FEVEREIRO
28. Heráclito: A filosofia obscura do pensador misântropo.
HERÁCLITO
Heracleitus,
Heraclitus
(nasceu
cerca do ano 540 antes da nossa era, em Êfeso, Ásia Menor; morreu cerca do ano
480)
FILÓSOFO
GREGO MISANTROPO DA COSMOLOGIA DO FOGO PRIMORDIAL
A evolução intelectual livre.
O início da criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece
nas cidades da Grécia Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar
o homem e o mundo. Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que
governam tudo que somos e que nos envolve.
Desde o século 7º ao 5º antes da
nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a
fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a
ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta
duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à
ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a
ciência separada da filosofia.
A primeira semana do
mês representa o nascimento do pensamento grego, durante o qual se tentou
explicar o universo por algum princípio físico, fora das lendas religiosas. Ao
mesmo tempo a ciência positiva, segura, comprovada da Geometria se desenvolvia
gradualmente. Tales é o principal representante da época.
A semana termina no
domingo, com Tales como seu chefe.
Ver o Quadro 0226-01
C do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga. O quadro mostra os grandes homens
representantes da criação da ciência abstrata.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
HERÁCLITO (540 aC-480 aC) é
conhecido como o filósofo misantropo,
anti-social ou triste. Nasceu em Êfeso no tempo da explosão da revolta jônica.
No ano 546 antes da nossa era a Jônia revoltou-se contra o domínio da Pérsia,
contando com a decisiva assistência da cidade de Atenas.
Os habitantes de Êfeso estranhamente não participaram de seus
compatriotas da Jônia no curto conflito contra o império dos Persas. Por essa
incapacidade de se reunir a favor de uma causa comum é que nós podemos explicar
o desprezo que a filosofia de Heráclito sentia pela voz do povo e pelo governo
da multidão. Foi o que levou Heráclito a se retirar da vida ativa.
Por direito de nascimento, ele poderia exercer na sua cidade a
mais alta função política, que recusou. Quando foi banido seu amigo Hermodoro a
amargura de seus sentimentos aumentou a tal ponto que ele se retirou da
sociedade dos homens e passou a viver solitariamente nas montanhas. Procurou se
separar de um mundo que lhe parecia completamente egoísta e cheio de coisas
inúteis.
A filosofia de Heráclito lhe deu a qualificação de pensador “obscuro”. Ele
concebeu o princípio do Universo como um éter
inflamado que não somente é a substância de tudo que existe, mas que
constitui a inteligência universal.
Para ele não havia repouso
na natureza, mas uma mudança perpétua.
A produção de uma coisa sempre corresponderia à destruição de uma outra coisa e
tudo deveria ser de novo mergulhado no espírito em fogo. O espírito de cada
pessoa nada mais é do que uma parte infinitamente pequena retirada do espírito
universal, o que causa a nossa tendência ao erro. Não será por meio do grande
conhecimento que nós poderemos atingir a razão, mas sim nos colocando em
harmonia com o todo, porque o que for puramente individual em nós só pode ser
falso.
Vemos no pensamento de Heráclito em germe a filosofia de Zenão o Estôico e de Marco Aurélio. Mas a doutrina de
Heráclito se aproxima mais do idealismo
de Platão, que pensava que o maior esforço do espírito, afastado do mundo,
seria para perceber um pouco dessa Verdade
Universal com que será unido quando cessar sua prisão no corpo material. O
mesmo idealismo aparece na filosofia
moderna, com formas diferentes, em especial nos sistemas de pensamento de Fichte e de Hegel.
Heráclito e seu discípulo Crátilo se tornaram dos primeiros
pensadores do ceticismo antigo ao
defenderem que o mundo estaria no estado de fluxo tal que nenhuma verdade permanente poderia ser achada. Contrariava assim os
filósofos eleáticos, que reduziam a
realidade ao Uno, estático, imóvel. Dessa forma os eleáticos colocavam como
falsa a observação por meio dos
sentidos, a pluralidade e a mudança, negando que a realidade pudesse ser
descrita pela experiência.
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