12 DE MAIO. Cipião
reduziu o poder do Senado mantendo o comando político único
CIPIÃO
Cipião Africano o
Velho, Scipio Africanus, Publius Cornelius Scipio Africanus
(nasceu cerca do ano
234 antes da nossa era; morreu no ano 183, em Liternu)
GRANDE GENERAL
ROMANO HERÓI DA SEGUNDA GUERRA CONTRA CARTAGO
A
CIVILIZAÇÃO MILITAR
Guerra
para a Paz, Cultura e Cooperação
Os guerreiros e
estadistas da Grécia antiga, de Roma e de Cartago são lembrados no quinto mês
do calendário histórico-filosófico.
São os representantes
principais da civilização militar. Mudaram a forma da vida social do modo
oriental, teocrático, para os costumes da vida ocidental, mais liberal, com uma
vida mais laica, mais humana, ainda com mitologia, mas menos cruel. Os pequenos
países viviam em continuada luta contra os visinhos, no ataque e em sua própria
defesa, sempre procurando fazer a conquista.
Foi Roma com suas
qualidades militares e de administração política que conseguiu a conquista de
todo o continente europeu, incorporando por longos séculos os pequenos povos
num império de paz e de cooperação.
O resultado foi pela
primeira vez uma paz de longa duração num território de grande extensão.
Implantou nos povos do Ocidente uma unidade que permaneceu para sempre;
deu-lhes a todos a cultura greco-romana; criou as condições para uma
civilização homogênea, que veio a ter mais tarde uma religião universal, comum
a todo o continente.
Esta terceira semana do mês da Civilização Militar
representado pela figura de Júlio César mostra os melhores tipos da fase
inicial de Roma na forma de República aristocrática.
A semana tem como chefe Cipião o Africano, nascido de
família patrícia, sendo o maior general romano antes de César. Ele incentivou a
difusão da cultura grega e continuou a reduzir o poder do Senado na tendência
que mais tarde, no Império, tornou essa assembléia corrupta e perturbadora sem
poder político, passando a ser apenas consultiva. Cipião é homenageado no
domingo último dia da semana.
Ver o Quadro 0422 01 B
do mês de César a Civilização Militar que mostra os grandes homens
representantes da criação de um continente europeu unido e em paz.
Com
apenas 16 anos, já na zona de guerra, Cipião salvou a vida de seu pai, ferido
em combate do Tesin. Combateu também na batalha de Canes. O povo, em eleição,
escolheu Cipião para ser Edil, o magistrado encarregado da inspeção e
manutenção dos prédios públicos, como hoje seriam os vereadores. O Senado
romano não concordou, por não ter ele a idade legal necessária. Mas o povo o
confirmou.
Mais
tarde, foi enviado para a Espanha para substituir seu pai e seu tio, derrotados
e mortos pelos irmãos de Aníbal, rei de Cartago. Aníbal tinha feito da Espanha
uma base militar para atacar Roma, sua rival no projeto da formação de um
grande império na Europa. Os romanos, sob o comando de Cipião, depois de quatro
anos de guerra, expulsaram os cartagineses da Espanha.
A
vitória de Cipião na Espanha resultou de suas qualidades de combatente,
combinadas com seu amplo espírito de humanidade, com que não mantinha um
preconceito estreito de nacionalidade contra os espanhóis. Esse preconceito
restritivo em excesso era comum, na época dos romanos no período aristocrático.
Os espanhóis o admiravam, querendo elevá-lo a rei da Espanha.
Com
apenas 28 anos, ao voltar vitorioso a Roma, o Senado lhe recusou as honras do
triunfo. Mas o povo, com um entusiasmo extraordinário, nomeou Cipião como
Cônsul, apesar de sua pouca idade, insuficiente para esse cargo.
Cipião
apresentava um comportamento sereno. O rei de Cartago na guerra contra os
romanos ainda ameaçava de perto atacar a cidade de Roma, estando com suas
tropas no sul da Itália. Com sua serenidade habitual, Cipião anunciou que seu
projeto era de terminar a guerra contra Cartago na África. Avisou que, se o
Senado se opusesse, ele apelaria para o povo. O Senado concordou, mas votou
insuficiente dinheiro e poucos homens. Cipião recebeu os recursos necessários
dos aliados italianos, que procuravam um grande homem que lhes defendesse dos
inimigos e que lhes desse o direito de serem cidadãos de Roma. O Senado negava
aos italianos esse importante beneficio.
O
Senado pretendia tirar Cipião do comando na África, mesmo depois de sua triunfal
vitória na batalha de Zama, que terminou a segunda guerra contra Cartago, com a
derrota definitiva do valoroso general Aníbal. No entanto, o povo votou que
somente Cipião deveria firmar o acordo de paz e trazer a tropa de volta para
Roma. Cipião, mostrando uma grande personalidade e grande generosidade, não
concordou em destruir a bela cidade de Cartago e mais tarde protestava contra a
mesquinhez de fazer a expulsão do grande Aníbal de sua terra.
Cipião
retornou a Roma coberto de glória, como nenhum outro romano antes dele. O povo
queria nomeá-lo ditador vitalício, mas Cipião reconheceu que, nas condições
existentes, essa ditadura não seria oportuna. Mais tarde, sob as ordens de seu
irmão, obteve a vitória na batalha de Magnésia, contra o rei Antiocus.
Quando
já tinha 50 anos de idade, sofreu uma acusação provocada por seu inimigo Catão
o Velho, um partidário do governo parlamentar do Senado. Na verdade, Cipião por
várias vezes vencera o parlamento com o apoio popular. Catão, reacionário,
pensava que a dignidade excepcional e o prestigio pessoal de Cipião
correspondia a uma injúria ao parlamentarismo da constituição romana da época.
Cipião foi absolvido, e resolveu, no dia seguinte, se retirar para sua vila em Literne. Dois anos
depois, morreu, no ano 183 aC .
Ele deixou uma filha, que seria a mãe dos irmãos Gracos.
Cipião
o Africano, nascido de família patrícia, rica, foi um grande líder popular,
sendo o mais nobre produto dos melhores dias da aristocracia romana. Foi o
maior general romano antes de Júlio Cesar. Foi ainda um estudioso e incentivou
a divulgação da cultura grega em
Roma. Sua política continuou a reduzir o poder do Senado na
tendência que mais tarde tornou essa assembléia sem poder político, passando a
ser apenas consultiva. O Império Romano teve sempre o sempre indispensável comando
único na mão do Imperador, escolhido por mérito e não por hereditariedade. O
parlamentarismo não mais atrapalhou o governo imperial.
O
estudo inteligente da historia é a maneira de conhecer como nossa sociedade evoluiu
durante milênios, até chegar ao estagio de nossos dias. Com esse estudo,
podemos saber de onde viemos e para onde iremos. Podemos logo conhecer nossos
pontos fracos, nossos limites e nosso potencial.
Podemos
ver claramente que não estamos sozinhos nessa longa e maravilhosa caminhada da
sociedade humana.
AMANHÃ: Augusto o primeiro imperador romano.
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