terça-feira, 17 de setembro de 2013

0918 C VONDEL poesia e teatro na Holanda produzidos com força beleza e elevação



18 DE SETEMBRO.Vondel: o pai da poesia holandesa e restaurador da língua nacional

VONDEL
Joost van den Vondel
(nasceu em 1587, em Colônia, na Alemanha; morreu em 1679, em Amsterdam, Holanda)

POETA DRAMATURGO HUMANISTA FUNDADOR DA POESIA NACIONAL DA HOLANDA

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Nesta segunda semana do Calendário estão como representantes desta fase da evolução social aqueles mestres do drama histórico que pintaram os tipos tomados do passado de preferência a caracteres puramente imaginários. Desse modo aqui Schiller é colocado ao lado de Corneille, assim como na semana passada Goethe foi colocado ao lado de Calderon. A semana tem como chefe Corneille.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.


VONDEL (1587-1679) nasceu em Colônia, na Alemanha. Seus pais, protestantes anabatistas da Antuérpia, estavam lá refugiados da perseguição católica na Espanha. Logo depois, eles voltaram para a Holanda, onde tinham um comércio de chapéus. Vondel teve sucesso nos negócios, atividade que passou para sua mulher, enquanto se dedicava à poesia e ao teatro.
A primeira tragédia, Henrique IV, foi encenada em 1610, quando Vondel tinha apenas 23 anos de idade. A dramatização do Êxodo dos judeus do Egito foi em Het Pascha de 1612, sua obra mais importante da juventude. A força e o esplendor de seu verso já são ali vistos. A peça teatral é uma alegoria da fuga dos calvinistas da tirania da Espanha no sul da Holanda.
A tragédia Palamede em 1625 era uma defesa patriótica de Johan van Olden Barneveldt, que fora decapitado em 1619. Vondel escreveu uma chuva de sátiras e poemas ridicularizando a Igreja e o governo Holandês. Foi recebida com aplausos, mas lhe valeu a perseguição e uma condenação.
O primeiro teatro permanente em Amsterdam foi construído em 1637 e inaugurado em 1638 com a tragédia histórica Gysbrecht van Aemstel, de Vondel.
Vondel já estava na maturidade, aos 54 anos, em 1641, quando, por defender a liberdade religiosa, foi expulso da comunidade de anabatistas em que tinha sido criado. Então ele tornou-se católico, encontrando a paz de espírito que procurava numa religião universal. Depois desse tempo, parte de seus trabalhos poéticos são de temas religiosos.
O grande pintor holandês Rembrandt fez o retrato de Cornelis Anslo, lider religioso que empregava muito a palavra falada. O desafio de Rembrandt era apresentar a vida sem a palavra, fosse falada ou escrita. Em resposta da polêmica, o maior poeta holandês dos anos 1600, Vondel, disse, em verso:
   “Está certo, Rembrandt, pinte a voz de Cornelis! A visão dele é a segunda escolha. O invisível só pode ser conhecido pela palavra. Para que Anslo seja visto, ele deve ser ouvido”.
Sua vida se passou em meio de problemas domésticos e de prejuízos, mas enfim, ele obteve um emprego oficial e nele se aposentou. Ele morreu em 1679, com a idade de 92 anos. Ele era vinte e três anos mais moço do que Shakespeare e viveu mais do que Milton, que era vinte e um anos mais moço do que ele.
Todos os estudiosos reconhecem em Vondel o pai da poesia holandesa e o restaurador da língua nacional da Holanda. Ele compôs 32 tragédias, traduziu os Salmos e os poetas clássicos da Grécia e de Roma. Sua carreira e sua poesia têm alguma semelhança com a do poeta inglês Milton. Teve parecidos problemas, aborrecimentos domésticos, fortes simpatias políticas e religiosas, uma carreira tempestuosa, perseguições injustas, não merecidas e até o espírito bíblico profundo em seu último poema.
A obra mais famosa de Vondel se chama Lúcifer, um drama religioso com o tema da queda dos anjos rebeldes, a inexplicável revolta dos anjos contra Deus. Por seu plano e também por seu espírito, existe algum paralelo com o Paraíso Perdido de John Milton. Determinar o quanto de igualdade existe entre as duas obras tem ocupado os críticos desde o tempo de Milton até hoje.
Os críticos holandeses acusaram Milton de plágio, mas seus defensores não encontram nenhuma semelhança entre os poemas. Lúcifer foi publicado em 1654, quando Vondel tinha então 67 anos e Milton tinha 46. O poema de Milton, O Paraíso Perdido, sem dúvida deveu alguma coisa a Vondel em sua idéia geral.
Em força, em beleza lírica e em elevação, o grande autor dramático holandês mereceu bem seu lugar de destaque entre os poetas históricos da França, da Alemanha, da Espanha e da Itália.

AMANHÃ: Um mestre da língua francesa que escrevia com elegância e beleza: Racine.

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