08 DE OUTUBRO.
DESCARTES: pensamento - o maior dissolvente
dos dogmas absolutos
DESCARTES
René Descartes, Renatius Cartesius em latim
(nasceu em 1596 em La
Haye, Touraine, França; morreu em 1650, em Estocolmo, Suécia)
MATEMÁTICO,
CIENTISTA E PENSADOR FUNDADOR DA FILOSOFIA MODERNA
A Filosofia na
modernidade tem sido chamada de A Visão do Mundo. Em diversas línguas é usada a
expressão do alemão Weltanschauung para
indicar a percepção de mundo ampla, sem restrições. Que abrange a filosofia
natural bem como as ciências humanas e os valores fundamentais, existenciais e
normativos.
A DEFINIÇÃO. A
Filosofia Moderna é definida como o estudo do mundo e do homem, em todos os
aspectos, na visão geral como nos detalhes. Sem restrições. Os filósofos
antigos fizeram seus estudos em todas as áreas do conhecimento humano. Tanto na
formulação dos princípios gerais como no estudo científico, da sociedade e da
ética. A visão se faz sobre o mundo exterior e sobre o mundo interior do homem,
de sua mente e da internacional sociedade globalizada que formou.
A grande revolução do
pensamento humano teve início no fim da Idade Média, com a queda do papado, do
feudalismo e da unanimidade da catolicismo. A Reforma Protestante foi um
resultado dessa queda. A pesquisa tornou-se positiva, segura, clara e distinta.
O conhecimento se tornou verificável, experimental, demonstrável. Tudo que se
ignora, o desconhecido, é tornado consciente, reconhecida nossa modéstia, nossa
incapacidade de conhecer o saber absoluto, dogmático, eterno, definitivo. O
ensino das noções mais obscuras, improváveis, foi gradualmente abolido.
O movimento
intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, do século XIV até os anos
1700, século XVIII passou a ter duas correntes. Um movimento foi de destruição
da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de preparação da nova
filosofia positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu, Descartes e
Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o
antigo modo de pensar. A revolta começada pelo método de pensar por Descartes
conduziu finalmente, contra as crenças recebidas, a assaltos ainda mais
poderosos do que os feitos pelos reformadores protestantes.
Descartes é o
representante mais completo do movimento duplo de composição e decomposição.
Começou a grande revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o
sistema solar. Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII
que afinal levou à Revolução Francesa contra a política antiga. Hobbes e
Espinosa continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era
ainda mais perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto
divino. Hume e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a
operação. Eles foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da
Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em
toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
Ver em 1008 1 C em 08
de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes
nomes representativos da evolução social do mês
NOSSOS
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores
figuras humanas na antiguidade
que
prepararam a civilização do futuro.
DESCARTES
DEMOLIÇÃO DA
FILOSOFIA ANTIGA
CONSTRUÇÃO DA
FILOSOFIA MODERNA
René
Descartes (1596-1650) nasceu em
La Haye , em Touraine, na França. Ele estudou com os padres
jesuítas, com quem manteve permanente correspondência.
No seu famoso Discurso do
Método, René Descartes explica que, embora ele apreciasse o alto valor da
cultura literária que ele havia recebido dos jesuítas, ele havia sentido desde
criança que ali faltavam as bases necessárias para sustentar as suas convicções.
Na filosofia escolástica que os jesuítas ensinavam, qualquer
opinião podia ser num debate atacada ou defendida com a mesma probabilidade, já
que não havia uma referência confiável, uma base firme para verificação.
A pesquisa científica estava cheia de magia arbitrária ou viciada
pela sutileza incompreensível da imaginação, da metafísica. A matemática, a
matéria que mais o atraía por ser mais simples e certa, segura, positiva, não
era empregada como base dos outros estudos.
Por essa razão, ao sair da escola dos jesuítas, fora do ensino da
escolástica, ele se comprometeu a estudar, por si próprio, no grande livro da
natureza, do mundo. Nesse estudo, o julgamento dos homens não pode ter por base
fantasias pedantes da pura imaginação, mas deve ter por base uma evidencia
segura da observação, da experiência. Com o sentimento da responsabilidade no
caso de um erro de julgamento.
