JANEIRO 03. ORFEU: recebeu
a lira de Apolo e tornou-se o melhor artista da Grécia
ORFEU
Orphée em
francês; Orpheus em inglês
(figura da lenda na
religião politeísta dos gregos antigos)
HERÓI LENDÁRIO NOTÁVEL
POETA, CANTOR E MÚSICO NA MITOLOGIA GREGA
ANTEPASSADOS. Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.
ORFEU é colocado na lenda como filho da musa da poesia épica
Calíope, e do deus da música Apolo. Orfeu tornou-se um excelente músico depois
de receber a lira de Apolo, não havendo outro artista como ele.
Há duas personalidades ou dois tipos diferentes na lenda grega de
Orfeu. Uma personalidade se mostra como um encantador músico da Trácia. Outra
figura é a de fundador de ritos religiosos ou mistérios ligados ao culto do
deus Dionísio. O músico parece ser o tipo inicial, tornado mais tarde o patrono
de um movimento religioso dentro do politeísmo da Grécia, o Orfismo. Esse
movimento se baseava em textos sagrados supostos como escritos por Orfeu.
Como cantor ele era dotado do maravilhoso poder de encantar a
todos que o ouvissem e até encantando mesmo a natureza inanimada. Ele
representa a mais antiga escola de menestréis da Grécia, que se supõe tenha
nascido na Trácia. Seu nome nos tempos antigos foi dado ao principal dos poetas
cantores que antecederam a Homero. De tempos em tempos se descobrem diversas
composições poéticas atribuídas a Orfeu.
A lenda conta que quando Orfeu tocava sua lira e cantava, ele
emocionava tudo, fosse animado ou inanimado. Sua música era tão bela que
encantava as árvores e as rochas, que se moviam em sua melodia; sua música
tornava as feras selvagens em animais domesticados e até os rios alteravam seus
cursos para acompanhá-lo. Orfeu se juntou à expedição dos Argonautas, tendo
salvado a excursão da música perigosa das Sereias ao tocar sua própria música,
uma música mais forte.
Ao voltar, Orfeu casou-se com a linda ninfa Eurídice. Logo depois
do casamento a esposa foi picada por uma serpente e morreu. Orfeu tem grande
popularidade pelo sofrimento causado pela morte de Eurídice.
Transtornado pela dor, Orfeu foi ao mundo dos mortos para trazer
Eurídice à vida novamente, o que nenhum mortal conseguiu fazer. O chefe do
mundo dos mortos, Hades, com pena de Orfeu, permitiu que ele levasse a esposa
para a vida, desde que eles não olhassem para trás.
Mas Orfeu emocionado, ao ver a luz do sol, olhou para Eurídice que
estava atrás e ela desapareceu para sempre.
Desesperado, Orfeu se isolou nas selvas, se lamentando para as
rochas e árvores. Mais tarde ele foi morto por seguidores do deus Dionísio
porque era seguidor do culto do outro deus, Apolo. Quando eles o decapitaram e
jogaram a cabeça de Orfeu no rio, ela continuou a chamar por Eurídice, até que
deu à praia de Lesbos, onde as musas a enterraram.
A lira de Orfeu, depois de sua morte, tornou-se na constelação da
Lira, conta a lenda.
A lenda de Orfeu foi embelezada com um final feliz no romance
medieval inglês de Sir Orfeo. A ópera
de Christoph Gluck com o nome em italiano Orfeo
ed Euridice trata da desgraça do artista. Também a história de Orfeu foi o
tema do filme Orphée de Jean Cocteau,
bem como no filme brasileiro Orfeu Negro.
Orfeu como outra personalidade é o fundador de mistérios do
Orfismo, ritos religiosos ligados ao culto do deus Dionísio. A base era feita
numa cosmogonia mítica do deus Dionysius Zagreus, filho de Zeus e Persephone.
As normas do Orfismo definiam a conduta de seus seguidores, que
deveriam se purificar dos sentimentos de Titans, ou do mal, procurando
desenvolver sua própria natureza divina Dionisíaca do bem. A doutrina do
Orfismo mostrava grande severidade para que fossem alcançadas as vantagens
divinas pela ação do bem e ameaçava com pesados castigos os atos do mal.
Em todas as religiões nota-se o ensino do sentimento social, ou
seja do altruísmo, como o resultado
da fé, a doutrina dos deuses servindo de meio usado para pregar a conduta
social. Os deuses são os inspiradores e juizes da orientação religiosa.
Só na modernidade a Sociologia descobriu o verdadeiro papel que as
religiões tiveram e terão na evolução social. Os atores em cada fase da
evolução agiam sob a ação de um confuso sentimento de cooperação para o bem
coletivo. A sabedoria dos sacerdotes, em todas as épocas, consistiu em perceber
as danosas conseqüências dos atos anti-sociais que fossem sugeridos pelos magos
em suas divagações. Os orientadores, embora crentes sinceros, seguiam sua
inspiração para a defesa e progresso da sociedade, em nome e com a benção dos
seus deuses. Já que os deuses são interpretados pelos sacerdotes, seus sinceros
adoradores.
AMANHÃ: ULISSES conquista Troia com o presente de grego, um cavalo
de madeira.
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