quinta-feira, 24 de outubro de 2013

1025 C FRERET obter a verdade ao escrever a História pelo método adequado

OUTUBRO 25. FRERET: o filósofo na fundação da nova historiografia crítica

FRERET
Nicolas Fréret
(nasceu em 1688, em Paris; morreu em 1749, em 1749, em Paris)

FILÓSOFO HISTORIADOR FRANCÊS FUNDADOR DA CRÍTICA CIENTÍFICA DA HISTÓRIA

O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
Nesta terceira semana se consagra o estudo filosófico humano em suas relações com a sociedade. Seu chefe é Leibnitz. Associados estão grandes autores que pesquisaram os princípios fundadores das leis: Grotius, Cujas e Montesquieu; os que se dedicaram â filosofia da história como Vico, Fréret, Herder. Segue com Winckelmann na história da arte e Buffon na exposição das relações da espécie humana com as outras raças animais.
Ver em 1008 01 C  em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês

NICOLAS FRERET (1688-1749) era filho de Charles-Antoine Fréret, procurador do Parlamento de Paris. Mostrou desde cedo uma grande disposição para a leitura, em especial para o estudo da história. Destinado por seu pai a ser advogado, ele obteve autorização para se dedicar às pesquisas históricas.
Na idade de 19 anos ele já tinha escrito várias memórias sobre a religião dos gregos e em 1714 foi recebido na Académie Royale des Inscriptions et Belles-Lettres.
Sua primeira contribuição na Academia foi uma investigação muito cuidadosa e muito documentada sobre a origem dos povos Francos e seu estabelecimento na Gália: foi  Da origem dos Francos, de 1714. Ele afirmou que os Francos formaram uma liga de tribos dos Germanos do Sul e não o que a lenda aceita então de que os Francos teriam sido uma nação de homens livres descendentes dos gregos e que mantiveram a civilização em meio aos bárbaros. A indignação resultou na prisão de Freret na fortaleza da Bastilha como sendo um ataque contra a monarquia.
Esse ato ofensivo à liberdade é uma verdadeira prova da arbitrariedade do poder político. A partir desse desastre, ele renunciou ao estudo da história moderna, dedicando-se ao estudo da antiguidade. Ele fez seu campo de pesquisa o estudo crítico da mitologia, da geografia e da cronologia antiga.
Freret é considerado o principal fundador da escola crítica da História, ou seja, entre os criadores do método científico de raciocínio na pesquisa histórica. Muitos dos princípios essenciais, muitas vezes atribuídos aos escritores alemães desse século, foram postos primeiro por Freret.
Na sua memória sobre a história primitiva da França, ele expõe seu método clara e simplesmente. Diz ele:
“Eu começo por recolher todas as notícias dos historiadores antigos relacionados ao assunto. A seguir, eu abandono o que é contemporâneo e dou preferência ao resto que sobra. Entre os escritores contemporâneos, eu escolho somente aqueles que foram testemunhas dos fatos que eles contam e que devem, por conseqüência, ter a melhor informação. Os resultados assim obtidos eu junto tanto quanto possível, de modo a construir a descrição dos eventos que parece a mais provável.”
Freret reproduz esses princípios de uma maneira mais sistemática nas suas Observações gerais sobre a história antiga:
“O método mais próprio a nos conduzir à verdade num assunto qualquer é aquele que começa por recolher um conhecimento certo sobre os pontos particulares e visando os princípios gerais, mas desde que eles pareçam resultar de fatos particulares reconhecidos como certos. É o método que distingue não somente entre o absolutamente verdadeiro ou falso, mas entre os diferentes graus de probabilidade que se aproximam desses dois limites, e que, ainda, não se contenta de apenas distinguir os diversos graus de certeza de maneira abstrata, mas quantifica o grau de certeza possível de atingir em todos os campos de pesquisa, já que quase todos têm um procedimento especial a usar.”
Nicolas Freret teve uma vida tranqüila e trabalhosa de um pensador puro e sábio, morrendo em Paris em 1749.

AMANHÃ: O Iluminismo e a necessidade da Sociologia como ciência de observação: Montesquieu.


Nenhum comentário:

Postar um comentário