MARÇO 10: Apolônio de
Tiane e seus muitos milagres.
APOLÔNIO DE TIANE
Apollonius of Tyana
(nasceu cerca do ano 1
de nossa era, em Tiane, na Cappadocia, na Ásia Menor; morreu ano 80)
FILÓSOFO GREGO HERÓI
MÍSTICO ADORADO NO IMPÉRIO ROMANO
A evolução intelectual livre
Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia
Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo.
Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e
que nos envolve.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como
Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo
explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas
forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a
primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda
fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da
filosofia.
Nesta
segunda semana do mês de Aristóteles se mostram os ideais dos antigos gregos aspirando
organizar toda a vida humana com base nas ciências. Ideais colocados por
Pitágoras tendo por base a Matemática.
A semana termina no
domingo dedicado a Pitágoras, o chefe da semana.
Ver o Quadro 0226-01 C do Mês de
Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens representantes
da criação da ciência abstrata.
NOSSOS ANTEPASSADOS
INESQUECÍVEIS
Maiores figuras
humanas na antiguidade, preparando
a civilização do
futuro.
APOLÔNIO (ano 1-80) nasceu em Tiane, na Capadócia. Ele aprendeu
Gramática e Retórica na cidade de Tarso, onde ninguém pode deixar de supor que
ele pudesse encontrar como estudante o judeu Saul, que viria a ser o grande
apóstolo Paulo. Depois se retirou para Egeu na Cilícia, Ásia Menor, onde
estudou medicina e filosofia no Templo de Esculápio, onde era feito o culto ao
deus grego da medicina. Encontrou-se com Euxene, um pitagórico, que lhe passou
o entusiasmo pelo grande mestre Pitágoras, de modo que ele adotou a disciplina
pitagórica e sua maneira de viver. Ele se absteve de comer animais, de se
vestir com suas peles, passou a dormir no chão e a observar a regra dos cinco
anos de silêncio.
Apolônio foi a seguir em viagem pelo oriente, encontrando em
Ninive a Damis, que se tornou seu fiel amigo e seu companheiro de viagem e que
deixou as narrativas de suas aventuras. Eles viajaram juntos ao Egito, para a
África, Itália e Espanha. Mas as costas ocidentais do Mar Mediterrâneo na Ásia
Menor e em especial a cidade de Êfeso foram os lugares de sua atuação. Apolônio
exerceu ali e nas cidades vizinhas uma grande influência social e moral
reprimindo o luxo e a dissipação, acalmando os ânimos perturbados por meio da
fascinação de sua aparência elevada, digna e de sua natureza superior.
É verdade que foi atribuído a Apolônio de Tiane os poderes de
fazer milagres, o que não foi propagado pelo próprio filósofo. Quem lê a sua
biografia feita por Filostrato não tem a impressão de que ele fosse um impostor
ou um charlatão. Antes fica a impressão de um homem sinceramente dedicado a
seus semelhantes. Ele mostrou grande interesse na permanência do governo de
Roma de governantes sábios. Quando esteve no Egito ele esteve com Vespasiano e
depois com seu filho Tito.
Quando convidado a entrar em conspirações contra o Império Romano,
Apolônio recusou com firmeza. Esse governo do Império não é, diz ele, um
autogoverno da democracia, mas é bem melhor que uma aristocracia ou uma
oligarquia. Ele disse:
“Embora que um homem
superior em virtude possa mudar uma democracia de forma a fazer que pareça uma
ditadura; embora o governo de um homem só, desde que em tudo governe para o bem
comum, esse governo será, propriamente, uma república”
Na biografia de Apolônio de Tiane feita por Filostrato não se vê
sinal algum de rivalidade com a vida de Cristo ou com algum santo cristão. Por
vários séculos ele foi acusado como um impostor. Mas enfim justiça foi feita a
um homem que, depois de Pitágoras, depois de estabelecido o Império Romano,
teve em vista a renovação do mundo ocidental por meios menos violentos, menos
subversivos e mais humanos que os usados pela igreja cristã primitiva.
Muitos romanos se tornaram adeptos de Apolônio, mantendo o culto
de seu mestre com memoriais e altares em honra ao seu herói religioso.
AMANHÃ:
Pitágoras e a base matemática da natureza.
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