MARÇO 05: Sólon:a
democracia e as leis sábias e humanas.
SÓLON
(nasceu cerca do ano
630 antes da nossa era; morreu no ano 560)
LEGISLADOR,
ESTADISTA E POETA GREGO FUNDADOR DA DEMOCRACIA EM ATENAS
A evolução intelectual livre
Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia
Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo.
Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e
que nos envolve.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como
Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo
explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas
forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a
primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda
fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da
filosofia.
Nesta
segunda semana do mês de Aristóteles se mostram os ideais dos antigos gregos aspirando
organizar toda a vida humana com base nas ciências. Ideais colocados por
Pitágoras tendo por base a Matemática.
A semana termina no
domingo dedicado a Pitágoras, o chefe da semana.
Ver o Quadro 0226-01 C do Mês de
Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes
da criação da ciência abstrata.
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade, preparando
a civilização do
futuro.
SÓLON (630 aC-560 aC) nasceu numa antiga e nobre família. Na sua
juventude ele viajou fazendo o comércio na Grécia e na Ásia Menor. Logo ele
ficou conhecido como um observador perspicaz e profundo do caráter e da conduta
das pessoas, como um conselheiro capaz e prudente. Sólon foi escolhido como um
dos sete sábios de seu tempo. Seus pensamentos foram por ele colocados em verso
e os fragmentos que restam deles são mais de um moralista prático do que de um
pensador teórico. Sua grande fama é devida à sua obra política.
Sólon tomou uma parte preponderante na luta de Atenas contra os
seus visinhos de Megare pela posse da ilha de Salamina. Mas sua intervenção foi
ainda mais importante nas ardorosas discórdias que se levantaram entre os ricos
e os pobres dentro de Atenas.
Muitos cidadãos, em grande número, eram forçados a trabalhar como
escravos ou eram vendidos aos países visinhos para pagamento de suas dívidas
que não podiam saldar. A guerra civil era iminente. No ano 594 Sólon foi
escolhido como arconte, juiz supremo para o ano, sendo encarregado de dar uma
solução para as dificuldades. Seus amigos lhe pediram para formar uma ditadura
e de governar como um déspota, mas Sólon se recusou com obstinação.
Completamente destituído de ambição pessoal, ele se encarregou da
difícil tarefa de estabelecer uma reorganização prática. Sólon anulou todos os
contratos que fizessem o devedor dar em garantia a escravidão de sua própria
pessoa ou de seus filhos.
Ele anulou muitas hipotecas e fez voltar de cidades afastadas
muitos dos devedores que tinham sido vendidos como escravos. Sólon restabeleceu
o direito de cidadania para um grande número de pessoas pobres que haviam
perdido esse direito por serem devedores. Tudo isso implicava em confisco. Ele obteve
o dinheiro destinado a recomprar os escravos abaixando o valor da moeda e assim
gastou menos de quatro partes de moeda onde deveria gastar cinco partes.
Com as ações feitas, Sólon não teve lucro, porque ficou mais
pobre. Mas inspirou a maior confiança pela sua dedicação ao bem público e a
melhor prova de sua sabedoria é que essas medidas, uma vez aplicadas, fizeram
com que a relação entre os devedores e os credores fosse sempre menos bárbara
em Atenas do que nos outros Estados da antiguidade.
Solon colocou na constituição da Cidade-Estado outras modificações
que permitiram a admissão dos homens livres no governo e na magistratura. Ele
não foi um democrata da época, já que antes, pela lei, a democracia então
reservava grande parte do poder político aos proprietários e à nobreza. Num dos
seus poemas e diz que usava “as duas
partes do meu escudo de modo a defender uma e outra de um triunfo injusto”.
Muitas outras leis de Solon foram sábias e humanas. Ele incentivou
o comércio e a indústria. Ele regulou com prudência a transmissão da fortuna
por meio da herança. Puniu os insultos caluniosos contra os vivos e os mortos.
Diminuiu a extrema severidade das leis primitivas contra o roubo e a violência.
Uma de suas leis ficou particularmente famosa: em tempos de graves conflitos
políticos, ele proibiu cada cidadão de dar seu julgamento.
Sólon viveu até a idade de oitenta anos e se destacou um ano antes
de morrer por sua nobre resistência contra a tirania do usurpador Pisistrato.
Foi o poeta e o governante – a poesia foi o instrumento de sua ação de
legislador e de estadista.
Sua vida é um dos exemplos mais nobres que a história oferece:
aquele modelo de pensador que nunca deixou de ser um bom cidadão.
AMANHÃ: Xenofanes e a incapacidade de conhecer o absoluto.
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