24 DE OUTUBRO.
Giambattista Vico-três eras: dos deuses, dos heróis, dos homens
VICO
Giovanni
Baptista Vico, Giambattista Vico, João Batista Vico
(nasceu em 1668, em
Nápoles, Itália; morreu em 1744, em Nápoles)
FILÓSOFO ITALIANO
DA HISTÓRIA PRECURSOR DA SOCIOLOGIA CIENTÍFICA ABSTRATA
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do
pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da
unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento
intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700,
século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e
destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição
e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e
Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova
filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes
conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças
recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores
protestantes.
Descartes é o
representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição.
Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o
sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII
que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios.
Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz
era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do
absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant
completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da
Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em
toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo
conhecimento.
Nesta terceira semana se consagra o estudo filosófico humano em
suas relações com a sociedade. Seu chefe é Leibnitz. Associados estão grandes
autores que pesquisaram os princípios fundadores das leis: Grotius, Cujas e
Montesquieu; os que se dedicaram â filosofia da história como Vico, Fréret,
Herder. Segue com Winckelmann na história da arte e Buffon na exposição das
relações da espécie humana com as outras raças animais.
Ver em 1008 01 C em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES
A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
JOÃO BATISTA VICO (1668-1744) era filho
de um livreiro de Nápoles. Foi educado num colégio dirigido pelos jesuítas, mas
se tornou livre das crenças religiosas da época por suas próprias leituras.
Vico estudou filosofia, lingüística e jurisprudência. Teve tanto sucesso no
estudo das leis, que, aos 16 anos ele defendeu seu pai num processo judicial. O
bispo de Ischia o colocou como professor orientador particular de seu sobrinho.
Pouco tempo depois, ele retornou a Nápoles, onde, em 1697 tornou-se professor
de Retórica. Sua grande obra, a Scienza nuova, foi publicada em 1725. Em 1735 foi posto como historiógrafo do
rei de Nápoles. Vico morreu em 1744.
A Ciência nova de Vico era de fato a aplicação dos princípios
científicos positivos de Francis Bacon aos fenômenos
da sociedade humana. Vico se convenceu, com um vigor extraordinário da
idéia central de que se pode formar uma História ideal, eterna, representando as
leis da evolução da raça humana. Mas só se chegará a esse resultado
observando o que existe de uniforme no
meio de todas as diversidades de costumes, de línguas e de acontecimentos dos
diferentes povos.
O seu grande livro tinha por destino achar essas leis gerais que
dirigem o destino das nações. Vico viu claramente que no primeiro estado das
nações o desenvolvimento foi inconsciente. O jogo das paixões naturais levava a
conseqüências que ninguém esperava.
Foi necessário um grande número de séculos para que a filosofia se
formasse. Deve-se procurar os princípios
do desenvolvimento na linguagem, nas instituições básicas, na poesia
primitiva. Vico encontra uma linguagem mental comum a todas as nações. Há uma
tendência universal, entre os homens que ignoram as causas naturais das coisas
a atribuir aos objetos as paixões da
própria natureza humana. Da mesma forma como quando se diz que os ímãs
“amam” o ferro.
Vico diz ainda que a mais
sublime obra da poesia é dar inteligência e sentimento às coisas inanimadas.
É o que faz a criança e a humanidade em sua infância. Então, todos os homens
foram poetas, dessa maneira.
Essa é a mais clara
descrição do FETICHISMO primitivo, que foi a primeira forma dos homens representarem a visão da
natureza, a visão do mundo, a filosofia.
A partir dessa base, Vico estabelece uma teoria da evolução
histórica.
Ele mostra que idéias iguais ou uniformes surgem entre as nações
inteiramente separadas no espaço e no tempo sem algum contato recíproco. Essas
idéias devem ter um fundo comum de verdade.
Em todas as nações e tribos encontramos
três instituições: a religião, o casamento e os funerais. Vico confirma
essas observações com grandes referências à literatura antiga e às suas viagens
modernas. As nações, na idade primitiva, são incapazes de pensar por meio de abstrações, de atributos gerais das coisas. Mas
elas dão uma vida e uma personalidade às suas idéias e cada qualidade abstrata
se mostra num deus ou num herói.
Vico concluiu que cada civilização o governo passa por 3 estados:
Vico mostrou dessa forma, que, com o estudo sistemático da
sociedade humana pode-se descobrir quais
são as leis permanentes que dirigem o progresso da humanidade. Ele indica
etapas HISTÓRICAS. Na sociologia moderna mais recente, a evolução é mostrada
como o progresso no MODO usado para
explicar cada idéia, como em matemática, em física ou em psicologia, na
vida, na doença ou na morte.
Porque, em cada etapa histórica, cada indivíduo apresenta
diferentes maneiras de pensar em cada tema, na mesma época. Em cada etapa na
história, não há igualdade no modo de pensar de todos. A lei dos 3 ESTADOS de
Augusto Comte NÃO É HISTÓRICA, mas indica como a MENTE HUMANA evolui, em cada
assunto, o que tem conseqüências históricas.
Vico indicou claramente que o
culto dos antepassados, dos mortos, é uma característica que só a espécie humana tem, única raça que
o realiza entre todos os animais, com exclusividade.
Em outras espécies, como nos cães, há provas de afeição e
lembrança. Mas só os homens fazem o culto dos antepassados. Essa é a razão
emocional que dá aos humanos a capacidade de formar uma sociedade com progresso
permanente. Pelo acúmulo do conhecimento de cada geração devido ao amor e
respeito aos mais velhos e ao passado.
O sentimento gregário, o
altruísmo, é o motor do progresso. O conflito, a ruptura, gera a destruição, a pobreza, a morte.
O progresso é verificado se pesquisa a sucessiva alteração para
melhor no aperfeiçoamento da sociedade humana.
O individuo morre, mas o agrupamento humano em sociedade continua
vivo em aperfeiçoamento contínuo. O progresso pode ser verificado na história pelo
resultado final apesar de oscilações, de estagnação, de recuos, dos riscos e
obstáculos. O progresso social não é retilíneo, é oscilante.
AMANHÃ: A arte de escrever a História: a historiografia crítica da
Nicolas Fréret.
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