Descartes ficou por quatro anos em Paris. Passou ao
serviço do príncipe Maurício de Nassau em 1617. Em 1619, com o início da guerra
dos trinta anos na Alemanha, ele entrou para as forças do duque da Baviera e
assistiu, no ano seguinte, à batalha de Praga. Deixou o exército em 1621,
passando a viajar sem interrupção pela França, Suíça e Itália até 1628.
Finalmente foi para Amsterdam na Holanda, aproveitando as
vantagens da civilização local. Mas a maior vantagem para Descartes foi a
proteção que tinha contra uma controvérsia irritante e das tentativas da
perigosa perseguição religiosa católica e a cruel censura da Santa Inquisição na
França. Na Holanda protestante ele tinha plena liberdade, todos em seu redor
estando ocupados com seus negócios comerciais.
Periodicamente, Descartes viajava a Paris e mantinha comunicação
constante, por meio de assídua correspondência, com os amigos que se
interessavam por sua pesquisa em ciência e em filosofia.
Em 1649 ele cedeu ás intensas solicitações da rainha Cristina da
Suécia para visitar Estocolmo. Mas o inverno escandinavo foi muito rigoroso e
ele não resistiu, morrendo de pneumonia em fevereiro de 1650, aos 54 anos de
idade. Seu corpo foi enterrado em Paris, na igreja de Saint-Germain-des-Prés.
Na obra de ciência e de filosofia de Descartes são encontrados os
dois movimentos da história moderna, um movimento de CONSTRUÇÃO de novos
conhecimentos e outro movimento de DESTRUIÇÃO dos preconceitos religiosos e
metafísicos do passado. Seu objetivo era formar uma síntese, resumo ou sistema
de conhecimento com base nas verdades da matemática, no movimento. O fundamento
matemático são os conhecimentos mais simples e mais claros de todo o saber na
filosofia.
Na filosofia de Descartes, com base matemática na mecânica teórica,
no estudo do movimento, não cabiam os fatos da vida mental e moral. Esses fatos
ele explicou com outro método. Ele empregou a análise metafísica da
consciência, criando o lema
PENSO, LOGO EXISTO, Cogito
ergo sum.
Esse método, pelas mãos de seus sucessores, desde Espinosa até
Hume, foi um possante dissolvente dos dogmas religiosos.
Com o método do COGITO, Descartes deduziu uma demonstração da
existência de Deus. Mas o método não é conclusivo, sendo refutado pelos outros
pensadores e teólogos. O jesuíta Leonel Franca viu, nessa demonstração sem
base, uma fina ironia de Descartes, levando dessa forma a uma polêmica que
mostrou a impossibilidade dessa demonstração. Ao mesmo tempo em que se livrava
da assustadora perseguição da Santa Inquisição, que desapropriava, torturava e
matava o acusado de heresia.
Por tal razão, para evitar a tortura e a expropriação de sua
fortuna pela Inquisição, escreveu o tratado com o nome de MEDITAÇÕES
METAFÍSICAS, para enganar os padres e dominicanos inquisidores. Esse texto, que
Descartes recomendou que NÃO fosse lido, dá a enganadora imagem dele como
filósofo RACIONALISTA, mas do racionalismo da RAZÃO METAFÍSICA, do pensar
escolástico confuso, sem base na observação, da experimentação. Exatamente o
modo oposto ao que sempre postulara. Ele então se considerava o filósofo no uso
de máscara, le philosophe en masque. Era
O FILÓSOFO MASCARADO. Foi a maneira encontrada para evitar o confisco de seus
bens, a tortura e a morte nas mãos dos torturadores da Inquisição católica.
Descartes é, de fato, o filósofo da ciência e da experimentação,
sendo o pioneiro da filosofia do racionalismo da RAZÃO EXPERIMENTAL. Criou a Geometria
Analítica, pesquisou por meio da experimentação científica a Ótica, a Acústica
e a Biologia, com originais descobertas, mostrando a evolução como resultado do
movimento universal na natureza.
Por sua volumosa e inovadora contribuição para a construção da
nova filosofia dos tempos modernos, Descartes é, com muita razão, o modelo do
pensador da nova civilização da ciência, da técnica, da civilização industrial
de paz e da fraternidade. Porque a luta, a guerra não constrói, mas impede a pesquisa
e a produção econômica para o progresso social. A guerra, a dialética da
oposição, da ruptura se mostrou sempre empobrecedora, destruidora.
AMANHÃ: Rogério Bacon precursor do espírito científico
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