FEVEREIRO
20 Lucrécio: o estudo da natureza e do
civismo romano
LUCRÉCIO
Lucretius
Titus, Lucretius Carus
(nasceu no
ano 99 antes da nossa era; morreu no ano 55 antes da nossa era)
NOTÁVEL
POETA E FILÓSOFO ROMANO DO ATEÍSMO NA “NATUREZA
DAS COISAS”
O Politeísmo
Militar Ocidental vence a Teocracia Sacerdotal do Oriente
Na Grécia a arte
coordenou a política militar num período histórico crítico. Nessa época foi
eliminado o total poder político e mental da casta hereditária dos sacerdotes
das teocracias. O que foi feito pela primeira vez no mundo. Para sempre.
A arte gera emoções,
cria visões de progresso, visões do futuro.
A arte tem, desse
modo, o poder de antever o progresso, de criar
novos ideais. É um
poder profético natural, criado por um período
de seis séculos e
meio pelo menos, humanos em sociedade.
Na quarta semana do mês de Homero estão os poetas
de Roma, tanto os
épicos como os líricos. Ela compreende
sua influência
continuando através da idade média. É como a
visão profética de
uma era de paz que inspira os poemas de
Virgílio até que
seria formulada de novo por Dante.
A semana termina no
domingo tendo como chefe Virgílio.
Ver em 0129 C Quadro do Mês de Homero, a Poesia Antiga,
com os grandes tipos representantes do mês.
Veja em 0101 00 (código para JANEIRO 01) a apresentação
e a fonte do Calendário Filosófico.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
LUCRÉCIO (99 aC-55 aC) fez surgir um novo mundo intelectual em
Roma. Depois da morte de Ênio em 169 antes da nossa era até o nascimento de
Lucrécio houve um silêncio na arte poética, nenhum grande nome sendo notado na
arte.
Sabe-se por seu poema que Lucrécio foi um verdadeiro amigo de
Gaius Memmius, governador da província romana de Bitínia no ano 57. No poema
ele diz que viveu em retiro da vida social.
Em torno de Lucrécio se desenrolou uma revolução do saber e da
política no ocidente da Europa: a cultura grega teve sua obra intelectual
completada e o mundo se preparava para o Império Romano. Os melhores pensadores
não estavam mais presos às antigas crenças a não ser pela aparência dos
ornamentos literários e artísticos que os enfeitavam. O verdadeiro poder
político era a recompensa dos atos de guerra, já que os laços sociais de classe
não existiam mais e estava enfraquecido o governo das opiniões pelo Estado,
agora confiado a uma literatura indigesta que só tinha o mérito de reconhecer
sua própria falta de originalidade.
A única obra de Lucrécio é
um poema filosófico longo, em versos hexâmetros, que são versos com seis grupos
de sílabas chamados PÉS. A sílaba
acentuada ou tônica acompanhada de outra átona ou não acentuada é chamada o
“pé” na métrica poética. Pelo desenvolvimento da sua forma, a poesia de
Lucrécio fica entre o estilo de Ênio e o de Virgílio.
Ele é conhecido por seu único poema, o longo De
rerum natura, Sobre a Natureza das Coisas, feito em seis
livros. Essa obra é a explicação da teoria física dos filósofos gregos
Demócrito e Epicuro, com sua moral e pensamento doutrinário. Esse poema é a
principal fonte do conhecimento que hoje temos do pensamento de Epicuro.
Colocado na relação dos antigos filósofos da Grécia antiga pela
apresentação do seu sistema de pensamento, Lucrécio se mostra bem superior pela
beleza de suas explicações, o que lhe assegura a fama de poeta pela mesma razão
que os vôos líricos de Aristófanes ficaram famosos. No exame da obra devemos
distinguir de um lado o filósofo e do outro lado o poeta.
Como
filósofo, Lucrécio do mesmo modo que Demócrito e Epicuro, que são a sua fonte,
é brilhante, mas prematuro. No desejo de dogmatizar ou doutrinar por meio de dados
insuficientes e de acordo com analogias falsas, ele coloca o universo
construído ao azar pela mistura de átomos e do vácuo. Ele suprime, como os
materialistas modernos, o elemento subjetivo humano sobre o qual a síntese
monoteísta ainda não se apoiava. Em moral ele enriqueceu as fórmulas pobres de
Epicuro dando-lhes uma espécie do entusiasmo nacional romano de Ênio.
Como poeta,
Lucrécio tem menos paixão cívica do que Ênio, mas ele vai mais à frente no
estudo da natureza e no estudo do comportamento romano, da energia romana e da
lei de Roma. Ele ama a natureza com uma devoção mais sincera do que outro poeta
latino, se bem que seja grande a sua confiança nas teorias mecânicas que
apresenta.
A filosofia de Lucrécio não criou uma escola de seguidores, mas
tornando muito mais profundo o afastamento do povo para fora das crenças
correntes da época, abriu o caminho para a nova religião que viria do
monoteísmo cristão de Paulo de Tarso, São Paulo Apóstolo.
Lucrécio é
um poeta quase homérico pela força e pela vivacidade de sua linguagem. Pelo sentimento de
simpatia humana que o leva a procurar a verdade e a atacar a superstição
atinge o ponto ideal que deve inspirar o gênio do poeta.
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