29 DE SETEMBRO.
Fielding: uma engenharia literária na elaboração de seus textos
FIELDING
Henry Fielding
(nasceu em 1707, em Sharpham Park ,
Somerset, Inglaterra; morreu em 1754, em Lisboa, Portugal)
GENIAL
DRAMATURGO PIONEIRO DA TRADIÇÃO NOVELISTA NA INGLATERRA
Estética
parte da Filosofia para a
idealização, para a emoção
O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o
conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se
a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada
da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo
da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como
a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar,
estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de
classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos
simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos
complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou
individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos
respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A
sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais
estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização
medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de
revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico
independente.
Esta terceira semana contem os
grandes cômicos os mestres do drama satírico de costume. Entre dose nomes, dois
somente são autores de peças de teatro. Ao passo que entre os poetas antigos,
no mês de Homero, acham-se quatro autores de comédias. No mundo moderno a
comédia de costumes sai do teatro para o romance.
Ver em 0910 C O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno,
com todos os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FIELDING (1707-1754) era filho do general Fielding, que serviu com
distinção sob as ordens de Marlborough. Sua mãe era Sarah, filha de Sir Henry
Gould um dos juizes do tribunal da rainha da Inglaterra. Henry Fielding nasceu
em Sharpham-Park no Somerset.
Ele pertencia a uma família nobre, sendo bisneto de William, conde
de Denbigh, soldado do rei Charles I, de origem dos condes de Habsbourg.
Geoffroy de Habsbourg foi para a Inglaterra ao tempo de Henrique III e tirou o
nome de Fielding do feudo de seu pai em Rhinfilding. Essa
é a origem dos condes de Denbigh.
Henry era o filho mais velho do general Fielding. Foi educado em
Eton e depois estudou direito na Universidade de Leiden, no sul da Holanda.
Retornou a Londres aos 20 anos de idade e se tornou advogado.
Logo ele se mergulhou dissipação da vida mundana e pagava suas
despesas escrevendo peças de teatro e outras obras literárias sob pagamento.
Ele justificava dizendo que só tinha uma escolha: ou serei um escritor de
aluguel ou um cocheiro alugado.
Durante dez anos ele escreveu para o teatro sob a pressão da
necessidade e do pagamento de seus prazeres. Essas peças têm alguma
criatividade, mas exceto em farsas como o Tom
Thumb, nada indica o que Fielding produziria quando chegasse a maturidade.
Em 1635 Fielding casou-se com Charlotte Cradock, de Salisbury que
possuía uma pequena fortuna. Ela seria retratada em suas peças com os nomes de Sophie e de Amelie. Ele a amava com paixão e quando ela morreu em 1743 ele
sofreu muito, e seus amigos chegaram a se preocupar pela sua saúde mental, com
razão.
Fielding publicou sua imortal história de Tom Jones em 1749, então com 42 anos de idade. No ano anterior, em
1748, ele havia sido nomeado magistrado no tribunal de Bow Street e presidente
da corte trimestral. Ele se mostrou um juiz enérgico e eficaz na prevenção e
punição dos crimes, mantendo-se gentil mas enérgico.
Uma criança abandonada - é a história de Tom Jones. Nela a grande
quantidade de personagens mostra a vida de alto e de baixo nível na cidade de
Londres e nas províncias inglesas. O herói tem um caso de amor até que afinal
consegue casar. Mas numerosos obstáculos deverão ser vencidos com as viagens de
uma parte da nação para a outra, então mostrando uma viva imagem da Inglaterra
por volta de 1750. Os personagens são de vários tipos, uns amorosos, outros mal
intencionados, ou humorísticos, outros virtuosos, estes necessários para um
final feliz.
A novela é marcada por mudanças no clima, entre humor, sofrimento
e romance, sempre com diálogos rápidos e fáceis. O autor deixa claro em seu
prefácio que se preocupa com o planejamento da novela. Essa a razão de ser a
história de Tom Jones uma obra-prima. Um empolgante resultado de engenharia
literária.
A leitura do Tom Jones é indispensável para entender a Inglaterra
dos anos 1700 e para sentir a generosidade e o amor de Fielding pelo gênero
humano.
Em 1751 ele publicou Amelie.
Então foi acometido de doenças e os últimos anos de sua vida foram uma luta
valente contra o sofrimento. Mas ele manteve sua tarefa de escritor e não
perdeu seu zelo como juiz. Em julho de 1754 ele embarcou com sua segunda mulher
para tratamento médico em Lisboa, onde morreu em outubro desse ano, na idade de
47 anos. Ele repousa no cemitério inglês de Lisboa num túmulo cuidadosamente
conservado.
Fielding foi o herói de seus livros. Ele era grande e robusto; sua
figura era bela, viril, nobre; até seu último dia ele conservou uma aparência
de grandeza, e, embora esgotado pela doença, seu aspecto e sua presença
impunham respeito em sua volta.
A história de Tom Jones
tem sido recomendada como leitura até nossos dias. Como pintura de costumes é
na verdade raro; é uma maravilha de estrutura: a sabedoria, o poder de
observação, a feliz variedade de lugares, de pensamentos e de caracteres dessa
grande epopéia cômica prendem o leitor pela admiração e mantém sempre alerta a
sua curiosidade.
A obra-prima de Fielding coloca o autor como o verdadeiro pai da
epopéia em prosa e foi o seu primeiro criador consciente.
AMANHÃ:
A invenção e a glória de colocar junto o que é sábio e o que é louco: a comédia
de Molière.
NOTA. Significados usuais:
Epopéia História
de ações heróicas; serie de feitos heróicos.
Novela História em prosa de
pequena extensão, em geral acompanhando a vida de um único personagem. O texto
é ainda menor no conto. O romance tem o texto maior,
apresentando várias tramas e personagens. Em inglês romance é chamado de novel
e em francês roman.
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