FEVEREIRO
22. Tíbulo: A poesia romântica no
declínio da religião dos deuses de Roma.
TÍBULO
Tibullus Albius Tibullus
(nasceu no
ano 54 antes da nossa era; morreu no ano 18 antes da nossa era)
FAMOSO
E ORIGINAL POETA LATINO DE BELAS E ORIGINAIS ELEGIAS ROMÂNTICAS
O
Politeísmo Militar Ocidental vence a Teocracia Sacerdotal do Oriente
Na Grécia a arte
coordenou a política militar num período histórico crítico. Nessa época foi
eliminado o total poder político e mental da casta hereditária dos sacerdotes
das teocracias. O que foi feito pela primeira vez no mundo. Para sempre.
A arte gera emoções,
cria visões de progresso, visões do futuro.
A arte tem, desse
modo, o poder de antever o progresso, de criar
novos ideais. É um
poder profético natural, criado por um período
de seis séculos e
meio pelo menos, humanos em sociedade.
Na quarta semana do mês de Homero estão os poetas
de Roma, tanto os
épicos como os líricos. Ela compreende
sua influência continuando
através da idade média. É como a
visão profética de
uma era de paz que inspira os poemas de
Virgílio até que
seria formulada de novo por Dante.
A semana termina no
domingo tendo como chefe Virgílio.
Ver em 0129 C Quadro do Mês de Homero, a Poesia Antiga,
com os grandes tipos representantes do mês.
Veja em 0101 00 (código para JANEIRO 01) a apresentação
e a fonte do Calendário Filosófico.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
TÍBULO (54 aC-18 aC), poeta
romano, nasceu de uma família da classe dos cavalarianos. Ele, ao contrário de
Horácio, foi sempre fiel ao gosto da vida nos campos e das lendas rurais.
Tíbulo encontrou seu protetor em Marcus
Valerius Messalla , um homem do governo, soldado e
literato que ele acompanhou em algumas de suas expedições militares. Tornou-se
um notável membro do grupo literário formado por Messalla.
Mas Tíbulo passou a maior parte de sua vida num retiro agradável e
refinado. Quatro livros de Elegias e outros poemas são tidos
como originais, mas só são autênticos os dois primeiros livros.
Sua vida, que abraça o mesmo período que a vida de Horácio,
passou-se nas mesmas condições políticas e sociais. Mas, por seu nascimento,
ele não teve o enérgico estimulante que o levasse a escrever. Seu caráter o
levou, aliás, a um gênero de poesia bem diferente, a elegia.
A elegia é a composição poética
que descreve a melancolia, a tristeza, o luto. Na poesia clássica a elegia é
composta em grupos de duas linhas, a primeira sendo um hexâmetro (com seis pés)
e a segunda linha um pentâmetro (com cinco pés). O pé na versificação é a
constituição de suas sílabas, tendo uma tônica ligada a uma átona.
Em relação à forma de sua poesia, Tíbulo é o mais original dos poetas romanos dedicados à elegia. Properce,
Catulo e em geral todos os outros autores de elegias imitavam ou traduziam
Callimaque, Philetas e os outros poetas gregos de Alexandria. Tíbulo usou sua
métrica poética nas fontes do grego antigo e o tornou romano. Seus versos não têm energia em exagero,
mostrando uma doçura infinita, que lhe é própria. Ovídio não chega até a
perfeição se não seguir os traços de Tíbulo, mesmo que em suas Elegias a forma poética de Ovídio se coloque acima
de todas as outras. Essa é uma maneira adequada para exprimir com graça os
pensamentos substanciais nessa língua latina em seu modo tão claro e tão
cuidadosamente ponderado.
Tíbulo foi o único poeta de seu tempo que se manteve afastado do
governo do Império Romano, mas isso foi mais por apatia do que por convicção.
Sua posição, junto com seu talento, lhe deu bastante independência para
considerar com uma calma melancólica, a passagem da liberdade da república
de Roma para a unidade do comando
único por mérito do regime do Império Romano.
A poesia de Tíbulo não cantou o Império Romano, mas cantou seus amores, os seus lares e seu
protetor Marcus Messala. Ao contrário do que fez Horácio, Tíbulo canta sua amada Delie como uma Delie viva;
mas diferente também de seus co-irmãos de elegias, ele a serviu com um orgulho
inquieto permanente e não como os outros, que tinham uma dedicação
apaixonada, mas efêmera.
A sua devoção rural se combinou com seu amor da natureza. Ele não
mais tinha alguma crença. Ele não explorou os detalhes da mitologia da religião
para valorizar suas composições com a erudição,
como faziam os poetas de Alexandria e seus imitadores. As superstições de Tíbulo eram uma parte da própria natureza que ele
associava com o mesmo sentimento de ternura e de arte. Ele morreu ainda
jovem, aos 36 anos de idade. Mereceu a homenagem fúnebre de Ovídio em Amores, III, 9.
Com essa posição, ele fortificou a tendência da literatura da
época com uma guinada no modo de pensar, fazendo admitir o declínio da religião
do politeísmo ao submetê-la a um tratamento poético. Ele honrava seu protetor Messala com uma estima mais real do que
tiveram Mecenas e os últimos protetores da cultura. Mas ele foi
sobretudo um amante da poesia. Em resumo, pode-se dizer que ele foi o poeta da cultura e do lazer.
Além de sua alta posição na
história da poesia elegíaca latina, ele foi particularmente apreciado pela
literatura posterior por causa do fim prematuro de sua vida e de seu original
talento. Ele é celebrado numa das mais suaves elegias de Ovídio.
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