OUTUBRO 25. FRERET: o
filósofo na fundação da nova historiografia crítica
FRERET
Nicolas Fréret
(nasceu em 1688, em
Paris; morreu em 1749, em 1749, em Paris)
FILÓSOFO
HISTORIADOR FRANCÊS FUNDADOR DA CRÍTICA CIENTÍFICA DA HISTÓRIA
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do
pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da
unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento intelectual
na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII,
passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e destruição da
filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição e preparação
da nova filosofia positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu,
Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia
perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes conduziu
finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças recebidas do que
a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores protestantes.
Descartes é o
representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição.
Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o
sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII
que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios.
Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz
era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do
absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant
completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da
Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em
toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo
conhecimento.
Nesta terceira semana se consagra o estudo filosófico humano em
suas relações com a sociedade. Seu chefe é Leibnitz. Associados estão grandes
autores que pesquisaram os princípios fundadores das leis: Grotius, Cujas e
Montesquieu; os que se dedicaram â filosofia da história como Vico, Fréret,
Herder. Segue com Winckelmann na história da arte e Buffon na exposição das
relações da espécie humana com as outras raças animais.
Ver em 1008 01 C em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES
A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
NICOLAS FRERET (1688-1749) era filho de Charles-Antoine Fréret,
procurador do Parlamento de Paris. Mostrou desde cedo uma grande disposição
para a leitura, em especial para o estudo da história. Destinado por seu pai a
ser advogado, ele obteve autorização para se dedicar às pesquisas históricas.
Na idade de 19 anos ele já tinha escrito várias memórias sobre a
religião dos gregos e em 1714 foi recebido na Académie Royale des
Inscriptions et Belles-Lettres.
Sua primeira contribuição na Academia
foi uma investigação muito cuidadosa e muito documentada sobre a origem dos
povos Francos e seu estabelecimento na Gália: foi Da
origem dos Francos, de 1714. Ele afirmou que os Francos formaram
uma liga de tribos dos Germanos do Sul e não o que a lenda aceita então de que
os Francos teriam sido uma nação de homens livres descendentes dos gregos e que
mantiveram a civilização em meio aos bárbaros. A indignação resultou na prisão
de Freret na fortaleza da Bastilha como sendo um ataque contra a monarquia.
Esse ato ofensivo à liberdade é uma
verdadeira prova da arbitrariedade do poder político. A partir desse desastre,
ele renunciou ao estudo da história moderna, dedicando-se ao estudo da
antiguidade. Ele fez seu
campo de pesquisa o estudo crítico da mitologia, da geografia e da cronologia
antiga.
Freret é considerado o principal fundador da escola crítica da
História, ou seja, entre os criadores do método científico de raciocínio na
pesquisa histórica. Muitos dos princípios essenciais, muitas vezes atribuídos
aos escritores alemães desse século, foram postos primeiro por Freret.
Na sua memória sobre a história primitiva da França, ele expõe seu
método clara e simplesmente. Diz ele:
“Eu começo por recolher
todas as notícias dos historiadores antigos relacionados ao assunto. A seguir,
eu abandono o que é contemporâneo e dou preferência ao resto que sobra. Entre
os escritores contemporâneos, eu escolho somente aqueles que foram testemunhas
dos fatos que eles contam e que devem, por conseqüência, ter a melhor
informação. Os resultados assim obtidos eu junto tanto quanto possível, de modo
a construir a descrição dos eventos que parece a mais provável.”
Freret reproduz esses princípios de uma maneira mais sistemática
nas suas Observações gerais sobre a história antiga:
“O método mais próprio a
nos conduzir à verdade num assunto qualquer é aquele que começa por recolher um
conhecimento certo sobre os pontos particulares e visando os princípios gerais,
mas desde que eles pareçam resultar de fatos particulares reconhecidos como
certos. É o método que distingue não somente entre o absolutamente verdadeiro
ou falso, mas entre os diferentes graus de probabilidade que se aproximam
desses dois limites, e que, ainda, não se contenta de apenas distinguir os
diversos graus de certeza de maneira abstrata, mas quantifica o grau de certeza
possível de atingir em todos os campos de pesquisa, já que quase todos têm um
procedimento especial a usar.”
Nicolas Freret teve uma vida tranqüila e trabalhosa de um pensador
puro e sábio, morrendo em Paris em 1749.
AMANHÃ: O Iluminismo e a necessidade da Sociologia como ciência de
observação: Montesquieu.
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