15 DE OUTUBRO. Hobbes:
governo político necessário para controlar as divergências.
HOBBES
Thomas Hobbes
(nasceu em 1588, em
Wiltshire, Inglaterra; morreu em 1679, em Derbyshire, Inglaterra)
FILÓSOFO INGLÊS
GENIAL TEÓRICO DA POLÍTICA SECULAR E DO LIBERALISMO
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do
pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da
unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento
intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700,
século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e
destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição
e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta.
Descartes mostrou que
o método de pensar moderno baseia-se
numa evidencia verificável, na observação, na experiência. Explicou
que não são evidencias aceitáveis a autoridade de líderes e profetas, nem
escritos novos ou antigos, por mais veneráveis e respeitáveis que sejam.
Homens como Kepler e
Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova
filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes
conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças
recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores
protestantes.
Descartes é o representante mais completo do
movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução
matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o
caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução
Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram
o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa.
Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot
demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos
tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da
Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em
toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
A segunda semana
representa o desenvolvimento da pesquisa científica dos séculos XVII e XVIII
dirigida à natureza individual do homem físico e moral, em grande parte de
maneira preparatória e indutiva da Psicologia científica abstrata. Hobbes,
Locke, Vauvenargues, Diderot e Cabanis aqui são comemorados. Bacon é o chefe de
semana ao colocar a filosofia ao serviço do homem.
Ver em 1008 C em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES
A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade
que prepararam a
civilização do futuro.
HOBBES (1588-1679) nasceu em Westport ,
Wiltshire. Seu pai era
membro do clero inglês. Ele desde cedo mostra zelo pelo estudo e foi enviado
aos 15 anos para estudar em Oxford, onde logo mostrou seu desprezo por tudo que
estivesse desprovido de comprovação e de lógica.
Ele contribuiu para os fundamentos da sociologia científica,
procurando nos princípios do movimento a explicação da motivação humana e da
organização social. Colaborou tanto no movimento de destruição dos preconceitos
antigos como na construção de novas doutrinas. É considerado como o fundador do
liberalismo das idéias. Por suas pesquisas originais científicas
anti-religiosas, sofreu continuadas avaliações enganosas como sendo adepto do
totalitarismo. Na verdade, sua proposta é de um governo material central, com
unidade de comando, sempre com a completa liberdade de opinião e crítica. Essa
regra da COMPLETA LIBERDADE do poder da opinião pública livre em relação ao
poder político coercitivo pela força é um IMPORTANTE PRINCÍPIO da Política
moderna.
Em 1608 ele viajou com o filho de William Cavendish d’Hardwick e
conservou com sua família relações de amizade por toda a vida. Ao retornar, ele
teve freqüentes encontros com Francis Bacon.
Em 1629 ele publicou sua tradução do historiador grego Tucídides
(471-400 AC ),
inspirada nos conflitos políticos de seu tempo. Hobbes interpretava o triste
destino da antiga Atenas na Grécia como um aviso contra os perigos da
democracia mal aplicada pelos demagogos.
Ele esteve na Europa continental em 1629 e uma terceira vez de 1634 a 1637. Nessa ocasião
encontrou e discutiu as novas teorias científicas com vários destacados
pensadores da época. Esteve com o importante astrônomo e físico italiano Galileu
e esteve em relações estreitas com os filósofos franceses René Descartes e
Pierre Gassendi. Freqüentou o círculo do padre Mersenne e de outros adeptos de
Descartes.
Em 1637 Hobbes voltou para a Inglaterra e publicou seu Pequeno Tratado, com a exposição de sua
nova teoria do movimento. Na política ocorria o conflito entre o rei Charles I
e o Parlamento inglês. Hobbes tomou a defesa dos poderes do rei, publicando Os Elementos da Lei Natural e Política.
Mas com medo de que o Parlamento o prendesse devido a seu livro, em 1640 fugiu
para Paris, onde ficou por 11 anos, num exílio por própria vontade.
Em 1642 Hobbes terminou sua teoria do governo político no livro De Cive. Entre os anos de 1646 e 1648
Hobbes se tornou o professor de matemática do Príncipe de Gales, depois rei
Charles II, então também exilado em Paris.
O livro mais conhecido de Hobbes é o Leviathan, ou A Matéria,
Forma e Poder de uma República Eclesiástica e Civil, de 1651, que contêm uma descrição de sua
doutrina de governo. Os seguidores do príncipe inglês não gostaram,
interpretando o livro como a justificação do regime republicano e as
autoridades francesas viram no livro um ataque ao governo do papa. De novo, com
medo de ser preso, Hobbes fugiu para a Inglaterra.
Em 1666 a
autorização a Hobbes para impressão foi recusada pelo Parlamento e depois dessa
data seus livros foram todos impressos em Amsterdam, na Holanda.
O seu livro Behemoth,
uma descrição das guerras civis, só foi publicado após sua morte. Hobbes morreu
em Hardwick Hall ,
Derbyshire, em 1679 e foi enterrado na igreja de Hault-Hucknell.
Hobbes foi o principal pensador original no século 17 da filosofia
do saber crítico de destruição , que teria, como em Rousseau e Voltaire, e
outros autores de repetição, sem originalidade, no século 18, anos 1700, quando
a revolução chegou a ter sua aplicação política. A contribuição de Hobbes foi
de grande influência, notadamente sua demonstração de que o governo político se
faz com o poder da força coercitiva.
O poder do Estado é necessário para controlar as divergências,
regulando a ação dos indivíduos. A máxima famosa de Hobbes, de que o governo é
o resultado natural da força, é a base principal de sua Teoria do Poder
Político, o principal progresso da teoria política feito desde os gregos. Sua doutrina
completa a pouco conhecida lei do filósofo Aristóteles (384-322 AC ) de que -
“EM
TODA SOCIEDADE SE FAZ A DIVISÃO DOS OFÍCIOS E A CONVERGÊNCIA
DOS ESFORÇOS.”
O texto está no tratado POLÍTICA de Aristóteles, no livro 4, no capítulo
em que é indicado quais elementos são necessários, indispensáveis, para que uma
associação baste a si mesma. Em outras palavras, em toda sociedade há especialização na atividade e há um governo para manter a convergência dos
trabalhos dos especialistas.
Portanto, não pode haver total igualdade nas profissões e
remunerações, que seria o nivelamento por baixo como sonhado por Marx-Engels. Com
resultados desastrosos e cruéis em todos os países em que foi aplicado, com
extensos genocídios, escravização do trabalhador e empobrecimento das nações.
Hobbes com originalidade, pela primeira vez no estudo do poder,
afirmou que o governo material político
se apóia na força e não na fraqueza.
Mas devendo manter a liberdade de
consciência. É o que Hobbes escreveu com todas as letras. Limitando o
governo político somente ao controle dos atos, dando completa liberdade ao governo da consciência, da opinião,
dos que produzem o ensino, a crítica, a informação.
AMANHÃ:
Ter as gerações humanas como se fossem um só homem em evolução permanente: Pascal.
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