terça-feira, 8 de outubro de 2013

1008 02 C DESCARTES cientista e filósofo da revolução do pensamento moderno

08 DE OUTUBRO. DESCARTES:  pensamento - o maior dissolvente dos dogmas absolutos

DESCARTES
René Descartes, Renatius Cartesius em latim
(nasceu em 1596 em La Haye, Touraine, França; morreu em 1650, em Estocolmo, Suécia)

MATEMÁTICO, CIENTISTA E PENSADOR FUNDADOR DA FILOSOFIA MODERNA

A Filosofia na modernidade tem sido chamada de A Visão do Mundo. Em diversas línguas é usada a expressão do alemão Weltanschauung para indicar a percepção de mundo ampla, sem restrições. Que abrange a filosofia natural bem como as ciências humanas e os valores fundamentais, existenciais e normativos.
A DEFINIÇÃO. A Filosofia Moderna é definida como o estudo do mundo e do homem, em todos os aspectos, na visão geral como nos detalhes. Sem restrições. Os filósofos antigos fizeram seus estudos em todas as áreas do conhecimento humano. Tanto na formulação dos princípios gerais como no estudo científico, da sociedade e da ética. A visão se faz sobre o mundo exterior e sobre o mundo interior do homem, de sua mente e da internacional sociedade globalizada que formou.
A grande revolução do pensamento humano teve início no fim da Idade Média, com a queda do papado, do feudalismo e da unanimidade da catolicismo. A Reforma Protestante foi um resultado dessa queda. A pesquisa tornou-se positiva, segura, clara e distinta. O conhecimento se tornou verificável, experimental, demonstrável. Tudo que se ignora, o desconhecido, é tornado consciente, reconhecida nossa modéstia, nossa incapacidade de conhecer o saber absoluto, dogmático, eterno, definitivo. O ensino das noções mais obscuras, improváveis, foi gradualmente abolido.
O movimento intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, do século XIV até os anos 1700, século XVIII passou a ter duas correntes. Um movimento foi de destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada pelo método de pensar por Descartes conduziu finalmente, contra as crenças recebidas, a assaltos ainda mais poderosos do que os feitos pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga. Hobbes e Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.

Ver em 1008 1 C em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do mês

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.


