03 DE JUNHO. HILDEBRANDO:
sempre memorável humilhação de um rei ao
ir a Canossa
HILDEBRANDO
Papa Santo
Gregório VII, Hildebrand, Grégoire VII, Gregory VII, Saint
(nasceu no ano 1013 da
nossa era, em Soana, Itália; morreu em 1085, em Salerno, Itália)
PAPA GRANDE
LÍDER REFORMADOR NO APOGEU DA IGREJA CATÓLICA ROMANA
O Catolicismo
A regeneração moral
com a compressão do egoísmo anti-social
O Catolicismo teve uma
ação importante na evolução social da Idade Média: a regeneração moral dos
povos, com a educação dos sentimentos e costumes. Esse resultado foi obtido
estimulando o altruísmo, que é o sentimento gregário, de associação, e
comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal. Assim os violentos guerreiros se tornaram gentis Cavaleiros para a proteção da
mulher, dos pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da Mãe de Deus
Verifica-se na
história o papel das doutrinas religiosas no ensino e consagração do povo em
nome de um sagrado ser superior divino para a proteção, manutenção e
aperfeiçoamento da sociedade humana. As doutrinas anti-sociais perturbam e
mesmo levam à morte da própria congregação religiosa. Essa é a razão do poder de vida ou de morte pela
sociedade humana, suave, contínua e sutilmente exercido desde os mais remotos
milênios da evolução da espécie. Os sábios sacerdotes de todas as religiões
sentiram a força dessa condição sociológica.
A segunda semana do
mês de São Paulo é presidida por Hildebrando, que tomou o nome de Gregório VII
como papa. Sua biografia está no domingo que encerra a semana. Com Hildebrando
se completa a constituição do Catolicismo no continente europeu como poder
político sem armas. Respeitado por sua cultura, por seu elevado conceito, por
seu exemplo, por meio do ensino e da consagração.
Ver em 0521 01 C O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com
todos os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade
que prepararam a
civilização do futuro.
O
papa Gregório VII (1013-1085dC) dirigiu a formação de uma Igreja Católica
destinada à moralização da política, para a nítida libertação do poder
religioso de opinião e de consciência do poder do governo político armado
coercitivo com liberdade dentro da unidade da autoridade do papa.
Pela primeira vez no mundo foi instituída a liberdade de consciência. Nunca
os formadores de opinião conseguiram a liberdade de reunião, liberdade de
ensino, de religião, de informação. Somente o Catolicismo na Idade Média
conseguiu a moderna liberdade de
consciência por seu lema
a César o que é de César, a Deus o
que é de Deus
As
liberdades republicanas da modernidade foram dessa forma obtidas então sem
conflito. As liberdades são necessárias, indispensáveis e inevitáveis na nova
civilização industrial e pacífica.
A
igreja católica foi, com o feudalismo, a formadora da civilização da Idade
Média, que domesticou os ferozes guerreiros da antiguidade, libertou os
escravos brancos antigos vencidos de guerra e desenvolveu a base do progresso
moderno, de indústria e de paz. O progresso moral é que conduziu o homem ao
culto de sua dama, à defesa da mulher e dos fracos e dos pobres, ao gentil cavalheirismo
educado de nossos dias.
Hildebrando
nasceu de família pobre, sendo seu pai um carpinteiro em Soano, na Toscana.
Educado no convento de Santa-Maria, em Roma, onde seu tio era abade. Continuou
seus estudos, Giovanni Graziano tendo sido um de seus professores, que depois
se tornou o papa Gregório VI. Em 1049 Hildebrando foi nomeado abade do mosteiro
de São Paulo.
Sendo
arquidiácono de Roma e chanceler, Hildebrando dirigiu virtualmente a condução e
sucessão dos papas durante cinco pontífices entre os anos de 1049 e 1073.
Hildebrando tinha então entre 36 e 60 anos de idade.
Na
qualidade de legado do papa Victor II, foi na França ao Concilio que depôs 45
bispos por simonia, que é a venda de bens e vantagens religiosas. No concilio
de Latrão participou na reforma que retirou a participação popular na eleição
dos papas. Então, em acordo com Damien fez a igreja da Lombárdia ficar submissa
ao papa. Em nome do papa Alexandre II manteve contra o Imperador a defesa da
liberdade e da pureza da Igreja Católica. Enviou ao conquistador da Inglaterra
sua bandeira consagrada e obrigou o seu bispo a ir a Roma receber o palium.
Em
1073, Hildebrando, com 60 anos, foi eleito papa, tomando o nome de Gregório
VII. Logo publicou editos contra a incontinência do clero e contra a simonia,
com circulares a todos os bispos. Esses atos provocaram descontentamento e
conflitos. O imperador Henrique IV declarou a deposição de Gregório pela
assembléia política da Dieta de Worms. Gregório reuniu seu Concílio em
resposta, e tomando como testemunhas São Pedro, a mãe de Deus, São Paulo e
todos os santos, pronunciou, em nome da Santíssima Trindade, a desqualificação
e deposição do imperador e declarou, para os seus vassalos, sem valor o
juramento de obediência. Gregório apressou os príncipes da Alemanha que se
opunham contra Henrique a nomear um novo Imperador.
Foi
então que o imperador Henrique IV sofreu um
ato de humilhação para sempre memorável. Atravessando os Alpes, no inverno,
acompanhado de sua mulher, pediu uma audiência a Hildebrando, que então, estava
como hóspede da condessa de Matilde de Toscana, em Canossa, nos montes Apeninos. O papa se recusou a recebê-lo. Por
3 dias ficou o Imperador no frio e na neve, vestido como penitente e fazendo
abstinência. No quarto dia, em 25 de janeiro de 1077, graças à intervenção de
Matilde, o papa o admitiu em sua presença e lhe deu a absolvição, desde que
prometesse em comparecer ao Concilio papal para julgamento, aguardando sem a
coroa, sem seu titulo e suas funções. Esse ato de submissão ficou famoso e é
citado até nossos dias como a “IDA A
CANOSSA”, como um ato forçado de submissão e um forçado pedido de
desculpas.
Henrique
não cumpriu as promessas feitas, e a guerra continuou na Alemanha e na Itália.
Em 1081 ele criou um anti-papa e marchou com um exercito contra a Itália. Por 3
anos ele fez o cerco a Roma; enfim a invadiu e fez coroar no Vaticano o seu
anti-papa. Hildebrando manteve o domínio do castelo-forte de Santo Ângelo.
Robert Guiscard e seus normandos vieram ao seu socorro. Eles forçaram Henrique
a se retirar e entraram em Roma, que eles incendiaram e saquearam em grande
parte. De Roma eles escoltaram Hildebrando a Salerno, onde, depois de mais uma
vez excomungar Henrique, o heróico pontífice morreu em 25 de maio de 1085, com
72 anos. Suas últimas palavras foram:
“Eu
amei a justiça e odiei a iniqüidade; por isso morro no exilo”
Ele
foi enterrado na catedral de Salerno. Sua canonização teve lugar em 1723. O
conflito das investiduras foi terminado mais tarde pelo compromisso na
Concordata de Worms em 1123.
Hildebrando
coordenou toda a vida social do Catolicismo, antecipando a extraordinária
política da Europa inaugurada após sua morte pela subordinação da política à
moral.
São Bento: monastérios como
refúgio de paz e de trabalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário