24 DE MAIO. Santo
Ambrósio: mestre da cultura cristã e da autoridade moral sacerdotal
SANTO AMBRÓSIO
Ambrosius, Ambrose
Saint, Ambroise Saint,
(nasceu no ano 339 da
nossa era, em Trier,
Bélgica; morreu no ano 397, em Milão, Itália)
BISPO DE MILÃO
GRANDE DOUTOR DA IGREJA CATÓLICA
A regeneração moral
com a compressão do egoísmo anti-social
O Catolicismo teve uma
ação importante na evolução social da Idade Média: a regeneração moral dos
povos, com a educação dos sentimentos e costumes. Esse resultado foi obtido
estimulando o altruísmo, que é o sentimento gregário, de associação, e
comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de proveito pessoal. Assim os
violentos guerreiros se tornaram Cavaleiros para a proteção da mulher, dos
pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da Mãe de Deus
Verifica-se e fica bem
claro na história o papel das doutrinas religiosas no ensino e consagração para
a proteção, manutenção e aperfeiçoamento da sociedade humana em nome de um
sagrado ser superior divino. As doutrinas anti-sociais perturbam e mesmo levam
à morte da própria congregação religiosa. Essa é a razão do supremo poder de
vida ou de morte da associação humana, suave e sutilmente exercido desde os
mais remotos milênios da evolução da espécie. Os sábios sacerdotes de todas, de
todas as religiões sentiram a força dessa lei sociológica básica. Regra que
obrigou e obriga a todos a eternamente proteger e servir ao grande organismo
social humano em nome de seus adorados e poderosos deuses.
O Calendário Filosófico
indica nas suas semanas quatro fases do Catolicismo: na primeira semana os
quatro primeiros séculos com seus principais padres fundadores; na segunda
semana a instituição política do papado, com Hildebrando, o papa Gregório VII; na
terceira os fundadores da vida nos monastérios; na última semana o controle e
estímulo da vida moral da população e o surgimento do protestantismo.
A primeira semana tem seu
tipo principal em Santo
Agostinho como chefe de semana, no domingo que a encerra. O
tipo feminino é Santa Mônica, mãe de Agostinho.
Ver em 0520 01 B O QUADRO
DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com todos os grandes tipos humanos do mês.
Ambrosio
nasceu em Trier, Bélgica e foi educado em Roma. Era o segundo filho do Vice-Rey da Gália, a
França atual. Seu pai morreu cedo, sua mãe e sua irmã foram para Roma com ele.
Estudou advocacia, sendo indicado governador de Aemilia e Ligúria, com sede em Milão. Com 35 anos foi
aclamado como Bispo pelo povo de Milão. Tornou-se um hábil condutor da cultura
e da política em sua época.
Ambrosio
reuniu uma extensa cultura com sua simpatia pessoal, usando energia em ações
políticas corajosas. Enfrentou imperadores e adversários com intervenções
diretas, mas com os grandes recursos de diplomacia mostrava sua lealdade ao
Império Romano e ao bem publico. Agia como um competente estadista, e
estabeleceu a idéia do governo do rei cristão como um operoso filho da Igreja
Católica. O imperador deveria prestar serviço embaixo das ordens de Cristo, de
acordo com o conselho e recomendação do seu Bispo.
O
modelo de governo medieval mostrou a liberdade de ação da orientação consultiva
dos sacerdotes, em harmonia com a disciplina do governo material do imperador.
Pela primeira vez na historia ocorreu a liberdade de opinião em que os
conselhos dos intelectuais pobres, sem armas nem violência, orientavam o
governo político dos reis. Foi a realização da separação libertadora, com
harmonia entre o âmbito da consciência, da opinião, com o governo da ação
política. Em outras palavras, a força do político não impunha sua opinião, e o
intelectual tinha toda a liberdade para aconselhamento. Fato que nunca acontecido
ao longo da evolução da sociedade humana. É a separação entre o governo das
opiniões e o governo político coercitivo. É a separação entre o poder
espiritual e o poder temporal.
Santo
Agostinho foi convertido e batizado por Ambrosio, que foi seu professor. Nas
CONFISSÕES de Agostinho é mostrado como agia Ambrosio quando bispo, com muita
energia, mas sempre com simpatia e ternura. Ele foi, na verdade, uma das vigas
mestras da elaboração da cultura cristã e da autoridade espiritual dos seus
sacerdotes. O conhecimento da literatura e das leis foi aplicado, com larga
imaginação mística, para a sua tarefa de organizar e construir a Igreja
Católica em seus primeiros anos.
Ambrosio
condenava a perseguição aos que erravam, mas, por sua vez, também perseguiu as
heresias do tempo. Foi um ardente defensor do celibato, da vida em isolamento
ascético e das instituições monásticas. Chegou mesmo a ter um monastério fora
de Milão,
“repleto de bons irmãos”.
Os
príncipes temporais prestavam honras a Ambrosio, e em varias ocasiões
importantes o empregavam como seu embaixador. Era considerado o grande
sacerdote, “O GRANDE PADRE” (Ecce sacerdos magnus). Uma das razões dessa
confiança seria por Ambrosio “temer a
Deus, sem jamais temer de dizer a verdade aos reis”, como disse sua biografia
na época.
As
relações de Ambrosio com o grande Imperador Teodósio ficaram famosas. Ao
poderoso senhor ele sugeriu uma legislação enérgica contra a heresia ariana e
contra o culto pagão antigo, ao mesmo tempo em que o censurava corajosamente
por seus atos condenáveis. Mesmo assim, Teodósio dizia que “NÃO EXISTE UM BISPO
COMO AMBRÓSIO”.
Durante
toda a Idade Média ficou na memória do sacerdócio católico o quadro com a
imagem de coragem do Bispo Ambrosio proibindo a entrada do Imperador Teodósio
na Catedral, por ter se mostrado cruel. Mostra ainda a pintura a vista do
Imperador arrependido submetido à penitência imposta pelo Bispo.
A
capacidade política de Ambrosio se devia à sua base cultural, tendo estudado o
saber dos gregos, tanto cristãos como pagãos, como Philon, Orígenes e Plotino.
Os seus sermões ficaram conhecidos por sua erudição e por sua beleza. É
atribuída a Ambrósio a introdução de hinos religiosos no ritual católico, com
grande admiração dos seus seguidores.
AMANHÃ:
Santa Mônica piedosa mãe de S. Agostinho.
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