DESCARTES
DEMOLIÇÃO DA FILOSOFIA ANTIGA
CONSTRUÇÃO DA FILOSOFIA MODERNA
René Descartes (1596-1650) nasceu em La Haye, em Touraine, na França. Ele estudou com os padres jesuítas, com quem manteve permanente correspondência.
No seu famoso Discurso do Método, René Descartes explica que, embora ele apreciasse o alto valor da cultura literária que ele havia recebido dos jesuítas, ele havia sentido desde criança que ali faltavam as bases necessárias para sustentar as suas convicções.
Na filosofia escolástica que os jesuítas ensinavam, qualquer opinião podia ser num debate atacada ou defendida com a mesma probabilidade, já que não havia uma referência confiável, uma base firme para verificação.
A pesquisa científica estava cheia de magia arbitrária ou viciada pela sutileza incompreensível da imaginação, da metafísica. A matemática, a matéria que mais o atraía por ser mais simples e certa, segura, positiva, não era empregada como base dos outros estudos.
Por essa razão, ao sair da escola dos jesuítas, fora do ensino da escolástica, ele se comprometeu a estudar, por si próprio, no grande livro da natureza, do mundo. Nesse estudo, o julgamento dos homens não pode ter por base fantasias pedantes da pura imaginação, mas deve ter por base uma evidencia segura da observação, da experiência. Com o sentimento da responsabilidade no caso de um erro de julgamento.
Descartes ficou por quatro anos em Paris. Passou ao serviço do príncipe Maurício de Nassau em 1617. Em 1619, com o início da guerra dos trinta anos na Alemanha, ele entrou para as forças do duque da Baviera e assistiu, no ano seguinte, à batalha de Praga. Deixou o exército em 1621, passando a viajar sem interrupção pela França, Suíça e Itália até 1628.
Finalmente foi para Amsterdam na Holanda, aproveitando as vantagens da civilização local. Mas a maior vantagem para Descartes foi a proteção que tinha contra uma controvérsia irritante e das tentativas da perigosa perseguição religiosa católica e a cruel censura da Santa Inquisição na França. Na Holanda protestante ele tinha plena liberdade, todos em seu redor estando ocupados com seus negócios comerciais.
Periodicamente, Descartes viajava a Paris e mantinha comunicação constante, por meio de assídua correspondência, com os amigos que se interessavam por sua pesquisa em ciência e em filosofia.
Em 1649 ele cedeu ás intensas solicitações da rainha Cristina da Suécia para visitar Estocolmo. Mas o inverno escandinavo foi muito rigoroso e ele não resistiu, morrendo de pneumonia em fevereiro de 1650, aos 54 anos de idade. Seu corpo foi enterrado em Paris, na igreja de Saint-Germain-des-Prés.
Na obra de ciência e de filosofia de Descartes são encontrados os dois movimentos da história moderna, um movimento de CONSTRUÇÃO de novos conhecimentos e outro movimento de DESTRUIÇÃO dos preconceitos religiosos e metafísicos do passado. Seu objetivo era formar uma síntese, resumo ou sistema de conhecimento com base nas verdades da matemática, no movimento. O fundamento matemático são os conhecimentos mais simples e mais claros de todo o saber na filosofia.
Na filosofia de Descartes, com base matemática na mecânica teórica, no estudo do movimento, não cabiam os fatos da vida mental e moral. Esses fatos ele explicou com outro método. Ele empregou a análise metafísica da consciência, criando o lema
PENSO, LOGO EXISTO, Cogito ergo sum.
Esse método, pelas mãos de seus sucessores, desde Espinosa até Hume, foi um possante dissolvente dos dogmas religiosos.
Com o método do COGITO, Descartes deduziu uma demonstração da existência de Deus. Mas o método não é conclusivo, sendo refutado pelos outros pensadores e teólogos. O jesuíta Leonel Franca viu, nessa demonstração sem base, uma fina ironia de Descartes, levando dessa forma a uma polêmica que mostrou a impossibilidade dessa demonstração. Ao mesmo tempo em que se livrava da assustadora perseguição da Santa Inquisição, que desapropriava, torturava e matava o acusado de heresia.
Por tal razão, para evitar a tortura e a expropriação de sua fortuna pela Inquisição, escreveu o tratado com o nome de MEDITAÇÕES METAFÍSICAS, para enganar os padres e dominicanos inquisidores. Esse texto, que Descartes recomendou que NÃO fosse lido, dá a enganadora imagem dele como filósofo RACIONALISTA, mas do racionalismo da RAZÃO METAFÍSICA, do pensar escolástico confuso, sem base na observação, da experimentação. Exatamente o modo oposto ao que sempre postulara. Ele então se considerava o filósofo no uso de máscara, le philosophe en masque. Era O FILÓSOFO MASCARADO. Foi a maneira encontrada para evitar o confisco de seus bens, a tortura e a morte nas mãos dos torturadores da Inquisição católica.
Descartes é, de fato, o filósofo da ciência e da experimentação, sendo o pioneiro da filosofia do racionalismo da RAZÃO EXPERIMENTAL. Criou a Geometria Analítica, pesquisou por meio da experimentação científica a Ótica, a Acústica e a Biologia, com originais descobertas, mostrando a evolução como resultado do movimento universal na natureza.
Por sua volumosa e inovadora contribuição para a construção da nova filosofia dos tempos modernos, Descartes é, com muita razão, o modelo do pensador da nova civilização da ciência, da técnica, da civilização industrial de paz e da fraternidade. Porque a luta, a guerra não constrói, mas impede a pesquisa e a produção econômica para o progresso social. A guerra, a dialética da oposição, da ruptura se mostrou sempre empobrecedora, destruidora.


AMANHÃ: Rogério Bacon precursor do espírito científico

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