04 DE
FEVEREIRO: Ésquilo, a fé ardente em ideal puro e elevado
ÉSQUILO
Aeschylus
(nasceu
em 525 antes de nossa era, em Atenas; morreu em 456, em Gela, na Sicília)
MAIOR
DRAMATURGO GREGO PAI DA TRAGÉDIA GREGA
O Politeísmo Militar Ocidental vence a Teocracia
Sacerdotal do Oriente
Na Grécia a arte
coordenou a política militar num período histórico crítico. Nessa época foi
eliminado o total poder político e mental da casta hereditária dos sacerdotes
das teocracias. O que foi feito pela primeira vez no mundo. Para sempre.
A arte gera emoções,
cria visões de progresso, visões do futuro.A arte tem, desse modo, o poder de
antever o progresso, de criar novos ideais. É um poder profético natural,
criado por humanos em sociedade.
Nesta semana são
consagrados os poetas líricos e trágicos da Grécia, num período de mais de 1300
anos. A semana tem como chefe Ésquilo, que a termina.
Ver em 0129 C Quadro do Mês de Homero, a Poesia Antiga,
com os grandes tipos representantes do mês.
Veja em 0101 00 (código para JANEIRO 01) a apresentação
e a fonte do Calendário Filosófico.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
ÉSQUILO (525 aC-456 aC) o grande
poeta, nasceu em Eleusis, perto de Atenas, na Grécia antiga, em 525. Ele lutou
contra os invasores da Pérsia em Maratona, no ano 490 e depois em Salamina, em
480 antes de nossa era.
O pai de Ésquilo era de família nobre, com o nome de Euphorion,.
Eleusis era perto da baia de Salamina e junto a uma rica planície. Euphorion
participava do culto da grande divindade Natura e Ésquilo desde criança ficou
familiarizado com essa adoração, que era a mais espiritualizada da Grécia.
O maior dos
poetas dramáticos da Grécia antiga é o personagem mais histórico e o mais vivo
artista de todos os poetas gregos. Temos os principais fatos de sua vida e
conhecemos seu pensamento, sua personalidade e suas aspirações. Tinha um caráter
possante, profundamente religioso e de um heroísmo homérico.
Era um adversário apaixonado da antiga tirania teocrática que procurava eliminar a vida de liberdade e de intelectualidade das repúblicas
gregas. Foi um defensor zeloso das instituições civis e religiosas de seu país.
A sua primeira apresentação na arena de representações dramáticas
ocorreu quando Ésquilo tinha 25 anos de idade. No ano 490, com 35 anos, ele
combateu contra os persas em Maratona distinguindo-se por seu heroísmo. Ele
lutou também com distinção em Artemisium, Salamina e Platea. Foi um caso em que
se vê um dos maiores poetas combater em batalhas decisivas da história humana.
Outro caso foi o grande espanhol Cervantes, que lutou na batalha naval de
Lepanto, em 1571, contra os otomanos.
Com quase 40 anos, Ésquilo ganhou sua primeira vitória do palco no
ano de 484 com a trilogia em que a peça Os
Persas faz parte. Ele obteve sucessivamente treze vezes a vitória em
concursos de teatro. No ano de 468 foi para Siracusa, na corte do rei Hieron.
Ésquilo retornou a Atenas com a sua grande trilogia do Oreste, de 458, quando tinha 67 anos.
Com Eumenidas ele se declara
abertamente em oposição enérgica contra o partido democrático dominante. Por
motivos políticos ele retorna à Sicília, onde morreu em 456 antes de nossa era,
em Gela, com 69 anos.
Seu
epitáfio, que foi escrito ou ditado por ele diz:
Ésquilo,
filho de Euphorion, de Atenas, repousa debaixo
desta pedra.
Ele morreu na fértil Gela; Maratona pode dizer
de sua
coragem e
também os persas,
que a experimentaram.
Nada falou de sua poesia.
O estilo e as concepções de Ésquilo foram, a todos os respeitos, a
imagem de seu caráter e de sua vida. Ele era
heróico, sincero, profundo e ativo guerreiro. Ele chamava a suas peças
teatrais como restos do rico banquete de Homero. E se mostra valente apoio à
honra a ser dada aos deuses, ao poder penetrante da religião, da santidade dos
juramentos, dos deveres da hospitalidade e da inviolabilidade do casamento.
Na tragédia Os Persas o seu entusiasmo patriótico
chama para o ataque como se fosse uma trombeta de guerra. Ele defende a grande
idéia da revolta das comunidades livres contra o despotismo da teocracia da
Ásia.
Na tragédia Prometeu ele idealiza a revolta do homem contra a opressão política e espiritual
da casta dos sacerdotes e o martírio daqueles que abrem o caminho da liberdade.
A tragédia Agamenon deve ser considerada a
primeira como a mais bela que jamais foi produzida, por causa de sua
intensidade contínua, de sua unidade de impressão e da sublimidade escultural
de sua forma.
Ésquilo foi o grande poder
espiritual de seu tempo, quer dizer, foi o mestre, o formador de opinião, o sacerdote da época. Ele foi a voz
poética da Grécia numa época sublime de sua história.
Pela destacada ação da tragédia, Aristóteles deu para esse teatro a notável definição:
a tragédia faz a purificação da mente por meio da piedade e por
meio do terror.
O caráter heróico de Ésquilo permite ver sua orgulhosa e altaneira
energia, sua imaginação borbulhante, sua fé ardente num ideal puro e elevado, a
avalanche de seus grandes pensamentos e mesmo a torrente transbordante de
imagens com que o poeta inundou sua obra.
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