12 DE SETEMBRO. Rojas
de Zorrilla: o drama cruel e a comédia travessa engraçada
O drama sobre a honra,
sangue, truculência.
ROJAS
Francisco de
Rojas de Zorrilla
(nasceu em 1607, em Toledo,
Espanha; morreu em 1648, em Madrid)
FAMOSO POETA
TRÁGICO ESPANHOL DA HONRA DO SANGUE DA TRUCULÊNCIA
Estética
parte da Filosofia para a
idealização, para a emoção
O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o
conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se
a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada
da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo
da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim
como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar,
estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de
classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos
simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos
complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou
individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos
respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A
sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais
estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em
fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização
medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de
revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico
independente.
A primeira semana do mês do Drama
Moderno compreende os autores dramáticos puros, os grandes sucessores de
Shakespeare, desde Lope de Vega a Goethe. Nessa classe se encontram criadores
do drama de imaginação que nos representam um mundo ideal povoado de seres
fictícios. O chefe de semana é Calderon.
Ver em 0910 C O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama
Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
ROJAS ZORRILLA (1607-1648) nasceu em Toledo em 4 de outubro de
1607. Estudou em sua cidade e em Salamanca. Já em 1631 está em Madrid, quando
encenou várias peças teatrais. Suas obras foram aplaudidas não só pelo público,
mas também pelo rei Felipe IV e sua corte.
Rojas tornou-se logo um protegido do rei Felipe IV e as comédias
do poeta foram mostradas no palácio.
Ele produziu certa ocasião uma sátira contra seus colegas. Foi tão
violenta a sátira, que os ofendidos ou alguém por eles atacou a Rojas com
facadas que quase o matou.
Na inauguração de um novo teatro construído com muito luxo, compôs
sob encomenda a comédia Los Bandos de Verona. O monarca, como prêmio,
ofereceu-lhe o título de cavaleiro da Ordem de Santiago. Mas as primeiras
informações não provavam ser ele um fidalgo nem confirmaram sua pureza de
sangue. Ao contrário, negavam sua nobreza. Mas uma segunda investigação feita
por Quevedo, aprovou o seu nome e Rojas foi agraciado com o título da Ordem de
Santiago em 1643.
Rojas tinha começado sua carreira de dramaturgo em 1631,
colaborando com Perez Montalban e com Calderon de la Barca na tragédia El
Monstruo de la Fortuna. Em
seguida, sozinho ou em colaboração com Vélez de Guevara, Mira de Amescua e
outros autores, escreveu numerosas peças, num total de 70 obras, entre as quais
se destacam: Del Rey Abajo Ninguno (Abaixo do Rei, Nenhum), um drama sobre a
honra; Donde Hay Agravios No Hay Celos, Lo que Son Mujeres, E Más Impropio
Verdugo, Casarse por Vengarse e outras.
Ele é o autor trágico por excelência do teatro espanhol. Nenhum
outro tem a sua violência para os desenlaces. Chega ao ponto de ter a cena
cheia de sangue como acontecia com os autores românticos. Rojas é trágico até o
extremo, até ultrapassar os limites dados por Lope de Vega, chegando mesmo até
à truculência. Na peça Cada Qual com o que lhe Cabe, chega a apresentar a
mulher como vingadora de sua ofensa, matando o sedutor.
Nas peças cômicas de Rojas, ele se limita a divertir com enredos
habilidosos, com animação, travessuras e muita graça. Na mais conhecida de suas
comédias e uma de suas melhores peças, Entre Bobos Anda el Juego, o figurão
rouba a cena, que faz um tipo de comédia qualificado: don Lucas não é o
primeiro velho rico e avarento que se perde de amores por uma jovem, enquanto
ela aspira ao amor de outro personagem mais merecedor de afeto tanto pela razão
como pela lógica.
Escreveu Rojas também vários autos, seguindo a fórmula de
Calderon, em seus argumentos e motivos. Fez duas comédias de santos: Santa
Isabel, Rainha de Portugal e A Vida no Ataúde. Elas demonstram a indiferença de
Rojas pelos temas religiosos.
A peça teatral mais famosa de Rojas, De Rey Abajo Ninguno é um
drama sobre a honra. Ela tem tido sua leitura recomendada até hoje. O
personagem principal, don Garcia, acredita ter sido ofendido pelo rei e tenta
matar a sua esposa, que foge para a corte. Lá don Garcia acaba sabendo que fora
um nobre e não o monarca que tentou ganhar os favores de sua esposa. A situação
se coloca com muita força no sentido tradicional da honra, já que don Garcia
está seguro da inocência de sua esposa.
O tema da honra é levado aqui até as suas últimas conseqüências,
tornando a luta de don Garcia um conflito humano. O herói é ferido por suas
dúvidas, pelo dilema da injustiça de seu ato, pela tortura cruel do pensamento.
É uma luta intensa entre o amor por sua esposa inocente e o dever para com o
rei. O desfecho não chega ao extremo trágico pela intervenção do destino.
O grande poeta se encontrou no começo da revolução moderna, no
início da transformação da religiosidade da Idade Média na nova civilização
secularizada, científica e industrial, libertada da liderança dos padres, fora
das igrejas. Com toda a razão, os sacerdotes tentaram conter essa perda de
crença, e desse modo a liderança e o ensino dos religiosos passaram
gradualmente para os artistas não religiosos, para os professores leigos, para
os escritores, jornalistas e demais formadores de opinião todos leigos.
É a revolução cultural de nossa era, que dura por muitos séculos.
É a maior revolução mental de toda a história da milenar evolução humana.
O conhecimento dessa evolução nos permite determinar donde viemos
e para onde vamos. E é importante saber em que ponto hoje estamos nesse longo
processo evolutivo.
AMANHÃ: Cenas de emoção e de ternura escritas com energia: Otway.
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