20 DE MARÇO. Filon de
Alexandria: harmoniza o judaísmo e a filosofia grega.
FILON DE ALEXANDRIA
Philo Judaeus, Philon de Alexandrie, Philo of Alexandria
(nasceu cerca do ano
20 antes da nossa era, em Alenxandria; morreu cerca do ano 50 da nossa era, em
Alexandria)
IMPORTANTE
FILÓSOFO JUDEU HARMONIZA FÉ REVELADA COM RAZÃO FILOSÓFICA
A evolução intelectual livre
Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia
Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo.
Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e
que nos envolve.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como
Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo
explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas
forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a
primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda
fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da
filosofia.
Esta é
a quarta semana do mês de Aristóteles da Filosofia Antiga. É consagrada à escola
de Platão que prepara a doutrina da igreja cristã. O chefe de semana é Platão
no domingo que a encerra.
Ver o Quadro 0226-01 C do Mês de
Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes
da criação da ciência abstrata.
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade, preparando
a civilização do
futuro.
FILON DE ALEXANDRIA (20aC-50dC) foi um judeu de Alexandria, de uma
família sacerdotal, falando a língua grega, o mais importante filósofo do judaísmo
helênico. Sabe-se que ele foi enviado como chefe de uma representação dos
judeus de Alexandria ao imperador Calígula para se defender do notório
anti-semita Apion que os acusava de recusar a prestar as honras devidas a
César; sabe-se ainda que ele fez uma segunda viagem a Roma no tempo do
imperador Cláudio. É tudo que se conhece dos detalhes de sua vida pessoal.
O historiador dos judeus Josephus, contemporâneo de Filon, informa
que a família do filósofo era das mais nobres de sua linhagem. Seu irmão Alexandre
Lysimachus era o homem mais rico da cidade de Alexandria, tendo contribuído com
ouro e prata para recobrir os nove grandes portões do Templo de Jerusalém.
Mas as obras de Filon são de grande interesse. Elas mostram que
havia em Alexandria uma numerosa e importante escola de pensadores judeus que
se encarregou à tarefa de conciliar o judaísmo com a filosofia grega e
especialmente com a filosofia de Platão. Filon não foi apenas um copiador dos
filósofos gregos, repensando e desenvolvendo as doutrinas de Platão, de
Aristóteles, Pitágoras e outros. Ele adotou as idéias de Aristóteles em
cosmologia e em ética, havendo predominância do pensamento de Platão. Filo
adotou o significado místico dos números de Pitágoras, em especial do número
sete e também a disciplina de vida pitagórica.
Para a harmonia do judaísmo com a filosofia da Grécia, ele fazia
um uso ilimitado da alegoria em sua interpretação das escrituras sagradas.
Filon comentava a passagem do Gênese que diz: “O céu e a terra foram feitos” explicando que o céu significa razão
e a terra sensação. Quanto à criação do mundo em seis dias afirma que “não se deve tomar o texto ao pé da letra,
porque o tempo não existia antes da criação. Somente saber que o seis era um
número perfeito e o sete era ainda mais perfeito”. Toda a história bíblica
era interpretada dessa maneira. Os quatro rios do paraíso são interpretados
como as quatro virtudes; Adão significa a razão, Eva o sentimento e a paixão -
e assim por diante.
Mas a mais importante das concepções dessa escola é a sua teoria
do Logos traduzido habitualmente nas
escrituras cristãs pela palavra Verbo,
com a dupla significação de palavra
e de razão, como ocorre no
exemplo análogo da palavra italiana ragionare.
Como conseqüência é do Deus Supremo, para Filon, que vem a razão,
o pensamento ou a palavra. Filon fala então do filho primeiro-nascido ou
primogênito de Deus, criador e governador do mundo e do segundo Deus,
grande-sacerdote de Deus, existente em toda eternidade. Em outros textos Filon
fala do logos como sendo a idéia das
idéias de onde sai, primeiro o mundo platônico das formas invisíveis e mais tarde sai então o universo visível.
São Jerônimo e outros padres citam a então conhecida frase “Ou Platão filoniza ou Filo platoniza”.
A influência importante da escola de Filon sobre a teologia do cristianismo é
bem clara.
Por essa razão ele é considerado por escritores cristãos como o
precursor da teologia cristã.
AMANHÃ:
O quarto evangelho de João Evangelista.
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