10 DE JUNHO. S.
Bernardo: competente, mantinha humildade como o menor de todos
Bernard de
Clairvaux, Saint
(nasceu em 1090, em
Dijon, no Burgundy, França; morreu em 1153, em Clairvaux,
na Champagne, França)
ORADOR
PRESTIGIOSO DIRETOR ESPIRITUAL DO CATOLICISMO EM SEU APOGEU
A regeneração moral
com a compressão do egoísmo anti-social
O Catolicismo teve uma
ação importante na evolução social da Idade Média: a regeneração moral dos
povos, com a educação dos sentimentos e costumes. Esse resultado foi obtido
estimulando o altruísmo, que é o sentimento gregário, de associação, e
comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal. Assim os violentos guerreiros se tornaram gentis Cavaleiros para a proteção da
mulher, dos pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da Mãe de Deus
A doutrina católica pela
primeira vez no mundo criou a liberdade de consciência ao obter sem violência o poder sobre o governo
político. Essa liberdade nunca existiu antes. Protegeu e aperfeiçoou a
sociedade humana. As doutrinas anti-sociais perturbam e levam à morte da
própria congregação. Essa é a razão por que a sociedade tem o real poder de vida ou de morte desde os remotos milênios da evolução da
espécie. Os sábios sacerdotes sempre estimularam a vida social, a boa vontade,
o altruísmo.
Nesta terceira semana
são indicados os fundadores da vida nos mosteiros, que foi o grande
reservatório da força moral durante a primeira parte da idade média. Note-se,
pela vida de São Bernardo que preside a semana e pela vida de São Bento que a
começa, com que eficácia essa força, desse modo colocada em reserva, foi de
fato empregada.
A semana se encerra no
domingo, com a biografia de seu tipo mais eminente, São Bernardo, chefe de
semana.
Ver em 0521 01 C O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com
todos os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade
que prepararam a
civilização do futuro.
Bernard de Clairvaux (1090-1153) cresceu numa família que lhe deu exemplo de
profundo respeito por gratidão, justiça e leal amizade. Pai e mãe eram exemplos
excepcionais de modelos de virtude. Depois de sua educação literária,
dedicou-se à vida religiosa.
Na
Idade Média a suprema glória do catolicismo foi realizada por seu sacerdócio. O
poder religioso trabalhava em liberdade, sendo independente do governo político
e se constituiu de fato como o diretor espiritual da época, tanto para os ricos
como para os pobres. Assim, os padres dirigiam a sociedade, fazendo a união, a
instrução, o elogio e a punição do povo, usando apenas os variados apelos ao
sentimento de piedade religiosa. São Bernardo representa o tipo mais perfeito,
a todos os respeitos, do catolicismo em sua época de apogeu, de completa
realização.
A
vida de Bernardo começa no fim do século IX, sendo a maior parte na primeira
metade do século X. Esse é o século mais importante do regime feudal. Seu pai,
súdito do duque de Borgonha, era um bravo e bom homem que habitava perto de
Dijon. Sua mãe, Alith, era muito religiosa: ela consagrou seus seis filhos a
Deus, desde seu nascimento.
Bernardo
entrou em 1112, aos 22 anos de idade, para o convento de Citeaux, então
recentemente fundado, onde a disciplina era muito severa e que obedecia à regra
monástica de Etienne Harding. Sua habilidade de persuasão era tal, que
convenceu ao todo trinta pessoas para que o acompanhassem, incluindo seu tio e
seus irmãos. Suas penitências durante esse período podem ser a causa de seus
sofrimentos por toda a vida, com a saúde abalada, na forma de anemia, gastrite,
enxaqueca, alta pressão e falta de paladar.
Dois
anos depois, aos 24 anos, foi enviado com 12 companheiros, para fundar, com
imensas fadigas, um novo convento da ordem de Citeaux numa floresta selvagem no
vale do Aube, em Clairvaux, que foi, depois, o seu abrigo e o teatro de seus
trabalhos mais importantes.
