25 DE JUNHO. Charles
Martel: alto, hercúleo, feroz e duro como um martelo
CHARLES MARTEL
Carolus
Martellus Carlos Martelo, Karl Martell
(nasceu no ano 688 da
nossa era; morreu no ano 741, em Quierzy,
no rio Oise, na França)
REI DOS FRANCOS
VENCEDOR DOS INVASORES DO NORTE E DOS MOUROS EM POITIERS
As grandes contribuições do Civilização Feudal para o progresso da
sociedade humana
A Civilização Feudal teve como
resultados principais:
1.
A
guerra defensiva em vez da conquistadora;
2.
A
defesa, organização e progresso local em cada região;
3. A tradição da honra
de cavaleiro na proteção da mulher e dos fracos pela Cavalaria medieval.
Supressão da escravidão geral na
população, que permitiu o trabalho livre
com a libertação completa do trabalhador. Finalmente a liberdade do
trabalhador resultou na importante organização permanente do moderno sistema econômico do capitalismo.
Neste mês são consagrados os nomes
que representam a guerra para a defesa da Europa e que fundaram as instituições
locais, trabalhando para organizar cada nova nação européia.
Foram nove séculos de avanços e
recuos, desde cerca dos anos 400 até 1300. Com muita confusão, crueldade e
crimes; mas também com muito heroísmo e uma dedicação admirável resultando em
notável progresso.
Nesta segunda semana o tipo principal é Godofredo de Bouillon,
herói da primeira cruzada. Sua biografia está no domingo que termina a semana.
Ver em 0618 01 C O
QUADRO DO MÊS DE CARLOS MAGNO A CIVILIZAÇÃO FEUDAL, com seu resultado geral e
todos os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade
que prepararam a
civilização do futuro.
CARLOS MARTELO (698-741) era filho natural de Pepino de Herstal,
fundador da dinastia Carlovíngia a sucessão de reis que governou a região da
Gália, hoje Alemanha e França. Com a morte de Pepino em 714, ele foi excluído
da sucessão do pai e encarcerado pela esposa para proteger o próprio neto.
Carlos escapou da prisão e se colocou à frente dos francos da
Austrásia, na parte oriental do reino. Depois de várias campanhas, ele
conseguiu reorganizar o país e se colocar como seu único chefe. Carlos era de
grande estatura, de porte hercúleo, por natureza duro como um martelo e de
aparência feroz.
Temos muitos tipos eminentes entre os militares da cavalaria
medieval, modelos do heroísmo guerreiro inspirado pelo catolicismo. São
soldados de valor que salvaram a civilização do ocidente da Europa contra
inimigos fortes e ferozes. Salvaram a sabedoria elaborada por muitos séculos na
Europa ocidental, possuidora do conhecimento
mais adiantado do planeta.
O chefe dos francos passou à guerra de conquista e colocou seu
país senhor da Aquitânia e Francônia, da Suábia, da Bavária e do Saxe.
A grande glória de sua vida foi a vitória decisiva sobre os mouros
da Espanha. Os muçulmanos conquistaram a península ibérica desde o ano 711.
Dois anos depois, se lançaram sobre a Gália e se estabeleceram sobre as bordas
do mar Mediterrâneo. Em vinte anos eles tinham invadido o país até o Loire.
Durante todo o verão de 732, Charles trabalhosamente reuniu suas tropas desde o
mar do norte e a floresta negra até o canal da Mancha e o golfo da Gascônia no
sudoeste da França.
O encontro com o exército dos mouros foi no platô vizinho de
Poitiers, em outubro de 732.
A sorte da Europa e da cristandade, como se considera
até hoje, dependia do resultado dessa luta. Por sete dias os dois exércitos se
colocaram frente a frente, em combates parciais. Ao fim do oitavo dia,a
cavalaria dos árabes se precipitou em massa sobre as linhas cerradas dos
francos, aos gritos de Allah Akbar. O
dia todo foi de luta continuada. A noite colocou fim à carnificina em que
morreu o líder árabe Abd-ar-Rahman, emir da Espanha e o resto das forças dos
mouros se lançou em fuga. A
invasão da Europa pelos árabes, que aterrorizava a Cristandade então teve fim.
Carlos completou sua vitória em Poitiers estabelecendo a
autoridade dos francos sobre toda a Gália. Estava disposto a ir à Itália,
convidado pelo papa Gregório III, quando a morte o surpreendeu em outubro de
741.
Carlos Martelo foi sob todos os aspectos o modelo de seu possante
neto Carlos Magno. Foi um vencedor como organizador da vitória. Seu neto, o
poderoso Carlos Magno, seguiu o seu exemplo na guerra, acrescentando a essa
virtude o respeito pela cultura intelectual e pela religião.
As necessidades de suas guerras, de sua autoridade, mais do que
sua ambição, o conduziram a se apropriar muitas vezes dos bens da Igreja Católica.
Por causa disso, os eclesiásticos da Itália o denunciaram com amargura, o que
foi relatado até na poesia por Dante.
A glória de Charles Martel foi a salvação da Europa do domínio dos
mouros, estancando a torrente de invasão dos muçulmanos pelo sul da Europa e
dos pagãos pelo norte. A essa glória se soma a formação dos fundamentos do
império franco da Idade Média.
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