02 DE JUNHO. HILDEBRANDO:
sempre memorável humilhação de um rei ao
ir a Canossa
HILDEBRANDO
Papa Santo
Gregório VII, Hildebrand, Grégoire VII, Gregory VII, Saint
(nasceu no ano 1013 da
nossa era, em Soana, Itália; morreu em 1085, em Salerno, Itália)
PAPA GRANDE
LÍDER REFORMADOR NO APOGEU DA IGREJA CATÓLICA ROMANA
A regeneração moral
com a compressão do egoísmo anti-social
O Catolicismo teve uma
ação importante na evolução social da Idade Média: a regeneração moral dos
povos, com a educação dos sentimentos e costumes. Esse resultado foi obtido
estimulando o altruísmo, que é o sentimento gregário, de associação, e
comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal. Assim os
violentos guerreiros se tornaram Cavaleiros para a proteção da mulher, dos
pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da Mãe de Deus
Verifica-se e fica bem
claro na história o papel das doutrinas religiosas no ensino e consagração para
a proteção, manutenção e aperfeiçoamento da sociedade humana em nome de um
sagrado ser superior divino. As doutrinas anti-sociais perturbam e mesmo levam
à morte da própria congregação religiosa. Essa é a razão do supremo poder de
vida ou de morte da associação humana, suave e sutilmente exercido desde os
mais remotos milênios da evolução da espécie. Os sábios sacerdotes de todas, de
todas as religiões sentiram a força dessa lei sociológica básica. Regra que
obrigou e obriga a todos a eternamente proteger e servir ao grande organismo
social humano em nome de seus adorados e poderosos deuses. Porque caso
contrário, todos morreriam com a destruição da sociedade.
O Calendário Filosófico
indica nas suas semanas quatro fases do Catolicismo: na primeira semana os
quatro primeiros séculos com seus principais padres fundadores; na segunda
semana a instituição política do papado, com Hildebrando, o papa Gregório VII; na
terceira os fundadores da vida nos monastérios; na última semana o controle e
estímulo da vida moral da população e o surgimento do protestantismo.
HILDEBRANDO
A segunda semana do
mês de São Paulo é presidida por Hildebrando, que tomou o nome de Gregório VII
como papa. Sua biografia está no domingo que encerra a semana. Com Hildebrando
se completa a constituição do Catolicismo no continente europeu como poder
político sem armas. Respeitado por sua cultura, por seu elevado conceito, por
seu exemplo, por meio do ensino e da consagração.
LIBERDADE DE
CONSCIÊNCIA
Pela primeira vez na
história o poder das opiniões, do ensino e da consagração sem armas se torna
livre em relação ao poder coercitivo político armado. É a libertação do Poder
Espiritual, da liberdade de consciência, em relação ao Poder Temporal da
disciplina dos atos. A liberdade dos formadores de opinião foi feita pelo
Catolicismo pela primeira vez na história do mundo. Antes do cristianismo o
poder político era totalitário, não havendo liberdade de consciência em todas
as civilizações passadas. Comprova-se assim que o totalitarismo é de fato um
regime retrógrado e cruel, muito antigo, barbaro.
Desse modo se completa
a instituição política da religião de São Paulo, começada pelo imperador
Constantino, continuada por Teodósio. Atinge seu ponto culminante pelo
estabelecimento final do poder político liberal do pontífice romano sob a
direção de Hildebrando papa Gregório VII.
Ver em 0520 01 B, de maio dia 20, O
QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com todos os grandes tipos humanos do
mês.
O
papa Gregório VII dirigiu a formação de uma Igreja Católica destinada à
moralização da política, para a nítida separação entre o poder religioso de
opinião e o papel do governo político uma liberdade dentro da unidade da
autoridade do papa. A igreja foi, com o feudalismo, a formadora da civilização
da Idade Média, que domesticou os ferozes guerreiros da antiguidade, libertou
os escravos brancos antigos e desenvolveu a base do progresso moderno, de
indústria e de paz. O progresso moral é que conduziu o homem ao culto de sua
dama, à defesa da mulher e dos pobres, ao cavalheirismo educado de nossos dias.