Bernardo
foi descrito por seu biografo contemporâneo desta forma:
“Quando
ele, como eleito de Deus, anunciava o nome do Cristo aos povos e aos reis;
quando os príncipes deste mundo se curvavam diante dele e que os bispos de
todos os paises obedeciam às suas ordens; quando o próprio papa em Roma
aceitava seus avisos e o enviava pelo mundo como uma espécie de embaixador
geral; quando, sobretudo, suas palavras e suas ações foram confirmadas pela
experiência, - ele não se glorificava nunca, mas com toda humildade se
considerava como ministro, e não como autor; e quando cada um lhe tinha por
maior de todos, ele estimava a si mesmo como o menor de todos, dando a Deus a
autoria de todos os seus sucessos”.
Em
1140, Bernardo, como campeão defensor do catolicismo ortodoxo, teve Pierre
Abelardo por adversário. Abelardo, o mestre célebre da dialética e de teologia
especulativa, acabara de publicar seu livro INTRODUÇÃO À TEOLOGIA. Nesse livro
dizia que a fé não passava de uma simples opinião. Mas, para Bernardo, a fé não
é uma opinião, mas é uma certeza. E via com horror os santos milagres debaixo
de exame do racionalismo. Na presença do arcebispo, do rei e de todo concilio
reunido em Sens, Abelardo, sob o ataque de Bernardo, se levantou e abandonou a
assembléia. O concilio pronunciou sua condenação.
Durante
toda sua carreira, Bernardo deu uma atenção especial ao culto da Virgem, a
mediatriz verdadeiramente humana. O culto da Virgem ou mariolatria está de data
antiga nos anais cristãos, remontando a antes do concilio de Efeso no 5º
século, mas que passou a ter uma preponderância sistemática no tempo das
cruzadas. Foi então que a pureza católica se ligou à ternura cavalheiresca. A
capela da Virgem, colocada em grande número de igrejas a partir dos anos 1200,
lembra a glorificação desse culto no ocidente.
Essa
bela idealização da Virgem-mãe, principal criação poética do catolicismo,
humaniza em mesmo tempo o culto e a crença, tendo uma influencia profunda sobre
os sentimentos e os costumes do ocidente cristão.
São
Bernardo é o tipo que resume a elevação moral do sistema católico de educação
que dirigiu sociedade por toda a Idade Média.
AMANHÃ: S. Francisco Xavier recuperando o papa das perdas do cristianismo com a secularização.
SECULARIZAÇÃO
A secularização é a
transformação de uma sociedade pelo abandono de seus
tradicionais e profundos valores e
importantes instituições religiosas
e filosóficas
para aceitação e para o uso de outros novos valores, filosofia e instituições laicas, científicas ou seculares, isto é, não religiosas.
A noção de secularização resulta da percepção de que as
sociedades se desenvolvem ou progridem pela modernização e racionalização
cientifica. Com a modernização a religião perde a sua autoridade em todos os aspectos da vida social e de governo.
A direção do ensino e da
formação de opinião é feita pela religião. A secularização promove a passagem
dessas funções para instituições que em geral não têm a coerência e a capacidade dos sacerdotes.
No caso da Idade Média,
na Europa, a partir dos anos 1300, século XIX, o ensino, as artes e a
informação deixaram de ter comando único nas mãos do papa e de seus padres,
dentro da unidade da fé. Toda formação de opinião e governo da consciência
passaram a ser feitas por especialistas, como professores, consultores,
psicólogos, médicos. É uma era de revolução social moral, familiar e política
de hábitos e costumes e de conflitos em que nos achamos. Até que uma nova
filosofia, uma nova e elevada visão de mundo e de vida se estabeleça.
Notar que
É verdade que você não será
maior
do que sua visão da vida, de sua filosofia.
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