segunda-feira, 28 de outubro de 2013

1029 C ROBERTSON pesquisa leis sociais que regulam e explicam os fatos na história

29 DE OUTUBRO. Robertson: filósofo na preparação da moderna teoria sociológica


ROBERTSON
William Robertson
(nasceu em 1721, em Midlothian, Escócia; morreu em 1793, em Edinburgo, Escócia)

NOTÁVEL HISTORIADOR E FILÓSOFO ESCOCÊS DA TEORIA DA SOCIEDADE

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da religião e do feudalismo.
É quando os homens se libertam do poder do homem sobre o homem em nome de poderes por vezes injustos e misteriosos.
O movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII passou a ter duas correntes. Um movimento foi de destruição da filosofia medieval antiga e o outro movimento foi de preparação da nova filosofia humanista científica, positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon construiam uma nova filosofia. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente, contra as doutrinas antigas, a assaltos ainda mais poderosos do que os feitos pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
A quarta semana está sob a presidência de Hume, que, na discussão da natureza humana e da vida social, industrial e religiosa coloca as bases da moderna Sociologia teórica abstrata. Aqui estão historiadores filosóficos como Robertson e Gibbon; Condorcet com a teoria positiva da História; de Maistre que fez a primeira apreciação do sistema da Idade Média sob o ponto de vista humano e os três principais representantes do pensamento alemão moderno com Kant, Fichte e Hegel.

Ver em 1008 01 C  em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês

ROBERTSON (1721-1793), filho de um ministro presbiteriano, nasceu em Edimburgo. Ele seguiu a profissão de seu pai e chegou a ser o presidente da Assembléia Geral da Igreja Escocesa.
Em 1759 ele publicou sua História da Escócia durante os governos da Rainha Mary e do rei James VI, obra que exigiu dele numerosas pesquisas históricas. Em 1752 foi nomeado principal da Universidade de Edimburgo e em 1764 como historiógrafo do rei para a Escócia.
Sua principal obra foi a História de Carlos V, precedida de uma descrição do progresso da Sociedade européia após a queda do império romano até o começo do século 16. Essa obra foi publicada em 1769, seguida da História da América, publicada em 1777. Robertson morreu em 1793 em Edimburgo.
Robertson se coloca entre os pensadores filosóficos devido a sua capacidade de pesquisa e de generalização. Ele não realizava apenas a simples descrição dos fatos históricos. Em meio à grande quantidade de detalhes específicos, ele pesquisa os fatos gerais. Ou seja, Robertson conclui mostrando as leis que regulam e esclarecem o conjunto dos fatos particulares.
Ao estudar o estabelecimento do sistema feudal na Europa da Idade Média, ele mostra a uniformidade das leis e da política nos diferentes países do continente. Ele nota que, embora as nações bárbaras tomassem seus novos territórios em diferentes épocas, vindo de regiões diversas, falando outras línguas, sob chefes diferentes, a política e as leis que se estabeleceram foram pouco diferentes. Essa uniformidade surpreendente, explica Robertson, não é uma questão de raça. Deve-ser atribuída ao estado uniforme da sociedade e dos costumes das nações em suas terras e à situação semelhante que eles encontraram nos novos domínios.

Analisando o progresso rápido da sociedade desde o século 11 até o século 16, ele indica a influência devida a cada fator separado, assim relatados:
   -As cruzadas, que familiarizaram a Europa do ocidente com a cultura polida do império do Oriente e da Ásia. O que provocou a transformação dos baronatos em reinos que assim evitou as lutas internas durante a ausência dos guerreiros e estimulou as atividades comerciais das repúblicas italianas.
   -O desenvolvimento das municipalidades e a ação das corporações profissionais.
   -O nascimento da classe dos burgueses ou Terceiro Estado como força política. Burgueses são a nova classe social formada pelos camponeses saídos das terras dos castelos medievais reunidos aos artesãos, comerciantes e trabalhadores livres moradores nos burgos, nos novos povoados, vilas e cidades fora das terras dos feudos e seus castelos. Essas pessoas pertenciam ao clero, o Primeiro Estado nem à nobreza, o Segundo Estado,que era a elite governante, isenta de impostos. Assim surgiu o povo comum, sem privilégios, como pagador de impostos.
   -A libertação dos servos da gleba, transformando-os no povo, a população dos cidadãos comuns, sem privilégios.
   -O melhoramento da administração da justiça pelo processo judiciário e o apelo ao tribunal feudal.
   -A preponderância da lei canônica, bem mais favorável aos direitos individuais do que a lei feudal.
   -A preponderância, que se seguiu, da lei romana.
   -O espírito e as instituições da cavalaria medieval.
   -O progresso da ciência devido à influência da cultura dos árabes.
   -O renascimento do comércio.

A História de Carlos V teve várias edições e foi traduzida para todas as principais línguas da Europa. Ela tem sua leitura recomendada até os nossos dias.
A obra histórica de Robertson faz parte da criação da teoria sociológica moderna, colocando-o entre os grandes pensadores do Iluminismo, ao lado de David Hume e Edward Gibbon.

AMANHÃ: O método histórico fez de A RIQUEZA DAS NAÇÕES uma obra imortal: ADAM SMITH.


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