domingo, 24 de março de 2013

0325 C PLATÃO sistema filosófico e político na supressão da propriedade e da família


MARÇO 25: Platão: longa influencia pela habilidade e estilo poético na filosofia

PLATÃO
Platon, Plato
(nasceu no ano 427 antes da nossa era, em Egina, Grécia; morreu no ano 347, em Atenas)

FILÓSOFO GREGO DE GRANDE INFLUÊNCIA NA CULTURA DA EUROPA DO OCIDENTE

A evolução intelectual livre
Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia.
Esta é a quarta semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga. É consagrada à escola de Platão que prepara a doutrina da igreja cristã. O chefe de semana é Platão no domingo que a encerra.

Ver o Quadro 0226-01 C do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.


PLATÃO (427-347 aC)), o filósofo assim chamado, nasceu na ilha de Egina em maio do ano 427 antes da nossa era, de uma antiga e nobre família. Seu pai se chamava Ariston, sua mãe Perictione e seu nome era Aristocles. Platão seria o seu apelido dado mais tarde, que indicaria sua constituição robusta, ou o seu rosto muito largo.
Sua amizade com Sócrates começou quando ainda tinha 20 anos de idade e durou até a morte de Sócrates no ano 399. Ele pertencia ao partido aristocrático em política. Ligado com alguns dos que estabeleceram uma oligarquia no ano 403 ele teve a esperança logo perdida, de estabelecer um governo de filósofos. Ele simpatizou com a nobre resistência de Sócrates contra os trinta tiranos.
Depois do restabelecimento da democracia em Atenas e do martírio de Sócrates, Platão foi para Megare e viveu por algum tempo com Eucleides, filósofo dessa cidade. Ele fez uma viagem ao Egito e ligou-se também às escolas pitagóricas ainda existentes em Tarento, Locres e em outras cidades do sul da Itália e da Sicília. Na Sicília ele se aliou com Dion, sobre quem ele teve grande ascendência.
A convite de Dion, ele visitou Denys o Velho, em Siracusa. Seus discursos revolucionários ofenderam esse tirano, que fez com que Platão fosse vendido como escravo em Egina. Platão foi prontamente resgatado da escravidão e levado para Atenas, onde, em 386 antes da nossa era abriu uma escola de filosofia num jardim perto do Templo do herói Academus, situado perto da porta norte da cidade. Essa foi a primeira das numerosas escolas de ensino filosófico fundadas em Atenas, que permaneceram em funcionamento por oitocentos anos até serem proibidas no ano 529 da nossa era pelo Imperador Justiniano.
Platão teve como alunos muitas das celebridades do seu século, os oradores Demóstenes e Hipérides, os filósofos Speusippe, Xenócrates e Aristóteles e o grande geômetra e astrônomo Eudóxio. Sua vida de ensinamento durou até a morte no ano 347.
Platão manteve a esperança de orientar o governo de Denys o Jovem de Siracusa para a aplicação de sua filosofia à política, o que não conseguiu. A perda dessa esperança de subir ao poder assombrou os últimos anos de Platão. A escola rival, o Liceu, que seu discípulo Aristóteles abriu no Templo de Apolo Lício, não afetou a boa relação entre os dois pensadores.
As numerosas obras de Platão são escritas na forma de diálogos, onde o principal interlocutor é quase sempre Sócrates. As opiniões do autor são dificilmente encontradas no meio da conversação contida nos diálogos. Por essa razão Platão é visto mais como um literato ou como um mero escritor do que como um grande filósofo. Aristóteles chegou a afirmar que seu mestre Platão se dedicou muito a temas por demais antigos, arcaicos.
O sistema filosófico e político de Platão pode ser melhor estudado nos seus textos na República, no Timeu e nas Leis. Na sua obra a República ele estabelece a supressão da propriedade e da família. Os filhos seriam filhos do Governo Político, do Estado coercitivo, separados de suas famílias, já destruídas.
As propostas de Platão são as mais simples e mais fáceis de imaginar, correspondendo ao raciocínio simplista de que se há erros e injustiças na propriedade e na família, basta eliminar a riqueza e destruir a família, como fontes de todo mal. Essa política chegou a ser implantada no início do governo marxista socialista no comunismo russo, numa prática logo abandonada. Um agrupamento de indivíduos solteiros em sexo livre exigiria um número muito maior de habitações, sendo até anti-econômico. Um curioso, imoral e trágico sistema de erros de filosofia política que ainda persiste por mais de 2400 anos.
A filosofia de Sócrates, o honesto, sensato e estimado mestre de Platão incluía a pretensão de realizar o governo dos sábios, que seria a tomada do governo político por aqueles que tinham mais saber. Só percebendo essa ambição do próprio filósofo é que se pode entender a acusação e a condenação a morte de Sócrates pelo governo de Atenas.
A influência das concepções de Platão foi grande e prolongada, em grande parte devida à sua habilidade dramática e ao estilo poético do autor. Embora não tenham contribuído para o estudo científico, suas idéias inspiraram o ardor para a regeneração social.
As concepções de Platão, levadas para a cidade de Alexandria, foram os caminhos que levaram as idéias do judaísmo e do cristianismo a dominar o mundo ocidental na Idade Média. Para então formar a mais adiantada civilização do mundo no território já unificado, pacificado e tornado homogêneo pela conquista realizada pelo Império Romano na Europa do ocidente.

AMANHÃ:  Mês de Arquimedes da Ciência Antiga e Teofrasto.

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