29 DE OUTUBRO.
Robertson: filósofo na preparação da moderna teoria sociológica
ROBERTSON
William
Robertson
(nasceu em 1721, em
Midlothian, Escócia; morreu em 1793, em Edinburgo, Escócia)
NOTÁVEL
HISTORIADOR E FILÓSOFO ESCOCÊS DA TEORIA DA SOCIEDADE
A EVOLUÇÃO DO
PENSAMENTO
A grande revolução do
pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da
religião e do feudalismo.
É quando os homens se libertam do poder do homem sobre o homem em
nome de poderes por vezes injustos e misteriosos.
O movimento
intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700,
século XVIII passou a ter duas correntes. Um movimento foi de destruição da
filosofia medieval antiga e o outro movimento foi de preparação da nova
filosofia humanista científica, positiva, clara e distinta. Homens como Kepler
e Galileu, Descartes e Francis Bacon construiam uma nova filosofia. A revolta
começada por Descartes conduziu finalmente, contra as doutrinas antigas, a
assaltos ainda mais poderosos do que os feitos pelos reformadores protestantes.
Descartes é o
representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição.
Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o
sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII
que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios.
Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz
era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do
absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant
completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
A quarta semana está sob a presidência de Hume, que, na discussão
da natureza humana e da vida social, industrial e religiosa coloca as bases da
moderna Sociologia teórica abstrata. Aqui estão historiadores filosóficos como
Robertson e Gibbon; Condorcet com a teoria positiva da História; de Maistre que
fez a primeira apreciação do sistema da Idade Média sob o ponto de vista humano
e os três principais representantes do pensamento alemão moderno com Kant,
Fichte e Hegel.
Ver em 1008 01 C em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES
A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
ROBERTSON (1721-1793), filho de um ministro presbiteriano, nasceu em Edimburgo. Ele
seguiu a profissão de seu pai e chegou a ser o presidente da Assembléia Geral
da Igreja Escocesa.
Em 1759 ele publicou sua História
da Escócia durante os governos da Rainha Mary e do rei James VI, obra que
exigiu dele numerosas pesquisas históricas. Em 1752 foi nomeado principal da
Universidade de Edimburgo e em 1764 como historiógrafo do rei para a Escócia.
Sua principal obra foi a História
de Carlos V, precedida de uma descrição do progresso da Sociedade européia após
a queda do império romano até o começo do século 16. Essa obra foi
publicada em 1769, seguida da História da
América, publicada em 1777. Robertson morreu em 1793 em Edimburgo.
Robertson se coloca entre os pensadores filosóficos devido a sua
capacidade de pesquisa e de generalização. Ele não realizava apenas a simples
descrição dos fatos históricos. Em meio à grande quantidade de detalhes
específicos, ele pesquisa os fatos gerais. Ou seja, Robertson conclui mostrando as leis que regulam e esclarecem
o conjunto dos fatos particulares.
Ao estudar o estabelecimento do sistema feudal na Europa da Idade
Média, ele mostra a uniformidade das leis e da política nos diferentes países
do continente. Ele nota que, embora as nações bárbaras tomassem seus novos
territórios em diferentes épocas, vindo de regiões diversas, falando outras
línguas, sob chefes diferentes, a política e as leis que se estabeleceram foram
pouco diferentes. Essa uniformidade
surpreendente, explica Robertson, não é uma questão de raça. Deve-ser
atribuída ao estado uniforme da
sociedade e dos costumes das nações em suas terras e à situação semelhante
que eles encontraram nos novos domínios.
Analisando o progresso rápido da sociedade desde o século 11 até o
século 16, ele indica a influência
devida a cada fator separado, assim relatados:
-As cruzadas, que familiarizaram a Europa do ocidente com a cultura
polida do império do Oriente e da Ásia. O que provocou a transformação dos
baronatos em reinos que assim evitou as lutas internas durante a ausência dos
guerreiros e estimulou as atividades comerciais das repúblicas italianas.
-O desenvolvimento das municipalidades
e a ação das corporações profissionais.
-O nascimento da classe dos burgueses
ou Terceiro Estado como força
política. Burgueses são a nova
classe social formada pelos camponeses saídos das terras dos castelos medievais
reunidos aos artesãos, comerciantes e trabalhadores livres moradores nos
burgos, nos novos povoados, vilas e cidades fora das terras dos feudos e seus
castelos. Essas pessoas pertenciam ao clero,
o Primeiro Estado nem à nobreza, o
Segundo Estado,que era a elite governante, isenta de impostos. Assim surgiu o
povo comum, sem privilégios, como pagador de impostos.
-A libertação dos servos da gleba, transformando-os no povo, a população dos cidadãos comuns, sem privilégios.
-O melhoramento da administração da justiça pelo processo judiciário e o apelo ao
tribunal feudal.
-A preponderância da lei canônica, bem mais favorável aos direitos
individuais do que a lei feudal.
-A preponderância, que se seguiu, da lei romana.
-O espírito e as instituições da cavalaria
medieval.
-O progresso da ciência
devido à influência da cultura dos árabes.
-O renascimento do comércio.
A História de Carlos V
teve várias edições e foi traduzida para todas as principais línguas da Europa.
Ela tem sua leitura recomendada até os nossos dias.
A obra histórica de Robertson faz parte da criação da teoria sociológica moderna, colocando-o
entre os grandes pensadores do Iluminismo, ao lado de David Hume e Edward
Gibbon.
AMANHÃ: O método histórico fez de A RIQUEZA DAS NAÇÕES uma obra
imortal: ADAM SMITH.
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