06 DE JANEIRO: Rômulo
o lendário divino fundador, rei e protetor de Roma
RÔMULO
Romulus
(na lenda romana em
cerca dos anos 300 e 200 antes da nossa era)
FUNDADOR
LENDÁRIO DA CIDADE DE ROMA E SEU PRIMEIRO REI
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade,
preparando
a civilização do futuro.
Esta primeira semana do ano é consagrada à
teocracia
modificada na Grécia e em Roma. É novo tipo de teocracia sem castas do
politeísmo em que o governo total,
das opiniões e dos atos é dominado
pelos militares,
os guerreiros, e não pelos sacerdotes dos deuses, como na duradoura e estável teocracia oriental.
O tipo principal da semana é o sacerdote-rei Numa.
RÔMULO pertence à ordem puramente lendária de heróis, daqueles
deuses epônimos, que recebem seu nome dos lugares. Esse uso era encontrado
entre os gregos. Rômulo é descrito na lenda como filho do deus Marte, deus da
guerra, que é o nome do planeta vermelho. No fetichismo ou feiticismo os
planetas eram os fetiches ou feitiços. Ao evoluir para a crença em deuses,
Marte deixou de ser o fetiche e passou a ser a morada desse deus Marte. As
terças-feiras nos países latinos têm o nome de martedias. É uma herança do politeísmo.
Em inglês o nome é TUESDAY, do nome germânico de Marte: Teiwaz, no inglês
antigo Tiw.
Da mesma maneira que o grego Hércules, Rômulo é posto como tendo
origem divina. Os deuses do politeísmo receberam o nome dos planetas, como
comprovação da origem do politeísmo na Astrolatria, estágio final na evolução
do culto concreto das coisas no Fetichismo. Os planetas se tornaram os fetiches
mais importantes, na sua condição de seres inaccessíveis. O deus da guerra já
mostra o espírito de conquista que Roma desenvolveria por muitos séculos
depois.
O nome de Rômulo, da mesma forma como o nome de seu irmão gêmeo
Remo foi inventado a partir do nome da cidade que ele teria fundado e a qual
ele seria o deus protetor.
Rômulo é descrito como um pastor na tribo romana onde nasceu. Essa
indicação mostra o estado primitivo dos romanos, antes que se desenvolvesse
como nação conquistadora. O espírito guerreiro fez com que a civilização romana
não se tornasse teocrática, do mesmo modo como ocorreu com a Grécia. Em Roma o
poder político pertenceu aos guerreiros, que dirigiam a nação.
Na lenda da fundação de Roma, consta que Rômulo e seu irmão gêmeo
eram filhos de Rhea Silvia, filha de Numitor, rei de Alba Longa, cidade vizinha
da futura Roma.
Numitor foi deposto por seu irmão mais novo de nome Amulius, que
forçou Rhea tornar-se uma vestal virgem, obrigada à castidade. Fez isso para
evitar que, se ela tivesse filhos, eles seriam aspirantes ao trono que havia
tomado.
No entanto, Rhea deu nascimento aos gêmeos Rômulo e Remo, filhos do
deus da guerra, Marte. Vemos que, na antiguidade, as moças muitas vezes eram
engravidadas por deuses, por anjos ou por espíritos, já que os pais humanos não
podiam ser declarados.
Amulius
ordenou que os meninos fossem afogados no Rio Tibre, mas a cesta em que os
gêmeos foram colocados flutuou rio abaixo e encalhou no lugar da futura cidade
de Roma, perto do Ficus ruminalis,
uma figueira sagrada dos tempos históricos. Essa lenda lembra a salvação de
Moisés, do afogamento no rio Nilo.
Os
meninos foram salvos e amamentados por uma loba nas encostas do Monte Palatino
e depois descobertos pelo pastor Faustulus e criados por sua mulher, Acca
Larentia.
Quando os dois gêmeos chegaram à idade adulta, os irmãos depuseram
Amulius e colocaram de volta seu avô Numitor no trono. Eles resolveram
construir uma cidade e escolheram o Monte Palatino. Nas disputas entre Rômulo e
Remo, Remo foi morto e Rômulo tornou-se o único governante da cidade.
A cidade recebeu seu nome. Para aumentar a população, ele ofereceu
asilo a fugitivos e aos exilados. Convidou a tribo dos Sabinos para um festival
e seqüestrou suas mulheres. O casamento delas com seus raptores evitaram que a
cidade fosse invadida pelos Sabinos. Foi feito um tratado entre as duas tribos,
Rômulo aceitando dividir o poder com o rei Titus Tatius.
Como Titus morreu logo depois, Rômulo ficou de novo com todo o
poder. Ele governou por longo período e numa grande tempestade ele desapareceu
misteriosamente. Na lenda, ele teria sido levado para os céus por seu pai, o
deus Marte, sendo Rômulo cultuado em Roma
com o nome do deus Quirino.
A história de suas guerras com os Sabinos e o estabelecimento
deles em Roma deixam perceber a mistura primitiva das duas tribos. A associação
de Rômulo com o rei Tatius dos Sabinos foi um precedente para o consulado duplo
na República de Roma.
Rômulo foi adorado em Roma como uma forma do mesmo deus Marte, com
o nome de Quirino, deus protetor da cidade de Roma. Como deus da guerra, seu
nome tem sua importância como testemunho de que o povo romano já tinha
consciência da sua natureza e de seu destino de conquistador para manter a paz
entre as belicosas tribos da Europa antiga.
AMANHÃ: Numa e a origem divina das instituições sociais.
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