Hildebrando
nasceu de família pobre, sendo seu pai um carpinteiro em Soano, na Toscana.
Educado no convento de Santa-Maria, em Roma, onde seu tio era abade. Continuou
seus estudos, tendo sido um de seus professores Giovanni Graziano, que depois
se tornou o papa Gregório VI. Em 1049 Hildebrando foi nomeado abade do mosteiro
de São Paulo.
Sendo
arquidiácono de Roma e chanceler, Hildebrando dirigiu virtualmente a condução e
sucessão dos papas durante cinco pontífices entre os anos de 1049 e 1073.
Hildebrando tinha então entre 36 e 60 anos de idade.
Na
qualidade de legado do papa Victor II, foi na França ao Concilio que depôs 45
bispos por simonia, que é a venda de bens e vantagens religiosas. No concilio
de Latrão participou na reforma que retirou a participação popular na eleição
dos papas. Então, em acordo com Damien fez a igreja da Lombárdia ficar submissa
ao papa. Em nome de do papa Alexandre II, manteve contra o Imperador a defesa
da liberdade e da pureza da Igreja Católica. Enviou ao conquistador da
Inglaterra sua bandeira consagrada e obrigou o seu bispo a ir a Roma receber o palium.
Em
1073, Hildebrando, com 60 anos, foi eleito papa, tomando o nome de Gregório
VII. Logo publicou editos contra a incontinência do clero e contra a simonia,
com circulares a todos os bispos. Esses atos provocaram descontentamento e
conflitos. O imperador Henrique IV declarou a deposição de Gregório pela
assembléia política da Dieta de Worms. Gregório reuniu seu Concílio em resposta,
e tomando como testemunhas São Pedro, a mãe de Deus, São Paulo e todos os
santos, pronunciou, em nome da Santíssima Trindade, a desqualificação e
deposição do imperador e declarou, para os seus vassalos, sem valor o juramento
de obediência. Gregório apressou os príncipes da Alemanha que se opunham contra
Henrique a nomear um novo Imperador.
Foi
então que Henrique cumpriu um ato de humilhação para sempre memorável.
Atravessando os Alpes, no inverno, acompanhado de sua mulher, pediu uma
audiência a Hildebrando, que então, estava como hóspede da condessa de Matilde
de Toscana, em Canossa, nos montes Apeninos. O papa se recusou a recebê-lo. Por
3 dias ficou o Imperador no frio e na neve, vestido como penitente e fazendo
abstinência. No quarto dia, em 25 de janeiro de 1077, graças à intervenção de
Matilde, o papa o admitiu em sua presença e lhe deu a absolvição, desde que
prometesse em comparecer ao Concilio papal para julgamento, aguardando sem a
coroa, sem seu titulo e suas funções. Esse ato de submissão ficou famoso e é
citado até nossos dias como a “IDA A CANOSSA”, como um forçado pedido de
desculpas.
Henrique
não cumpriu as promessas feitas, e a guerra continuou na Alemanha e na Itália.
Em 1081 ele criou um anti-papa e marchou com um exercito contra a Itália. Por 3
anos ele fez o cerco a Roma; enfim a invadiu e fez coroar no Vaticano o seu
anti-papa. Hildebrando manteve o domínio do castelo-forte de Santo Ângelo.
Robert Guiscard e seus normandos vieram ao seu socorro. Eles forçaram Henrique
a se retirar e entraram em Roma, que eles incendiaram e saquearam em grande
parte. De Roma eles escoltaram Hildebrando a Salerno, onde, depois de mais uma
vez excomungar Henrique, o heróico pontífice morreu em 25 de maio de 1085, com
72 anos. Suas últimas palavras foram:
Eu
amei a justiça e odiei a iniqüidade; por isso morro no exilo.
Ele
foi enterrado na catedral de Salerno. Sua canonização teve lugar em 1723. O
conflito das investiduras foi terminado mais tarde pelo compromisso na
Concordata de Worms em 1123.
Hildebrando
coordenou toda a vida social do Catolicismo, antecipando a extraordinária
política da Europa inaugurada após sua morte pela subordinação da política à
moral.
Amanhã:
Santo Antônio do Egito fundador de mosteiros
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