sexta-feira, 7 de junho de 2013

0608 C HELOÍSA seu amor generoso e constante na cultura cavalheiresca do catolicismo

08 DE JUNHO. Heloísa: a sua tragédia amorosa é a mais célebre e inesquecível da história

HELOÍSA
Héloïse, Heloise
(nasceu cerca do ano 1095; morreu em 1164, na Abadia do Pareclet, Troyes, na França)

HELOÍSA MODELO DO SENTIMENTO DE SUBLIME TERNURA CAVALHEIRESCA DO CATOLICISMO

A regeneração moral com a compressão do egoísmo anti-social

O Catolicismo teve uma ação importante na evolução social da Idade Média: a regeneração moral dos povos, com a educação dos sentimentos e costumes. Esse resultado foi obtido estimulando o altruísmo, que é o sentimento gregário, de associação, e comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal. Assim os violentos guerreiros se tornaram gentis Cavaleiros para a proteção da mulher, dos pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da Mãe de Deus
A doutrina católica pela primeira vez no mundo criou a liberdade de consciência ao obter sem violência o poder sobre o governo político. Essa liberdade nunca existiu antes. Protegeu e aperfeiçoou a sociedade humana. As doutrinas anti-sociais perturbam e levam à morte da própria congregação. Essa é a razão por que a sociedade tem o real poder de vida ou de morte desde os remotos milênios da evolução da espécie. Os sábios sacerdotes sempre estimularam a vida social, a boa vontade, o altruísmo.
Nesta terceira semana são indicados os fundadores da vida nos mosteiros, que foi o grande reservatório da força moral durante a primeira parte da idade média. Note-se, pela vida de São Bernardo que preside a semana e pela vida de São Bento que a começa, com que eficácia essa força, desse modo colocada em reserva, foi de fato empregada.
A semana se encerra no domingo, com a biografia de seu tipo mais eminente, São Bernardo, chefe de semana.
Ver em  0521 01 C  O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com todos os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.


Heloisa (1095-1164) era sobrinha de um alto sacerdote de Paris, de nome Fulbert. Foi educada no convento de Argenteuil. Quando o filósofo Abelardo veio a Paris, Heloisa, que já demonstrara vocação para a ciência, tornou-se sua aluna, sendo por ele seduzida.
Ela fugiu para a Bretanha e deu à luz um filho, que chamou de Astrolábio. Heloisa consentiu, então, em tornar-se esposa de seu sedutor, mas com restrições, o casamento devendo, a seus olhos, afrouxar o laço íntimo dos corações. Talvez, também, temeria ela prejudicar a carreira de professor de seu amante.
Para atender ao desejo de Abelardo, o casamento foi mantido em segredo. Mas chegou ao conhecimento de Fulbert. Heloisa negou energicamente sua ligação.
Fulbert, então, tramou uma vingança atroz. Ele pagou a miseráveis para que entrassem à noite no quarto de Abelardo e o castrassem.
Abelardo, infeliz e ciumento, mesmo castrado em sua impotência, como ele o confessou, ordenou a Heloisa que se tornasse freira. A soberba de Abelardo foi respondida por Heloisa com sua obediência.
Mas ela não levou ao mosteiro o sentimento de uma religiosa. Só pensava em Abelardo, que, ele também, se tornou um monge.
Os anos se passaram. Heloisa se tornou a abadessa do mosteiro de Paraclet, convento que Abelardo havia fundado num lugar solitário perto de Troyes.
Mais tarde, uma carta escrita por Abelardo, então abade de São Gildas na Bretanha, chegou às mãos de Heloisa. Essa carta, dirigida a um amigo, contava a historia de seus males antigos e novos. A partir de então, começa uma correspondência entre os dois amantes, em cartas que dão uma impressão profunda do que havia em sua imaginação.
A correspondência em latim contém três cartas de Heloisa que pediam a Abelardo consolações espirituais; mas, lembrando o passado, elas mostram um imenso amor que a desgraça, a separação e a austeridade religiosa não puderam vencer. As cartas dos dois amantes passaram a ser a fonte de volumosa literatura sobre sua emocionante relação amorosa.
Em 1142 Abelardo morreu monge em Cluny, cumprindo sua terrível penitência. Heloisa obteve o corpo dele autorizada pelo abade Pedro-o-Venerável com a absolvição escrita de todos os seus pecados. O corpo foi enterrado na capela do convento de Paraclet
Vinte e um anos mais tarde, morre Heloisa. Seu corpo foi depositado no mesmo túmulo. No começo dos anos 1800 o túmulo foi levado para o cemitério do Père La Chaise em Paris. A tumba de Abelardo e Heloisa é constantemente visitada por jovens casais unidos pelo amor. A tragédia amorosa de Heloisa é a mais conhecida da historia.
Heloisa faz lembrar o coração terno, generoso e constante até o sublime. Faz o modelo do tipo extremo da ternura cavalheiresca, um sentimento criado pela cultura religiosa do catolicismo.


AMANHÃ: Os grandes arquitetos medievais.


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