FEVEREIRO 21. HORÁCIO: A excelência da lírica e da sátira.
HORÁCIO
Horace
Quintus Horatius Flaccus
(nasceu no ano 65 antes da nossa era, em Venúsia, Itália;
morreu no ano 8 antes da nossa era, em Roma)
POETA LÍRICO E SATÍRICO NA LITERATURA DA ERA DE OURO DE
ROMA
O Politeísmo Militar Ocidental vence a Teocracia
Sacerdotal do Oriente
Na Grécia a arte coordenou a política militar num período
histórico crítico. Nessa época foi eliminado o total poder político e mental da
casta hereditária dos sacerdotes das teocracias. O que foi feito pela primeira
vez no mundo. Para sempre.
A arte gera emoções, cria visões de progresso, visões do
futuro.
A arte tem, desse modo, o poder de antever o progresso, de
criar
novos ideais. É um poder profético natural, criado por um
período
de seis séculos e meio pelo menos, humanos em sociedade.
Na quarta semana do mês de Homero estão os poetas
de Roma, tanto os épicos como os líricos. Ela compreende
sua influência continuando através da idade média. É como a
visão profética de uma era de paz que inspira os poemas de
Virgílio até que seria formulada de novo por Dante.
A semana termina no domingo tendo como chefe Virgílio.
Ver em 0129
C Quadro do Mês de Homero, a Poesia Antiga,
com os grandes tipos representantes do mês.
Veja em 0101
00 (código para JANEIRO 01) a apresentação
e a fonte do Calendário Filosófico.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
HORÁCIO (65
aC-8 aC) era filho de um simples escravo libertado de Veneza que se tornou um
leiloeiro assistente, dono de pequena propriedade. Horácio recebeu a melhor
educação da época em Roma e em
Atenas. Eleuniu à religiosidade e o gosto de um homem do campo
à cultura de um homem da cidade. Do ano 44 até o ano 42 antes de nossa era ele
serviu nos últimos tempos da república como tribuno dos soldados nos exércitos
de Brutus e de Cássius e depois da derrota deles na batalha de Philippi ele retornou a Roma, onde se
dedicou a escrever o gênero
poético satírico.
Pouco
a pouco, dominado pelos fatos, ele aceitou a formação do Império Romano como
uma realidade inevitável. Ele comprou um cargo de secretário do tesouro e
obteve boas relações e fama ao escrever suasSátiras. Depois de algum tempo, ele foi
colocado no caminho da fortuna e da celebridade por Virgílio e por Varius que o
fizeram entrar na intimidade de Mecenas o patrocinador dos artistas.
Na
tranqüila e confortável casa de campo que Mecenas lhe deu, nas colinas Sabina,
próximas a Roma, seu gênio
maduro produziu as Odes e as Epístolas.
Os temas freqüentes eram o amor, a amizade, a filosofia e a arte poética. Mais
tarde ele foi reconhecido e honrado com a amizade do próprio imperador Augusto.
Outras
obras suas são Sátiras e Epístolas
satíricas em versos
hexâmetros e Poesias
Líricas seguindo o estilo
de vários mestres da poesia grega. Os hexâmetros são versos que têm seis
sílabas tônicas, cada acompanhada por uma sílaba átona. Chama-se PÉ na métrica poética cada par de
sílabas, sendo uma acentuada ou tônica e outra não acentuada ou átona.
Portanto, os versos hexâmetros têm seis pés.
As
sátiras mostravam a rejeição
por Horácio dos conflitos na vida pública, recomendando a sabedoria obtida
pela serenidade. Os ataques e zombarias do poeta visavam os abusos em tese, não as pessoas. A
forma do texto revela o
desgosto pela derrota na batalha de Philippi, com o fim da república romana e o
começo do Império.
O
Império Romano que se mostrou um governo que não teria a sucessão hereditária,
todos os imperadores sendo escolhidos por mérito enão por hereditariedade, como
numa monarquia.
No
gênero lírico, onde a forma é a qualidade
principal, Horácio atingiu uma perfeição tal, que, do mesmo modo que no hexâmetro de
Virgílio, todo aperfeiçoamento
tentado depois só podia ser uma decadência.
As
formas da poesia grega, despidas de sua ligeireza e de sua flexibilidade,
reaparecem com a dignidade e a sonoridade profunda do latim. A métrica poética
na sátira fica subordinada. O hexâmetro de Horácio é grande e rústico: ele
sacrifica a dignidade e a fecundidade para ter mais facilidade e vivacidade.
Comparando
Ênio e Lucrécio à poesia de Horácio não se pode deixar de notar a ausência do ponto de vista da
pátria romana que é
preponderante nos outros dois. Ele submeteu sua fé na república romana tomando
uma aparência de entusiasmo pelo Império que triunfara. É o que explica a ausência de civismo romano em
seus versos, embora tenha feito abrir as portas do Panteon a todos os
cultos religiosos e a todas as filosofias do mundo.
Horácio
se apoiou na sábia tolerância do ecletismo do
meio termo que era a base do governo nas terras conquistadas pelo Império
Romano. Mas essa falta de cor nacional tornou-o um poeta polido, eqüidistante,
adequado a todos os tempos. Ele tomou de cada crença os preceitos capazes de
dirigir o homem culto, que deveria então assistir e aceitar sem entusiasmo a
qualquer tipo de movimento político e social que se produzisse. Esse era um
código de egoísmo inofensivo, doce e superficial.
Horácio
como poeta lírico teve uma excelência que só ele possuía. Assim
ele encontrou um grande número de imitadores. Mais numerosos imitadores
modernos do que imitadores romanos.
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