07 DE JUNHO. LANFRANC
arcebispo de Canterbury : preciosos serviços ao Catolicismo
LANFRANC
BENEDITINO
ARCEBISPO DE CANTERBURY CONSELHEIRO DO REI GUILHERME DA INGLATERRA
(nasceu em 1005 em
Pávia, Lombardia, Itália; morreu em 1089, em Canterbury, Kent, Inglaterra)
FUNDADOR DAS
ORDENS MONÁSTICAS NO OCIDENTE CIVILIZADORAS
DA EUROPA
MEDIEVAL
A regeneração moral
com a compressão do egoísmo anti-social
O Catolicismo teve uma
ação importante na evolução social da Idade Média: a regeneração moral dos
povos, com a educação dos sentimentos e costumes. Esse resultado foi obtido
estimulando o altruísmo, que é o sentimento gregário, de associação, e
comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal. Assim os violentos guerreiros se tornaram gentis Cavaleiros para a proteção da
mulher, dos pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da Mãe de Deus
A doutrina católica pela
primeira vez no mundo criou a liberdade de consciência ao obter sem violência o poder sobre o governo
político. Essa liberdade nunca existiu antes. Protegeu e aperfeiçoou a
sociedade humana. As doutrinas anti-sociais perturbam e levam à morte da
própria congregação. Essa é a razão por que a sociedade tem o real poder de vida ou de morte desde os remotos milênios da evolução da
espécie. O poder da sociedade é que nos faz viver na família, na pátria e na
fraternidade universas de todos os povos.
Nesta terceira semana
são indicados os fundadores da vida nos mosteiros, que foi o grande
reservatório da força moral durante a primeira parte da idade média. Note-se,
pela vida de São Bernardo que preside a semana e pela vida de São Bento que a
começa, com que eficácia essa força, desse modo colocada em reserva, foi de
fato empregada.
A semana se encerra no
domingo, com a biografia de seu tipo mais eminente, São Bernardo, chefe de
semana.
Ver em 0521 01 C O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com
todos os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade
que prepararam a
civilização do futuro.
Lanfranc (1005-1089) é contemporâneo de Hildebrando (1020-1085).
Estamos reverenciando os grandes servidores da sociedade na época
do apogeu da Igreja Católica. Uma era começa com o papa Hildebrando, que adotou
o nome Gregório VII. O papado teve seu tempo áureo desde o governo de
Hildebrando (1073-1085) até o seu ponto culminante no pontificado de 1198 a 1216 do papa
Inocêncio III (1160-1216).
Lanfranc nasceu em Pávia, na Lombardia. Estudou e praticou a
advocacia em sua cidade natal. Na Normandia, em 1039, com 34 anos, estabeleceu
uma escola em
Avranches. Lecionou ali até 1042, quando entrou para o
monastério beneditino em Bec, perto de Ruen. Em 1045 tornou-se o prior. Ali ele
fundou uma escola que se tornou conhecida por toda a Europa.
O duque de Normandie, Guilherme, que faria, mais tarde, a
conquista de Inglaterra, estava no poder. A Igreja de Roma estava proibindo o
casamento de Guilherme com sua prima Matilde de Flandres, que seria contrario
aos cânones da religião. O duque enviou Lanfranc como seu embaixador para fazer
a paz com o papa. Lanfranc teve sucesso, e em seu retorno, em 1064, o nomeou
antecipadamente abade da nova abadia de Santo Etienne em Caen, cuja ereção fora
uma das condições de reconciliação com a Igreja de Roma.
Em 1070, Guilherme levou Lanfranc para a Inglaterra para ser o
arcebispo de Canterbury. Nesse alto cargo, o segundo mais elevado do reino, que
exigia uma alta capacidade de estadista, Lanfranc prestou os mais preciosos
serviços ao rei, e à Igreja Católica Romana. Seus contemporâneos sabiam que
ninguém suplantava Lanfranc em saber e em autoridade.
Lanfranc conservou a confiança de seu imperioso rei sem ofender
seriamente seu soberano espiritual, Hildebrando o papa Gregório VII. Mantendo a
paz entre o rei e o papa, ele contribuiu decisivamente para a reforma monástica
e eclesiástica de Hildebrando papa e consolidou a união da Inglaterra com a
Igreja Romana.
A longa vida de Lanfranc se prolongou até o reinado do sucessor de
Guilherme o Conquistador, seu irmão Guilherme II. Lanfranc morreu em 1089, aos
84 anos, em Canterbury, Kent, na Inglaterra.
Lanfranc promoveu uma bem sucedida reforma e reorganização da
igreja da Inglaterra. Manteve-se subordinado ao poder do papa, mas assistiu ao
rei Guilherme na intenção de dar à igreja inglesa a liberdade espiritual. Com
habilidade, protegeu a igreja contra a interferência do próprio rei e de outros
poderosos. É o que se chama separar o
poder material do poder espiritual.
Sua preocupação foi separar as responsabilidades e poderes do rei,
de um lado, e da Igreja Católica do outro. O que resultou na lei que separou os
tribunais da igreja dos tribunais seculares, do governo do rei. Mas talvez o maior
serviço pessoal que prestou ao rei foi descobrir em 1075 uma conspiração
formada contra ele por importantes nobres ingleses.
Ao morrer o rei Guilherme, Lanfranc assegurou a passagem do
governo para seu irmão, Guilherme II, colocando as forças inglesas em seu
apoio, contra os partidários de outro seu irmão mais velho, o duque de
Normandia.
Revendo a historia da organização da igreja medieval, notamos a
preocupação permanente com o ensino, aliada à realização de uma religiosidade
universal, para todos os povos e todas as raças. E tudo conseguido pela
colocação da unidade do comando único religioso na pessoa do papa como pontífice
romano, para obter a continuidade e uniformidade no tempo e no espaço. Ou seja,
para durar muitos séculos e para o manter por toda a Europa ocidental.
Importante é perceber a instituição da liberdade dos religiosos,
educadores, formadores de opinião, em relação ao poder coercitivo do governo
político. Essa libertação foi feita na Europa católica pela primeira vez no
mundo, na Idade Média. E veio para ficar na civilização industrial de
trabalhadores livres em que vivemos.
Para sempre veremos o fracasso da política de controle das
consciências pelo Estado, da falta das liberdades, que caracteriza o
totalitarismo sempre bárbaro. Com cruéis resultados, com a pobreza, com a fome
e a morte de populações inteiras, em conflitos intermináveis.
A solução é simples, de baixo custo: Com a disciplina somente dos atos anti-sociais pelo
Estado, mas com plenas liberdades cívicas de opinião, de religião, de reunião,
de ensino, como norma para sempre, com o Estado mantendo a liberdade de
consciência.
AMANHÃ: Amor sublime e constante: Heloisa.
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