20 DE
OUTUBRO. Pierre Cabanis: o primeiro na pesquisa das relações físico-morais
CABANIS
Pierre-Jean-Georges
Cabanis
(nasceu em 1757, em
Cosnac, Brives, França; morreu em 1808 em Meudon, França)
FILÓSOFO E
MÉDICO DA DEPENDÊNCIA DA PSICOLOGIA À VIDA ANIMAL
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA MODERNA
A grande revolução do
pensamento humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da
unanimidade católica e do feudalismo.
O movimento
intelectual na Europa do ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700,
século XVIII, passou a ter duas correntes. Um movimento foi de decomposição e
destruição da filosofia monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição
e preparação da nova filosofia positiva, clara e distinta.
Descartes mostrou que
o método de pensar moderno baseia-se
numa evidencia verificável, na observação, na experiência. Explicou
que não são evidencias aceitáveis a autoridade de líderes e profetas, nem
escritos novos ou antigos, por mais veneráveis e respeitáveis que sejam.
Homens como Kepler e
Galileu, Descartes e Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova
filosofia perturbaram o antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes
conduziu finalmente a assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças
recebidas do que a ação de alterações religiosas feitas pelos reformadores
protestantes.
Descartes é o representante mais completo do
movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande revolução
matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar. Abriu-se o
caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou à Revolução
Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa continuaram
o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais perigosa.
Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume e Diderot
demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles foram todos
tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da
Filosofia Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em
toda a história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo conhecimento.
A segunda semana
representa o desenvolvimento da pesquisa científica dos séculos XVII e XVIII
dirigida à natureza individual do homem físico e moral, em grande parte de
maneira preparatória e indutiva da Psicologia científica abstrata. Hobbes,
Locke, Vauvenargues, Diderot e Cabanis aqui são comemorados. Bacon é o chefe de
semana ao colocar a filosofia ao serviço do homem.
Ver em 1008 C em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES
A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade
que prepararam a
civilização do futuro.
CABANIS (1757-1808) era filho de um
grande agricultor de Cosnac, perto de Brives, muito estimado por Turgot. O
jovem, que o ensino na sua província não podia satisfazer, foi para Paris aos
14 anos e aos 16 anos já era secretário particular de um nobre polonês.
Cabanis estudou medicina com Dubreuil durante seis anos. Nessa
época conheceu a viúva de Claude Helvetius (1715-1771), que ele considerava
como sua segunda mãe. Por intermédio dela, teve contato com os grandes
pioneiros da Revolução Francesa: Diderot, d’Holbach, d’Alembert, Franklin,
Jefferson, Condorcet.
Cabanis fez amizade com Condorcet e mais tarde casou-se com a irmã
de sua esposa. Ele foi o médico de Mirabeau e manteve importantes funções
políticas durante a Convenção.
Ele morreu em 1808 em Meudon, onde passou a morar no ano anterior.
Seus últimos anos foram de atos de bondade para os que precisavam de sua ajuda
ou dos seus conhecimentos como um competente médico.
A grande obra de Cabanis, Rapports du physique et du moral de l’homme,
foi publicada em 1802. Essa
obra-prima tem sua leitura recomendada até nossos dias. Consiste numa série de
memórias sobre a correlação entre o moral e o físico do homem. Ele tem o grande
mérito de ter, pela primeira vez, abordado o problema da Biologia superior, no
estudo das funções psicológicas do ser vivo. O que foi considerado, então, como
um materialismo revolucionário.
Cabanis afirma que ensinamentos de valor foram feitos por
Hipócrates e Aristóteles e mais tarde por pensadores ingleses desde Bacon até
Locke sobre a dependência de nossas idéias em relação aos sentidos. Esses
estudiosos, se não eram todos médicos, tinham um conhecimento prático de
medicina. Mas Condillac e outros, não tendo esse saber, exageraram as opiniões
de Locke e explicaram a ação completa mental e moral do homem apenas pela ação
dos sentidos.
Mas essa noção do homem representado como uma estátua dotada
somente de sensação, para Cabanis, não estava correta. Uma impressão feita
sobre um órgão dos sentidos afeta todo o organismo ou parte considerável dele e
a reação que dai resulta é diferente em cada caso.
Cabanis discordou dos preconceitos idealistas da antiguidade. Ele
mostrou o engano da tentativa de pesquisar as funções da inteligência e das
emoções como se fossem diferentes das operações da vida animal. A sua obra
prima fez com que as explicações fantasiosas perdessem prestígio no meio
acadêmico.
Ele comprovou que as operações mentais se produziam por meio dos
órgãos da vida do corpo humano. O método usado foi mostrar a relação inversa,
ao provar que as operações mais simples dependiam das condições mais elevadas.
Cabanis mostrou que as relações na sociedade, por meio das emoções
e da mente, podiam ser tratadas como uma simples conseqüência da vida, dos
fenômenos da Biologia. Essa era uma afirmação original, que provocou o estudo
dos fenômenos mentais e morais, os mais complexos do organismo do homem. O que
se deu logo depois, pelos pensadores que se seguiram, como Franz Gall
(1758-1828), na pesquisa do funcionamento do cérebro.
Na verdade, a Sociologia, como o estudo do desenvolvimento
coletivo da raça humana, é um ramo de prolongamento da Biologia dos humanos, da
sua evolução biológica. É o estudo do homem em sua inteira extensão, atingindo
a vida da cultura em sua continuada e extraordinária evolução.
O conhecimento proposto foi, mais tarde, completado com base na
observação científica, pela pesquisa em abstrato. Diga-se ,
como condição importante, pela pesquisa em abstrato dos fenômenos de
agrupamento social na Sociologia abstrata e do comportamento individual na
Psicologia positiva abstrata moderna. Não na Psicologia Antiga do estudo da
alma divina, por meio do método medieval da introspecção. A pesquisa abstrata
dos fenômenos é mais complexa do que a descrição dos seres na aplicação prática
procurando soluções pelo método do erro e acerto.
Em outras palavras, a História da Civilização nada é que o
resultado indispensável e o complemento da História Natural do homem, de sua
evolução do animal selvagem ao homem civilizado das cidades.
AMANHÃ: A pesquisa científica feita também na sociedade e nos
costumes: Francis Bacon.
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