FEVEREIRO.24 Lucano: A
imaginação e a paixão na poesia sem os deuses.
LUCANO
Lucan,
Marcus Annaeus Lucanus em latim
(nasceu no
ano 39 da nossa era, em Córdoba, Espanha; morreu no ano 65, em Roma)
POETA
ROMANO AUTOR DA FARSÁLIA, UMA GUERRA CIVIL-Bellum
Civile
O
Politeísmo Militar Ocidental vence a Teocracia Sacerdotal do Oriente
Na
Grécia a arte coordenou a política militar num período histórico crítico. Nessa
época foi eliminado o total poder político e mental da casta hereditária dos
sacerdotes das teocracias. O que foi feito pela primeira vez no mundo. Para
sempre.
Foi
uma guerra entre o politeísmo militar e o politeísmo sacerdotal do oriente.
A arte
gera emoções, cria visões de progresso, visões do futuro.A arte tem, desse
modo, o poder de antever o progresso, de criar novos ideais. É um poder profético
natural, criado por humanos.
Na quarta semana do
mês de Homero estão os poetas de
Roma, tanto os épicos
como os líricos. Ela compreende
um período de seis
séculos e meio pelo menos,
sua influência
continuando através da idade média. É como a
visão profética de
uma era de paz que inspira os poemas de
Virgílio até que
seria formulada de novo por Dante.
A semana termina no
domingo tendo como chefe Virgílio.
Ver em 0129-01 Quadro do Mês de Homero, a
Poesia Antiga,com os grandes tipos representantes do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
LUCANO (39-65) era neto de Sêneca, tendo nascido em Córdoba, na Espanha.
Ele foi apresentado ao Imperador Nero que já havia ouvido falar dele como um jovem declamador famoso.
A vida de Lucano foi moldada por duas forças, o luxo da corte
imperial e a sinceridade estóica de própria formação. A desilusão chegou quando
Nero retirou sua amizade e proteção por estar com ciúmes de seu prestígio como
orador.
Foi então que Lucano escreveu o
poema Bellum Civile (Guerra Civil) conhecido
como Farsália, em dez livros. É uma poesia épica da guerra civil entre os
generais romanos Caio Júlio César e Pompeu o Grande. No poema ele combinou
ataques violentos contra Nero e contra o Império Romano com os elogios aos
combatentes, usuais nessa época.
Lucano participou em seguida na conspiração de Pison (Gaius Calpurnius), para assassinar Nero. Quando a conspiração foi
descoberta, ele foi obrigado a se suicidar abrindo suas próprias veias. O seu
grande poema é uma epopéia histórica em hexâmetros que descrevem o fim do regime
da república romana. Hexâmetros são versos com seis pés. Cada palavra de uma
sílaba tônica combinada com uma sílaba átona se chama de PÉ em versificação.
Na poesia de Lucano as condições exteriores parecem apagadas pelas
circunstâncias pessoais. No entanto, a reação de seu pensamento sobre o meio
exterior não podia destruir os efeitos
profundos da unidade do poder nas mãos do Imperador e de uma corte imperial
mergulhada no luxo e no orgulho nacional.
O seu modelo foi o de Virgílio quanto à forma do verso, mas a
poesia de Lucano está enriquecida pelo estudo do tema e ainda mais pela prosa
que vem da arte oratória.
A epopéia de um herói vencido como Pompeu e de uma causa perdida é
um corretivo salutar ao orgulho e à ingratidão de uma época de poder político
absoluto, unitário. Mas quando Lucano rememora a glória de Pompeu e da
República aristocrática de Roma, sua apreciação perde o seu valor porque não
existe aí a percepção do progresso da sociedade representado pelo regime
imperial.
Para Lucano o Império era uma deformação da história e o futuro,
com suas promessas de uma vida nova entrevista por Virgílio um século antes, só
oferecia um futuro tenebroso e sem esperança. Seu pessimismo social tinha como
ponto de apoio a lógica do ceticismo corrente que ele pregava com uma veemência
que não se vê na poesia de Lucrécio e nem em todos os outros poetas da
antiguidade.
No entanto, sua imaginação estava tão viva e tão penetrante que
ela dá o sentimento da realidade. Durante o tempo em que sua vida se esvaía no
sangue de suas veias abertas, ele declamava aos amigos que o rodeavam, a
passagem de seu poema descrevendo a morte de um soldado ferido. Ele escreveu
sua poesia com o mesmo pensamento, tomando como tema um grande caráter e um
evento explosivo, encontrando os efeitos sofridos num quadro corajoso e
colorido.
A influência
de Lucano
sobre a produção literária posterior consiste principalmente na sua brilhante frase e no seu notável
estilo. A produção poética de Lucano influenciou fortemente a Pierre
Corneille e a outros escritores dos anos 1600 em diante na Europa.
O seu poema
Farsália tem sua leitura recomendada até os nossos dias.
A necessidade da proteção dos pobres e dos fracos pelos poderosos
na política moderna fica em comparação com o pensamento político da antiguidade,
que Lucano denuncia na Farsália no livro 5, verso 343:
Humanum paucis vivit genus
“O gênero humano vive
para um pequeno número de homens”.
O desafio de evitar a miséria e a doença dos mais fracos é
obrigatório no programa da política científica moderna na nova civilização
industrial e pacífica de nossos dias, preparada pela Idade Média católica. A civilização industrial só pode existir com
a paz e com a liberdade
LUCANO colocou na voz de Júlio César o lema que
tem imenso valor tanto para o trabalho teórico como para o trabalho prático,
no seu poema Farsália, livro 2, verso 658:
Nil actum reputans si quid
superesset agendum
Reputar que nada
foi feito se algo resta a fazer.
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