; Heloisa, com sua ternura e Beatriz; Santa Tereza d´Avila, a sublime
mística espanhola.
Ver em 0521 01 B O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com
todos os grandes tipos humanos do mês.
Santo
Inácio (1491-1556) com grande entusiasmo e
persistente esforço fez parte de mais uma tentativa de reformar a igreja
católica. Foi o sucessor dos reformadores da religião medieval dos anos 1200,
do século XIII.
Inácio
tentou parar a decomposição da religião devida à secularização iniciada nos
anos 1400, século XIII. E o fez reconstruindo o catolicismo com base no culto
da Virgem Maria, colocada como a divindade do ocidente. Tentou instituir um
verdadeiro novo sacerdócio tomando a direção geral da educação agora adaptada
às necessidades intelectuais e sociais da sociedade. Ao mesmo tempo procurou
ganhar a supremacia das missões no estrangeiro, atendendo à expansão mundial
que os europeus do ocidente pareciam exigir. Seus sucessores deram exemplos de
nobre desinteressada dedicação às tarefas propostas pelo fundador da sua ordem
religiosa.
INÁCIO
DE LOYOLA, fundador da Sociedade de Jesus, a ordem dos jesuítas, nasceu no
castelo de Loyola, na província basca de Guipúzcoa, no reino de Castela,
Espanha. Descendente de uma família nobre e rica, tornou-se um brilhante
militar e membro da corte do rei Fernando V de Aragão. Foi ferido em combate no
cerco da cidade de Pamplona por uma bala de canhão, atingido gravemente na
perna direita. Até então era dado às vaidades do mundo, sendo um homem ruivo de
baixa estatura, mais vaidoso do que sensual.
Durante
sua convalescença passou a ler a vida dos santos e decidiu dedicar-se à vida
religiosa. Retirou-se a uma ermida e foi em peregrinação a Jerusalém. Voltou à
Europa e estudou em universidades na Espanha e em Paris. Formou grupos
que se desenvolveram até formar a Sociedade de Jesus, a ordem dos jesuítas,
autorizada pelo papa em 1540. Foi em seguida eleito o primeiro GERAL dos
jesuítas, como único chefe da necessária unidade de comando do grupo que
cresceu rapidamente.
Quando
Inácio morreu em 1556 havia mais de 1000 jesuítas divididos em vários países,
na Itália, na Espanha, Alemanha, França e Portugal e ainda na Índia e no
Brasil.
O
plano de reforma da Igreja Católica falhou, tal como as anteriores, porque a
revolução intelectual não podia ser interrompida. Sob a direção de seus
sucessores sua política retrógrada se apoiou em vasta incoerência e hipocrisia.
É impossível ensinar ciência e fé teológica ao mesmo tempo que se subordina e
se torna dependente de recursos do poder político. Os jesuítas foram várias vezes
expulsos e depois reintegrados em vários países e até mesmo pelo papa. Em
Portugal e no Brasil foram excluídos pelo Marques de Pombal.
Apesar
das dificuldades, hoje os jesuítas formam a maior ordem religiosa católica e
estão dedicados a todos os trabalhos religiosos, mantendo escolas,
universidades, missões e evangelização em 112 nações em seis continentes.
Notar como a organização do Catolicismo da Idade Média sempre foi
uma entidade de ensino e de cultura, até os anos 1200 do século XIII detentora
de todas as escolas, de toda comunicação e formação de opinião do mundo
europeu. Depois da deterioração do poder político do papa e da religião
medieval, ainda é admirável a unidade e as belas organizações que restaram
desse imenso poder cultural.
AMANHÃ: Cardeal Frederico Borromeu: energia e defesa da cultura.
SECULARIZAÇÃO
A secularização é a transformação de uma sociedade
pelo abandono de seus
tradicionais e profundos valores e importantes instituições religiosas para aceitação e para o uso de outros
novos valores e instituições laicas
ou seculares, isto é, não religiosas.
A noção de secularização
resulta da percepção de que as
sociedades se desenvolvem ou progridem pela modernização e racionalização. Com a modernização a
religião perde a sua autoridade em todos os aspectos da vida social e de governo.
A
direção do ensino e da formação de opinião é feita pela religião. A
secularização promove a passagem dessas funções para instituições que em geral
não têm a coerência e a capacidade dos sacerdotes.
No
caso da Idade Média, na Europa, a partir dos anos 1300, século XIX, o ensino,
as artes e a informação deixaram de ter comando único nas mãos do papa e de
seus padres, dentro da unidade da fé. Toda formação de opinião e governo da
consciência passaram a ser feitas por especialistas, como professores,
consultores, psicólogos, médicos. É uma era de revolução de hábitos e costumes
e de conflitos em que nos achamos. Até que uma nova filosofia, uma nova e
elevada visão de mundo e de vida se estabeleça.
Notar
que
É verdade que você não será maior
do
que sua visão da vida, Iisto é, de sua filosofia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário