quarta-feira, 6 de junho de 2012

0605 B S BRUNO seus monges em silêncio no vale isolado se dedicaram à cópia de livros


05 DE JUNHO. São Bruno: foi para Chartreuse, de chartre, casa isolada, cela ou cárcere

SÃO BRUNO
Saint Bruno, Bruno the Carthusian, Saint; San Bruno
(nasceu cerca do ano 1030 da nossa era em Colônia, Alemanha; morreu em 1101 na Calábria, Itália)

SÁBIO MONGE ALEMÃO REFORMADOR DOS MOSTEIROS FUNDADOR DA ORDEM DOS CARTUXOS


A regeneração moral com a compressão do egoísmo anti-social

O Catolicismo teve uma ação importante na evolução social da Idade Média: a regeneração moral dos povos, com a educação dos sentimentos e costumes. Esse resultado foi obtido estimulando o altruísmo, que é o sentimento gregário, de associação, e comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal. Assim os violentos guerreiros se tornaram Cavaleiros para a proteção da mulher, dos pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da Mãe de Deus
Verifica-se e fica bem claro na história o papel das doutrinas religiosas no ensino e consagração para a proteção, manutenção e aperfeiçoamento da sociedade humana em nome de um sagrado ser superior divino. As doutrinas anti-sociais perturbam e mesmo levam à morte da própria congregação religiosa. Essa é a razão do supremo poder de vida ou de morte da associação humana, suave e sutilmente exercido desde os mais remotos milênios da evolução da espécie. Os sábios sacerdotes de todas, de todas as religiões sentiram a força dessa lei sociológica básica. Regra que obrigou e obriga a todos a eternamente proteger e servir ao grande organismo social humano em nome de seus adorados e poderosos deuses. Porque caso contrário, todos morreriam com a destruição da sociedade.
O Calendário Filosófico indica nas suas semanas quatro fases do Catolicismo: na primeira semana os quatro primeiros séculos com seus principais padres fundadores; na segunda semana a instituição política do papado, com Hildebrando, o papa Gregório VII; na terceira os fundadores da vida nos mosteiros; na última semana o controle e estímulo da vida moral da população e o surgimento do protestantismo.
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
Pela primeira vez na história o poder das opiniões, do ensino e da consagração sem armas se torna livre em relação ao poder coercitivo político armado. É a libertação do Poder Espiritual, da liberdade de consciência, da formação da opinião. Liberdade completa em relação ao Poder Temporal da disciplina dos atos pela força. A liberdade dos formadores de opinião foi feita pelo Catolicismo pela primeira vez na história do mundo. Antes do cristianismo católico o poder político era totalitário, não havendo liberdade de consciência em todas as civilizações passadas, para suas religiões. Comprova-se assim que o totalitarismo como controle das consciências é de fato um regime político retrógrado e cruel, muito antigo, bárbaro.
Desse modo se completa a instituição política da religião de São Paulo, começada pelo imperador Constantino, continuada por Teodósio. Atinge seu ponto culminante pelo estabelecimento final do poder político liberal sem armas do pontífice romano sob a direção de Hildebrando papa Gregório VII.
Nesta terceira semana são indicados os fundadores da vida nos mosteiros, que foi o grande reservatório da força moral durante a primeira parte da idade média. Note-se, pela vida de São Bernardo que preside a semana e pela vida de São Bento que a começa, com que eficácia essa força, desse modo colocada em reserva, foi de fato empregada.
A semana se encerra no domingo, com a biografia de seu tipo mais eminente, São Bernardo.

Ver em  0521 01 B O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com todos os grandes tipos humanos do mês.

A filosofia moderna demonstra que toda e cada religião na história da sociedade humana  é um sistema de ensino, de educação completo em todas as idades, para toda a vida.
O Catolicismo Romano criou um refinado sistema de ensino, de comemoração e sagração com originais instituições, como a cuidadosa instrução dos sacerdotes, a organização hierárquica da Igreja, a escolha dos iniciantes pelos superiores tirados em todas as classes sociais, a organização da vida monástica. Não merece essa época a acusação de ter sido uma noite de mil anos de escuridão e de atraso. Na verdade a Idade Média, com seu Feudalismo e sua Religião foi o berço da avançada civilização industrial moderna.
Desde os anos 300 o sacerdócio sabiamente elaborou os dogmas adequados à formação de uma elevada autoridade moral do clero em caráter internacional dentro da Europa do ocidente.
Somente por meio de uma pesquisa histórica equilibrada é que se pode conhecer o papel importante de instituições católicas romanas como os seus dogmas da infalibilidade do papa, do pecado original, da Santíssima Trindade, da Real Presença do Corpo de Cristo na Hóstia Sagrada.
Foi a única forma de religião que, pela primeira vez na história da cultura humana em todos os tempos, estabeleceu a completa liberdade dos formadores de opinião, de seus mestres padres e confessores, livres em relação ao poder político do governo político temporal. O Catolicismo obteve assim a capacidade internacional de formação homogênea unificada do ensino e da cultura em toda Europa do ocidente. Nos séculos quando o Império Romano gradualmente se tornou um conjunto de numerosos feudos, em governos regionais independentes responsáveis pela própria defesa.
O latim difundido pelos romanos no Império foi mantido e tornado o idioma internacional de todos os povos da Europa. A missa rezada em Portugal como na Alemanha era realizado na língua latina. Toda literatura e pesquisa então foi escrita em latim .Esse emprego do latim permaneceu mesmo após a queda do papado, só abandonado com o estabelecimento dos idiomas nacionais na modernidade. Quando a arte e o ensino deixaram os palcos e as salas religiosas para os lugares laicos.
São Bruno foi um sábio monge que dirigiu a educação católica e reformou a vida monástica.
BRUNO nasceu de família abastada em Colônia, na Alemanha. Para entrar para o sacerdócio estudou em Paris e Reims. Depois de ser ordenado padre, foi nomeado pelo arcebispo de Reims, chanceler e diretor de estudos na diocese.
Em 1080 recebeu o convite para ser o arcebispo de Reims, que não aceitou. Retirou-se para Saisse Fontaine, perto de Langres, no alto Marne, França. Desejando um retiro mais austero, tão mais austero que possível, foi com seis discípulos fervorosos na fé solicitar ajuda ao bispo de Grenoble, São Hugo. Recebeu a indicação de ir para um vale selvagem da montanha dos Alpes chamado de Chartreuse ou Cartuxo. A palavra Chartreuse, do francês chartre isto é cárcere, casa pequena isolada, indica a solidão do lugar e deu o nome da ordem dos frades cartuxos de S.Bruno. Tempos depois Chartreuse passou a dar o nome a um licor famoso.
Bruno e seus companheiros construíram em Chartreuse suas celas, uma igreja e estabeleceram um mosteiro, que mais tarde ficou célebre e conhecido por sua vida em rigorosa disciplina.
No ano de 1089 o papa Urbano II, que havia sido seu aluno, convidou Bruno para ir a Roma. Bruno obedeceu, mas a contragosto. Tendo recusado todas as funções que lhe ofereceram, obteve a autorização de se retirar e de fundar outro mosteiro, de nome Della Torre, na Calábria, no sul da Itália, onde morreu no ano 1101. Foi canonizado em 1514.
A época de Hildebrando, feito papa Gregório VII, foi o tempo da melhor tentativa de reforma da vida nos mosteiros, feita por São Bruno. A ordem dos monges Cartuxos seguia a regra de S. Bento e continuou a ser a mais severa de todas as ordens religiosas. Os Cartuxos se dedicaram especialmente à cópia de livros, assim mantendo a cultura acumulada na Idade Média.

AMANHÃ: O primeiro dos filósofos escolásticos: St.Anselmo

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